tag:blogger.com,1999:blog-10599499406349113962023-09-22T02:03:56.064-07:00Professora RaimundinhaProfessora Raimundinhahttp://www.blogger.com/profile/08236651134699451270noreply@blogger.comBlogger19125tag:blogger.com,1999:blog-1059949940634911396.post-919936022006833742016-11-08T05:40:00.000-08:002016-11-08T05:42:53.402-08:00O FOGO MORTO<div style="background: white; line-height: 20.25pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<strong><span style="border: none 1.0pt; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; padding: 0cm;">Primeira
parte: “O mestre José Amaro”<o:p></o:p></span></strong></div>
<div style="background: white; line-height: 20.25pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">Seleiro renomado da região, Mestre José Amaro vive nas
terras pertencentes ao Seu Lula. A dedicação do homem ao ofício consome a
saúde, conferindo-lhe um aspecto doentio. Mora inicialmente com a filha Marta,
uma solteirona que acaba enlouquecendo, e com a mulher, Sinhá.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; box-sizing: border-box; color: rgba(33, 33, 33, 0.901961); line-height: 20.25pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; outline: 0px; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">José
Amaro reside na beira da estrada, localização que favorece o contato com vários
personagens que passam pelo caminho. Entre as principais figuras com as quais
desenvolve suas conversas estão o Capitão Vitorino Carneiro da Cunha, de quem
se apieda pelo modo como é tratado pelo povo da região; o cego Torquato e
Alípio, mensageiros do Capitão Antônio Silvino, cangaceiro temido da região. O
mestre admira e respeita o cangaceiro, por considerá-lo o vingador dos pobres e
explorados.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 20.25pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">Em certo momento, Marta tem um forte ataque de convulsão
nervosa e José Amaro a espanca no intuito de curá-la. Em virtude de seu
semblante doentio e da insônia, que o leva a vagar pelas madrugadas nas ermas
estradas da região, José Amaro é amaldiçoado pelo povo, que o acusa de ser um
lobisomem. Homem orgulhoso, que sempre se gabava de trabalhar apenas para quem
lhe aprouvesse, o mestre se indispõe com o dono da terra em que vivia, de onde
acaba sendo expulso.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 20.25pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">A tragédia do personagem se completa com a internação da
filha, que enlouquece, e com a fuga da mulher, que teme sua figura doentia e
vai aos poucos acreditando nas histórias do povo, até enxergar no marido a
figura maldita do lobisomem.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">Seu
fim trágico só será revelado na terceira parte do livro: entregue à própria
sorte, José Amaro é preso e humilhado pela tropa do Tenente Maurício, acusado
de colaborar com o Capitão Antônio Silvino. Perdido irremediavelmente o
orgulho, único bem que possuía, o mestre se suicida.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<strong><span style="border: none 1.0pt; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; padding: 0cm;">Segunda parte: “O Engenho do
Seu Lula”<o:p></o:p></span></strong></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;"><br />
Para contar a história do personagem
Luís César de Holanda Chacon (Seu Lula), o narrador promove um recuo temporal
rumo à época da construção do Engenho de Santa Fé. O fundador do engenho fora o
capitão Tomás Cabral de Melo, que chegou à região, um sítio próximo ao engenho
Santa Rosa, e criou um dos maiores engenhos do local, conquistando o respeito e
a admiração de todos.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; box-sizing: border-box; color: rgba(33, 33, 33, 0.901961); margin: 0cm 0cm 0.0001pt; outline: 0px;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;"> Homem sério e trabalhador, o
capitão trouxera para a região gado de primeira ordem, escravos e a família.
Construído seu imenso patrimônio, faltava a ele uma única realização: casar a
filha – que tocava piano e havia estudado no Recife – com um homem digno de sua
educação. Rejeitando todos os pretendentes da região, por não terem os
requisitos necessários, o capitão começa a se preocupar com a idade da filha e
com sua condição de solteira.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; box-sizing: border-box; color: rgba(33, 33, 33, 0.901961); margin: 0cm 0cm 0.0001pt; outline: 0px;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">É quando chega de
Pernambuco o filho de Antônio Chacon, homem de coragem e muito admirado pelo
capitão. O nome do rapaz é Luís César de Holanda Chacon. Fino e estudado, é
considerado pelo capitão Tomás um ótimo partido para a filha e para suas
ambições.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; box-sizing: border-box; color: rgba(33, 33, 33, 0.901961); margin: 0cm 0cm 0.0001pt; outline: 0px; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">Depois de casado, o
capitão percebe que o genro não se interessa pelo trabalho do engenho e passa a
considerá-lo um leseira (pessoa tola ou preguiçosa) para os negócios. Após a
morte do capitão, essas suspeitas se confirmam. Seu Lula, como passou a ser
chamado, mostra-se um senhor de engenho autoritário, que impõe severos castigos
aos escravos e lidera sua família e o engenho sem o talento nem o trabalho do
capitão Tomás. Dessa forma, o engenho entra em decadência e, após a abolição da
escravatura, os escravos debandam e o engenho deixa de produzir açúcar
(torna-se “fogo morto”).<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; box-sizing: border-box; color: rgba(33, 33, 33, 0.901961); margin: 0cm 0cm 0.0001pt; outline: 0px; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">Comandando tudo de
forma autoritária, Seu Lula proíbe sua filha Neném de namorar um moço de origem
humilde e a moça acaba virando motivo de chacota na cidade. Após um ataque
epilético, Seu Lula passa a se entregar à religião sob influência do negro
Floripes. Por fim, acaba gastando todo o dinheiro que havia recebido de seu
sogro como herança. Esta parte do livro se encerra com a famosa frase
“Acabara-se o Santa Fé”.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div style="background: white; box-sizing: border-box; color: rgba(33, 33, 33, 0.901961); margin: 0cm 0cm 0.0001pt; outline: 0px;">
<strong style="box-sizing: border-box; outline: 0px;"><span style="border: none 1.0pt; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; padding: 0cm;">Terceira parte: “O Capitão Vitorino”<o:p></o:p></span></strong></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;"><br />
Capitão Vitorino é uma
personagem que perambula pelas estradas, como um cavaleiro errante, ostentando
um poder e uma dignidade que está longe de possuir, sendo uma paródia de Dom
Quixote de La Mancha. O capitão vive, assim como Mestre José Amaro e Seu Lula,
em uma realidade muito diferente da que tenta aparentar.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; box-sizing: border-box; color: rgba(33, 33, 33, 0.901961); margin: 0cm 0cm 0.0001pt; outline: 0px; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">Certo dia, o capitão
Antônio Silvino invade o engenho Santa Fé após saquear a cidade do Pilar. Ao
tentar defender o engenho, Capitão Vitorino é agredido. Porém, ele é salvo com
a intervenção de José Paulino. Com a chegada da polícia, todos são presos. Após
ser liberado, Vitorino pensa em seguir carreira política na região.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; box-sizing: border-box; color: rgba(33, 33, 33, 0.901961); margin: 0cm 0cm 0.0001pt; outline: 0px;">
<br /></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<strong><span style="border: none 1.0pt; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; padding: 0cm;">Personagens</span></strong><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;"><br style="box-sizing: border-box; outline: 0px;" />
<strong style="box-sizing: border-box; outline: 0px;"><span style="border: 1pt none windowtext; padding: 0cm;">Mestre José Amaro:</span></strong><span class="apple-converted-space"> </span>é branco e sente-se orgulhoso por
isso. É explorado por seu patrão, mas sabe que não tem outra alternativa.
Trabalhador livre, tem coragem e apoio do cangaço.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<strong><span style="border: none 1.0pt; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; padding: 0cm;">Seu Lula (Lúis César de Holanda
Chacon):</span></strong><span class="apple-converted-space"><b><span style="border: none 1.0pt; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; padding: 0cm;"> </span></b></span><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">preguiçoso e
autoritário, acaba perdendo toda a herança que recebeu e arruinando o Engenho
Santa Fé. Após perder tudo, refugia-se na religião.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<strong><span style="border: none 1.0pt; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; padding: 0cm;">Capitão Vitorino Carneiro da
Cunha (Papa-Rabo):</span></strong><span class="apple-converted-space"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;"> </span></span><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">é o defensor dos mais
pobres e dos oprimidos. Embora plebeu, por ter parentesco com o Coronel José
Paulino, diz-se capitão.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;"><br />
<strong style="box-sizing: border-box; outline: 0px;"><span style="border: 1pt none windowtext; padding: 0cm;">Coronel José Paulino:</span></strong><span class="apple-converted-space"> </span>poderoso senhor de engenho.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<strong><span style="border: none 1.0pt; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; padding: 0cm;">Sinhá e Marta:</span></strong><span class="apple-converted-space"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;"> </span></span><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">respectivamente
mulher e filha do Mestre José Amaro.<span class="apple-converted-space"> <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<strong><span style="border: none 1.0pt; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; padding: 0cm;">Amélia:</span></strong><span class="apple-converted-space"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;"> </span></span><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">esposa do coronel
Lula.<span class="apple-converted-space"> <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<strong><span style="border: none 1.0pt; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; padding: 0cm;">Adriana:</span></strong><span class="apple-converted-space"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;"> </span></span><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">esposa do Capitão
Vitorino.<span class="apple-converted-space"> <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<strong><span style="border: none 1.0pt; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; padding: 0cm;">Capitão Antônio Silvino:</span></strong><span class="apple-converted-space"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;"> </span></span><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">chefe dos jagunços
que atemorizam os senhores de engenho e políticos da região, lembra a figura do
lendário Lampião.<span class="apple-converted-space"> <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<strong><span style="border: none 1.0pt; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; padding: 0cm;">Tenente Maurício:</span></strong><span class="apple-converted-space"><b><span style="border: none 1.0pt; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; padding: 0cm;"> </span></b></span><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">chefe das tropas do
governo, é antagonista do Capitão Antônio Silvino.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background: white; box-sizing: border-box; color: rgba(33, 33, 33, 0.901961); margin: 0cm 0cm 0.0001pt; outline: 0px;">
<strong style="box-sizing: border-box; outline: 0px;"><span style="border: none 1.0pt; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt; padding: 0cm;">Sobre José Lins do Rego<o:p></o:p></span></strong></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;"><br />
José Lins do Rego nasceu no engenho Corredor, em Pilar (Paraíba), no dia 3 de
junho de 1901. Foi criado no engenho de seu avô materno, uma vez que seu pai
era muito ausente e ele era órfão de mãe. Formou-se em 1923 na Faculdade de
Direito do Recife, Pernambuco. Durante sua época de estudante começou a
escrever contos e artigos com temática política, vindo a manter amizade com
diversos escritores e intelectuais importantes da época. Dentre eles,
destaca-se o sociólogo e escritor Gilberto Freyre, uma de suas maiores
influências.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; box-sizing: border-box; color: rgba(33, 33, 33, 0.901961); margin: 0cm 0cm 0.0001pt; outline: 0px;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">Casa-se em 1924 com
Philomena Massa, com quem terá três filhas. No ano seguinte, torna-se promotor
público em Minas Gerais, mas transfere-se em 1926 para Maceió (Alagoas). Em
Maceió, José Lins do Rego irá conviver com o meio literário formado por
Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Jorge de Lima e outros, vindo a formar sua
consciência regionalista. Sua obra de estreia, "Menino de Engenh"o,
foi publicada em 1932 e recebeu o prêmio da Fundação Graça Aranha.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; box-sizing: border-box; color: rgba(33, 33, 33, 0.901961); margin: 0cm 0cm 0.0001pt; outline: 0px;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">Em 1935, muda-se para
o Rio de Janeiro, onde passa o restante de sua vida. Em 15 de setembro de 1955
é eleito para a Academia Brasileira de Letras. Dois anos depois, em 12 de
setembro de 1957, falece no Rio de Janeiro.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; box-sizing: border-box; color: rgba(33, 33, 33, 0.901961); margin: 0cm 0cm 0.0001pt; outline: 0px;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">Suas principais obras
são: "Menino de Engenho" (1932), "Doidinho" (1933),
"Bangüê" (1934), "Usina" (1936), "Riacho Doce"
(1939) e "Fogo Morto" (1943).<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;"><a href="http://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/fogo-morto-resumo-da-obra-de-jose-lins-do-rego/">http://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/fogo-morto-resumo-da-obra-de-jose-lins-do-rego/</a><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 20.25pt; margin-bottom: 15.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<h1 style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="border: none 1.0pt; color: #0095ff; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 27.0pt; letter-spacing: -1.5pt; padding: 0cm;">Fogo Morto – José Lins do Rego</span><span style="color: #0095ff; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 27.0pt; letter-spacing: -1.5pt;"><o:p></o:p></span></h1>
<div style="background: white; box-sizing: border-box; line-height: 18.75pt; margin-bottom: 15.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; outline: none;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.5pt;">Fogo
morto (1943) é considerado a obra-prima de Lins do Rego e o último romance da
fase regional neorrealista, que no Brasil teve início nos anos 1930. A obra
apresenta três partes, cada uma focada em um dos três protagonistas<o:p></o:p></span></div>
<h2 style="background: white; margin-bottom: 7.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 18.75pt; mso-line-height-alt: 12.0pt;">
<span style="color: #333333; font-family: "helvetica" , "sans-serif"; mso-bidi-font-family: Arial;"><span class="msoIns"><ins>1ª parte: O
mestre José Amaro<o:p></o:p></ins></span></span></h2>
<div style="background: white; box-sizing: border-box; line-height: 18.75pt; margin-bottom: 15.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; outline: none;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.5pt;"><span class="msoIns"><ins>Apesar de não pertencer ao “ciclo da cana-de–açúcar” de José
Lins do Rego, encerrado com Usina, Fogo morto retoma a temática canavieira,
alguns personagens já conhecidos e o engenho Santa Rosa.<o:p></o:p></ins></span></span></div>
<div style="background: white; box-sizing: border-box; line-height: 18.75pt; margin-bottom: 15.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; outline: none;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.5pt;"><span class="msoIns"><ins>Na primeira parte, apresenta-se Mestre Amaro, um seleiro
(artesão que faz selas para cavalos), e explica-se a fama de lobisomem
atribuída a ele, em razão de sua personalidade amarga e frustrada e de suas
andanças à noite.<o:p></o:p></ins></span></span></div>
<div style="background: white; box-sizing: border-box; line-height: 18.75pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; outline: none;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.5pt;"><span class="msoIns"><ins>Além de estar sendo
pressionado pelo dono do engenho Santa Fé a deixar suas terras, Amaro vivia
amargurado com a sua situação familiar, pois não se entendia muito bem com a
filha e a esposa. Gostava de andar à noite porque o silêncio e a solidão lhe
traziam um pouco de paz e alívio. Mas o povo começava a inventar que o seleiro
era uma estranha criatura noturna que saía em busca de<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://www.coladaweb.com/biologia/corpo-humano/sangue" style="box-sizing: border-box; outline: none; transition: all 0.2s ease-in-out;" target="_self" title="sangue"><span style="border: none 1.0pt; color: #0095ff; padding: 0cm; text-decoration: none;">sangue</span></a>.<o:p></o:p></ins></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 18.75pt;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.5pt;"><!--[if gte vml 1]><v:shapetype
id="_x0000_t75" coordsize="21600,21600" o:spt="75" o:preferrelative="t"
path="m@4@5l@4@11@9@11@9@5xe" filled="f" stroked="f">
<v:stroke joinstyle="miter"/>
<v:formulas>
<v:f eqn="if lineDrawn pixelLineWidth 0"/>
<v:f eqn="sum @0 1 0"/>
<v:f eqn="sum 0 0 @1"/>
<v:f eqn="prod @2 1 2"/>
<v:f eqn="prod @3 21600 pixelWidth"/>
<v:f eqn="prod @3 21600 pixelHeight"/>
<v:f eqn="sum @0 0 1"/>
<v:f eqn="prod @6 1 2"/>
<v:f eqn="prod @7 21600 pixelWidth"/>
<v:f eqn="sum @8 21600 0"/>
<v:f eqn="prod @7 21600 pixelHeight"/>
<v:f eqn="sum @10 21600 0"/>
</v:formulas>
<v:path o:extrusionok="f" gradientshapeok="t" o:connecttype="rect"/>
<o:lock v:ext="edit" aspectratio="t"/>
</v:shapetype><v:shape id="Imagem_x0020_1" o:spid="_x0000_i1025" type="#_x0000_t75"
alt="Fogo Morto" style='width:215.25pt;height:146.25pt;visibility:visible;
mso-wrap-style:square'>
<v:imagedata src="file:///C:\Users\custodio\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image001.jpg"
o:title="Fogo Morto"/>
</v:shape><![endif]--><!--[if !vml]--><img alt="Fogo Morto" border="0" height="195" src="file:///C:\Users\custodio\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image002.jpg" v:shapes="Imagem_x0020_1" width="287" /><!--[endif]--></span></div>
<br />
<figure class="wp-caption alignright" id="attachment_40461" style="border: 0px none; box-sizing: border-box; float: right; font-style: italic; line-height: 18px; list-style: none; margin: 0px 0px 5px 25px; max-width: 100%; outline: none; padding: 0px; width: 287px;"><span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.5pt;"><span class="msoIns"><ins>Cena do filme Fogo morto (1926).</ins></span><o:p></o:p></span><br />
</figure><br />
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 18.75pt;">
<br /></div>
<div style="background: white; border-left: solid #777777 3.0pt; border: solid #777777 1.0pt; mso-border-alt: solid #777777 .25pt; mso-border-left-alt: solid #777777 3.0pt; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 14.0pt 0cm 14.0pt;">
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: none; box-sizing: border-box; line-height: 21pt; margin: 0cm 0cm 15pt; outline: none; padding: 0cm;">
<i><span style="color: #333333; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 13.5pt;"><span class="msoIns"><ins>Viu a luz da casa das velhas do
seu Lucindo como um farol vermelho na luz branca da lua. Aproximou-se mais e
ouviu choro de gente. O que seria aquilo? Pensou em entrar no atalho que dava para
a casa. E estava pensando em procurar saber o que podia ser aquele choro,
quando um canto de reza subiu ao ar. Era quarto de defunto. Entrou no atalho e
se foi chegando para a casa que se escondia atrás de um juazeiro enorme. Só
podia haver muita gente dentro da casa para dar aquele volume enorme de canto
de morte. E quando ele se chegou na janela e botou a cabeça para olhar o povo
rezando, um grito estourou como uma bomba.<o:p></o:p></ins></span></span></i></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: none; box-sizing: border-box; line-height: 21pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; outline: none; padding: 0cm;">
<i><span style="color: #333333; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 13.5pt;"><span class="msoIns"><ins>– É ele, é o
lobisomem. Correu gente, mulheres gritaram.</ins></span></span></i><br />
– É o mestre José Amaro, gente – falava um homem que estava na porta.<br />
– É o mestre José Amaro, povo besta.<o:p></o:p></div>
</div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: none; box-sizing: border-box; line-height: 21pt; margin: 0cm 0cm 15pt; outline: none; padding: 0cm;">
<i><span style="color: #333333; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 13.5pt;"><span class="msoIns"><ins>Pararam de rezar. Estendida na
esteira estava a velha Lucinda amortalhada. Olhavam para ele as mulheres
apavoradas. Não pôde ficar por mais tempo ali. O homem que acompanhara as
mulheres veio falar com o mestre.<o:p></o:p></ins></span></span></i></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: none; box-sizing: border-box; line-height: 21pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; outline: none; padding: 0cm;">
<i><span style="color: #333333; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 13.5pt;"><span class="msoIns"><ins>– Estão com
medo do senhor.</ins></span></span></i><br />
– De mim?<br />
– É verdade. Este povo é besta mesmo. (…)<o:p></o:p></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: none; box-sizing: border-box; line-height: 21pt; margin: 0cm 0cm 15pt; outline: none; padding: 0cm;">
<i><span style="color: #333333; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 13.5pt;"><span class="msoIns"><ins>Agora não estava consertando os
arreios de um velho doido, não estava fazendo sela para um camumbembe qualquer.
Trabalhava para o grupo de Antônio Silvino. Cortava solas para cabras que já
sabiam morrer no rifle, para gente que tinha sangue de macho. Não era um pobre
seleiro de beira de estrada, era mais um oficial de bagaceira de engenho. (…)<o:p></o:p></ins></span></span></i></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: none; box-sizing: border-box; line-height: 21pt; margin: 0cm 0cm 15pt; outline: none; padding: 0cm;">
<i><span style="color: #333333; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 13.5pt;"><span class="msoIns"><ins>Que fossem para o inferno os
grandes da terra. Para ele só havia uma grandeza no mundo, era a grandeza do
homem que não temia o governo, do homem que enfrentava quatro estados, que dava
dor de cabeça nos chefes de polícia, que matava soldados, que furava cercos,
que tinha poder para adivinhar os perigos.<o:p></o:p></ins></span></span></i></div>
<div style="background: white; box-sizing: border-box; line-height: 18.75pt; margin-bottom: 15.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; outline: none;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.5pt;"><span class="msoIns"><ins>José Amaro tinha grande afinidade com o estilo desregrado de
vida de Antônio Silvino, líder do cangaço, considerando-o como um herói,
símbolo da força e da coragem – qualidades que José Amaro não possuía.<o:p></o:p></ins></span></span></div>
<h2 style="background: white; box-sizing: border-box; margin-bottom: 7.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 18.75pt; mso-line-height-alt: 12.0pt; outline: none;">
<span style="color: #333333; font-family: "helvetica" , "sans-serif"; mso-bidi-font-family: Arial;"><span class="msoIns"><ins>2ª parte: O engenho de seu Lula<o:p></o:p></ins></span></span></h2>
<div style="background: white; box-sizing: border-box; line-height: 18.75pt; margin-bottom: 15.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; outline: none;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.5pt;"><span class="msoIns"><ins>A segunda parte faz uma regressão temporal e apresenta ao
leitor a figura do capitão Tomás Cabral de Melo, o fundador do engenho Santa Fé.
Após sua morte, é o marido da filha (dona Amélia), seu Lula, quem passa a
conduzir o engenho.<o:p></o:p></ins></span></span></div>
<div style="background: white; border-left: solid #777777 3.0pt; border: solid #777777 1.0pt; mso-border-alt: solid #777777 .25pt; mso-border-left-alt: solid #777777 3.0pt; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 14.0pt 0cm 14.0pt;">
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: none; box-sizing: border-box; line-height: 21pt; margin: 0cm 0cm 15pt; outline: none; padding: 0cm;">
<i><span style="color: #333333; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 13.5pt;"><span class="msoIns"><ins>A carruagem atravessava as várzeas
do Santa Fé. Tudo estava coberto de mato. Só um partido de cana, umas três
cinqüentas, com o verde-escuro da cana bem criada. No mais era a mataria, o
tabocal, o mata-pasto, o melão-de–são-caetano se enrascando pelas estacas da
beira da estrada. Também não havia ninguém que quisesse plantar as terras do
Santa Fé. O coronel Lula não queria lavrador que lhe viesse com exigências
descabidas. Ali viera, logo depois de 88, um sujeito de Itambé, e fizera dum
partido de cana para mais de duzentos pães. Seu Lula implicara com o lavrador,
e no final da safra o homem deixara tudo e ganhara o mundo. A fama da
mesquinhez de seu Lula correra pelos quatro cantos. E por isso não aparecia
quem lhe quisesse plantar a várzea.<o:p></o:p></ins></span></span></i></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: none; box-sizing: border-box; line-height: 21pt; margin: 0cm 0cm 15pt; outline: none; padding: 0cm;">
<i><span style="color: #333333; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 13.5pt;"><span class="msoIns"><ins>A falta de habilidade de seu Lula
para conduzir o engenho é uma das causas da decadência do Santa Fé. Ele tinha a
fama de tratar com extrema violência os escravos, que acabam por debandar após
a abolição.<o:p></o:p></ins></span></span></i></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: none; box-sizing: border-box; line-height: 21pt; margin: 0cm 0cm 15pt; outline: none; padding: 0cm;">
<i><span style="color: #333333; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 13.5pt;"><span class="msoIns"><ins>Sem se entender com lavradores,
seu Lula vai afundando cada vez mais o engenho. Após um ataque epilético
torna-se um religioso fervoroso. Esta parte da narrativa termina com uma triste
constatação: “Acabara-se o Santa Fé”.<o:p></o:p></ins></span></span></i></div>
</div>
<h2 style="background: white; box-sizing: border-box; margin-bottom: 7.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 18.75pt; mso-line-height-alt: 12.0pt; outline: none;">
<span style="color: #333333; font-family: "helvetica" , "sans-serif"; mso-bidi-font-family: Arial;"><span class="msoIns"><ins>3ª parte: O capitão Vitorino<o:p></o:p></ins></span></span></h2>
<div style="background: white; box-sizing: border-box; line-height: 18.75pt; margin-bottom: 15.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; outline: none;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.5pt;"><span class="msoIns"><ins>O capitão Vitorino, compadre e amigo de Mestre Amaro, é o
personagem central da terceira parte. Luta por seus ideais, sendo sonhador em
demasia. Deseja ser um herói, mas para a maior parte da população do Pilar é
tido como um louco ou um bobo. A figura do “Papa Rabo”, como era conhecido
constitui uma mescla de dom Quixote e Sancho Pança, de Cervantes. Após um
incidente com o tenente, o capitão tem o reconhecimento que considera ser digno
dele.<o:p></o:p></ins></span></span></div>
<div style="background: white; border-left: solid #777777 3.0pt; border: solid #777777 1.0pt; mso-border-alt: solid #777777 .25pt; mso-border-left-alt: solid #777777 3.0pt; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 14.0pt 0cm 14.0pt;">
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: none; box-sizing: border-box; line-height: 21pt; margin: 0cm 0cm 15pt; outline: none; padding: 0cm;">
<i><span style="color: #333333; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 13.5pt;"><span class="msoIns"><ins>E quando o trem saiu com o velho
Vitorino, a estação estava cheia de gente que viera ver a partida do
prisioneiro. Todos se espantavam da coragem, do jeitão atrevido do velho. Era
homem que ninguém dava nada por ele e não tinha medo de coisa nenhuma. A velha
Adriana voltou para casa mais tranqüila. Vira o marido com os parentes ao seu
lado. Mas o tenente Maurício ficara na vila como um rei. Delegado e prefeito
não valiam nada para ele. (…)<o:p></o:p></ins></span></span></i></div>
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: none; box-sizing: border-box; line-height: 21pt; margin: 0cm 0cm 15pt; outline: none; padding: 0cm;">
<i><span style="color: #333333; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 13.5pt;"><span class="msoIns"><ins>Saíra um artigo no Norte com
queixa contra o tenente. O capitão Vitorino Carneiro da Cunha era apontado como
um cidadão pacato que levara uma surra da força volante. No outro dia apareceu
uma retificação. Era Vitorino que procurara o redator para contar tudo como se
passara. Não levara surra nenhuma. Em luta com o tenente, que procurava
humilhá-lo, fora ferido. Reagira à prisão. Toda esta perseguição só podia
atribuir às suas atitudes políticas. Estava contra o governo. Era
correligionário da candidatura de Rego Barros. Pois ficasse o governo certo de
que não havia força humana que o arredasse do seu caminho. Ele e todo o
eleitorado iriam às urnas para salvar a Paraíba dos oligarcas. A resposta de
Vitorino foi lida no Pilar, como mais uma do velho. Mas pelo estado correu a
notícia da violência. Os jornais de Recife falaram no caso. Um homem de bem, um
proprietário na Paraíba fora agredido pela força pública porque se mantinha
contra a situação. Era tudo o que Vitorino queria na vida. Voltaria assim da
capital como um chefe. Agora falava por cima dos ombros. O coronel Rego Barros
passara-lhe um telegrama do Rio com palavras de aplausos à sua atitude
corajosa. Seria recompensado com a vitória da causa. Pelos seus cálculos o
município era todo seu.<o:p></o:p></ins></span></span></i></div>
</div>
<div style="background: white; box-sizing: border-box; line-height: 18.75pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; outline: none;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.5pt;"><span class="msoIns"><ins>Quando o mestre
José Amaro suicida-se com uma faca de solar, é o capitão Vitorino quem cuida do
defunto. Também é ele quem vê, ao final da obra, o engenho Santa Rosa soltando
fumaça e a chaminé do Santa Fé com<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://www.coladaweb.com/biologia/botanica/flor" style="box-sizing: border-box; outline: none; transition: all 0.2s ease-in-out;" target="_self" title="flores"><span style="border: none 1.0pt; color: #0095ff; padding: 0cm; text-decoration: none;">flores</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>cobrindo a boca suja, O engenho estava
de “fogo morto”, ou seja, não produzia mais.<o:p></o:p></ins></span></span></div>
<h2 style="background: white; box-sizing: border-box; margin-bottom: 7.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 18.75pt; mso-line-height-alt: 12.0pt; outline: none;">
<span style="color: #333333; font-family: "helvetica" , "sans-serif"; mso-bidi-font-family: Arial;"><span class="msoIns"><ins>Decadência e esperança<o:p></o:p></ins></span></span></h2>
<div style="background: white; box-sizing: border-box; line-height: 18.75pt; margin-bottom: 15.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; outline: none;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.5pt;"><span class="msoIns"><ins>Fogo Morto representa a decadência de uma organização
econômica e social: o engenho. Através dos três personagens principais,
focalizados em cada uma das partes do romance, José Lins do Rego nos apresenta
diferentes reações às mudanças, que levam a diferentes destinos.<o:p></o:p></ins></span></span></div>
<div style="background: white; box-sizing: border-box; line-height: 18.75pt; margin-bottom: 15.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; outline: none;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.5pt;"><span class="msoIns"><ins>Mestre Amaro e o coronel Lula de Holanda resistem às mudanças
e por isso não se encaixam nesse mundo em transformação. O primeiro, um
artesão, representa o trabalho manual que deixará de existir na sociedade
industrial que começa a chegar com as usinas. O segundo representa uma
aristocracia rural inconformada pela perda de seu poder econômico e político, antes
absolutos. Apenas o capitão Vitorino parece reagir às mudanças de forma
positiva luta para modificar velhas estruturas porque quer construir uma
sociedade melhor, mais justa. Apesar de sua ingenuidade, insere no desfecho do
romance um toque de esperança.<o:p></o:p></ins></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<a href="http://www.coladaweb.com/resumos/fogo-morto">http://www.coladaweb.com/resumos/fogo-morto</a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<strong>Análise da obra</strong></div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<em>Fogo Morto</em> (1943) foi o décimo romance e é a obra-prima de José Lins do Rego. Romance de feição realista, revela o processo de mudanças sociais passados no Nordeste brasileiro, num período desde o Segundo Reinado até as primeiras décadas do século XX.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
Na verdade, apesar de sua estrutura literária sólida, <em>Fogo Morto é </em>um documento sociológico, que retrata o Nordeste e a oligarquia composta pelos senhores de engenho, ameaçada com a chegada do capital proveniente da industrialização. São engenhos de “fogo morto”, onde decai o patriarcalismo com suas tragédias humanas. O romance é a expressão de uma cultura, pois retrata o mundo da casa grande e o mundo da senzala com as conseqüências sociais do relacionamento de um com o outro.</div>
<div class="flexBanner" style="clear: both; color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; padding-bottom: 10px; text-align: center;">
<span id="qsjs"><div class="FLEX600" style="font-family: sans-serif; margin: 0px auto; max-width: 600px; padding-top: 10px; width: 600px;">
<center>
<br /></center>
</div>
</span></div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
José Lins do Rego manifesta a tendência regionalista de nossa literatura e de nossa ficção entre 1930 e 1945, configurando a situação política, econômica e social do Brasil. As oligarquias açucareiras são dominadas pelas oligarquias cafeeiras, revelando um sistema político apoiado em acordos de interesses, mantidos por Estados que se sustentam nos coronéis dos municípios.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
Desponta assim um regionalismo novo, diferente do regionalismo romântico: o exotismo e o pitoresco não interessam mais. Surge agora um Brasil doente, com fome, escondido que estava sob uma capa de “civilizado”. Surgem os problemas mais graves: o baixo nível de vida, o banditismo, a superstição, uma população dominada por uma classe minoritária. Esse tipo de regionalismo crítico aparecerá também nas obras de Jorge Amado, Graciliano Ramos e Rachel de Queiroz. Convém frisar que José Lins do Rego poderia ser colocado sob a bandeira do Manifesto Regionalista de Gilberto Freyre.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
O tema central de <em>Fogo Morto</em> é o desajuste das pessoas com a realidade resultante do declínio do escravismo nos engenhos nordestinos, nas primeiras décadas do século XX. Gira em torno de três personagens empolgantes, que são as três mais fortes personagens da sua criação ficcional. São elas: o mestre José Amaro, o artesão, o major Luís César de Holanda Chacon, o senhor de engenho decadente, e o capitão Vitorino Carneiro da Cunha, que é, sem dúvida, a maior personagem do livro e de todos os romances de José Lins do Rego.</div>
<div class="middleCntt" style="clear: both; color: #444444; float: left; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; margin-top: 3px; padding: 0px 15px 15px 0px; text-align: justify;">
<span id="qsif"><iframe allowtransparency="true" frameborder="0" height="250" marginheight="0" marginwidth="0" scrolling="no" src="http://e1.cdn.qnsr.com/cgi/d/2305/0/203/1418060/802812/i0.html?;p=%3BWT.qs_dlk%3DWCHV1QrIZ8YAAAeoSqUAAAAM%3B;s=12045;g=132631;x=1;y=http://www.passeiweb.com/estudos/livros/fogo_morto;d=::;z=393104623;" width="300"></iframe></span></div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<strong>Linguagem<em></em></strong></div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
Quando José Lins do Rego publicou <em>Fogo Morto, </em>já não se discutia mais a necessidade de renovar a linguagem literária brasileira na ficção. O compromisso regionalista de José Lins do Rego é sobretudo de âmbito popular, e é exatamente a linguagem popular da Paraíba, isolada de influências externas, conservada em sua autenticidade regional, que o escritor utiliza. É a linguagem dos poetas populares, distribuída, agora, com um ritmo narrativo mais tradicional.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
Quando Mário de Andrade, em <em>Macuna</em><em>íma, </em>procurou usar uma língua comum a todas as regiões do Brasil, ele estava consciente de estar realizando um experimento e não de estar criando uma linguagem. Mário apenas mostrou o que poderia e deveria ser a experiência coletiva de um povo.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
José Lins traz para a literatura a estilização da linguagem regional com absoluta autenticidade espontânea e pura, colhida na própria fonte, sem influência erudita.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
Assim, podemos observar essa diretriz no romance <em>Fogo Morto: o </em>ritmo fraseológico remontando à mais antiga tradição dos contadores de histórias, que foram os únicos artistas populares do Nordeste. Ora, os romances do ciclo da cana-de-açúcar são, uns mais, outros menos, memorialistas. Essas memórias enraízam-se também na linguagem dos cantadores nordestinos, nessa literatura oral de que o romance de José Lins contém traços marcantes.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<strong>Personagens</strong></div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
Cada uma das personagens principais representa, na verdade, uma classe social da população nordestina. As três personagens centrais estão envolvidas no cenário de miséria, doenças, e por uma politicagem e prepotência policial que defendem as minorias fortes e, como saída, o cangaço.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<strong>José Amaro - </strong>Trabalhador branco livre do Nordeste. Revela forte orgulho por ser branco e alta consciência de seu humano. Sabe que é explorado e não quer aceitar; porém não tem alternativa, salvo sua coragem e o apoio ao cangaço.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<strong>Coronel Lula de Holanda -</strong> Figura como representante da aristocracia arruinada dos engenhos. Possuí o orgulho despótico de um senhor feudal, mas perde o poder econômico. Refugia-se na religião, no amor ao passado, sem deixar de lado suas vaidades. Humilhado pela decadência e sofrendo as pressões do cangaço, isola-se.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<strong>Vitorino Carneiro da Cunha - </strong>Representa o eterno opositor, corajoso, que aceita todas as lutas, um idealista em defesa dos mais fracos. Plebeu e ao mesmo tempo aristocrata pelo parentesco com o coronel José Paulino, outorga-se o título de capitão.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
Freqüentemente fazem-se comparações entre Vitorino e a figura de D. Quixote. De fato, ele tem de D. Quixote o idealismo, a luta pelos fracos e pela justiça (verdadeiro moinho de vento no Nordeste). De Sancho Pança, Vitorino tem sua figura exterior: gordo, alegre, espirituoso, sempre montado em seu burro velho, aceitando pacificamente as perseguições dos moleques, que o chamam de “Papa-Rabo”. Assim, Vitorino representaria um D. Quixote sertanejo, uma das maiores criações de José Lins do Rego.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<strong>Tenente Maurício - </strong>Desempenha o papel do opressor, comandando uma tropa de homens mais temíveis que os próprios cangaceiros.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<strong>Negro Passarinho -</strong> Escravo recém-libertado, tem o vício da bebida.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<strong>Coronel José Paulino -</strong> Senhor de engenho, poderoso e forte, oportunista politicamente.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<strong>O Cego Torquato - </strong>Elemento de ligação do cangaceiro Antônio Silvino.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<strong>Antônio Silvino - </strong>Cangaceiro, apoiado por mestre José Amaro.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<strong>Cabra Alípio -</strong> Extremamente devotado ao cangaço.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<strong>Adriana - </strong>Mulher de Vitorino.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<strong>Sinhá -</strong> Mulher de José Amaro.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<strong>D. Amélia -</strong> Mulher do coronel Lula de Holanda. Representante feminino da aristocracia feudal do Nordeste. Moça prendada, educada na cidade e, agora, presa à tristeza do sertão.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<strong>Enredo e estrutura da obra</strong></div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
Narrada em terceira pessoa, a obra é dividida em três partes que se ligam e se completam: <em>O mestre José Amaro</em>, <em>O engenho do Seu Lula</em>, e <em>O Capitão Vitorino</em>. Convém destacar o caráter lúdico da composição, já que o autor entrelaça as ações das personagens em todas as partes, revelando a decadência do Engenho Santa Fé e das famílias que lá moravam.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
Três novelas interligadas, com a história pungente de três personagens trágicas. É um romance recheado de tristeza. A presença patética do romance é a de Vitorino Carneiro da Cunha, o Papa-Rabo, figura poderosa, inesquecível. É o romance cheio de loucura, que é uma das obsessões de José Lins, como a morte e o sexo. Em <em>Fogo Morto</em> análise e sexo se fundem. A obsessão angustiante do sexo é vencida pela análise da alma humana, naquele áspero mundo de fatalismo e misticismo. O autor nos envolve com seu estilo lírico, as três personagens entrecruzam-se no espaço e no tempo narrativo. É uma narrativa multifacetada, com pluralidade de visões. É o imenso painel da sociedade rural do Nordeste, na transição da economia mercantil para a economia pré-capitalista. É uma espécie de síntese de toda a obra ficcional de José Lins do Rego. <strong>Primeira parte</strong></div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<strong>O mestre José Amaro - </strong>Artesão que lida com couro, mora nas terras do engenho Santa Fé, pertencente ao coronel Lula de Holanda Chacon. O fantasma da decadência econômica – mais sugerida do que descrita – ronda o seu trabalho. José Amaro é um homem amargurado e sofrido que rebela-se contra a prepotência dos senhores de engenho através de uma altivez que beira a arrogância. O desprezo que sente pelos “coronéis” leva-o a engajar-se como informante do bando de cangaceiros chefiado por Antonio Silvino. Assim, ele manifesta sua rejeição aos poderosos e à ordem constituída.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
Contudo, José Amaro tem o coração moldado pelos valores patriarcais dominantes. Por isso, maltrata sua esposa, Sinhá, e sobretudo sua filha, Marta que, com trinta anos, continua solteira e começa a ter agudas convulsões nervosas. Em um dos momentos mais dramáticos de todo o romance, José Amaro espanca longa e violentamente a filha em meio a uma dessas convulsões. A partir de então, Marta vive em estado de torpor, falando coisas sem nexo. Cada vez mais infeliz, o mestre seleiro caminha à noite pelas estradas próximas, ruminando as suas frustrações. O povo da região passa ver nele a encarnação de um lobisomem e o evita cada vez mais.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
O destino de José Amaro se decide apenas na terceira parte da obra. Sinhá e Marta o abandonam e o artesão percebe sua incapacidade de opor-se às classes dirigentes. Dirige então o seu temperamento violento contra si próprio e suicida-se com o mesmo instrumento que representava sua sobrevivência: a faca de cortar sola.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<strong>Segunda parte</strong></div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<strong>O Engenho do Seu Lula - </strong>Senhor do engenho Santa Fé, que obtivera através do casamento com Amélia, filha do poderoso capitão Tomás Cabral de Melo, “seu” Lula é prepotente e mesquinho, trata tão mal os escravos que estes, após a Abolição, abandonam em massa a propriedade rural Desinteressado das questões práticas, administra pessimamente o engenho, levando-o a rápido declínio. Face a incapacidade de seu proprietário, o Santa Fé, em dado momento, não produz mais açúcar. A sobrevivência familiar fica restrita à criação de galinhas e à produção de ovos, das quais se encarrega Amélia, a esposa do decrépito coronel.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
No entanto, Lula de Holanda Chacon mantém a pose de grande senhor, pose traduzida no cabriolé (pequena carruagem de luxo) com que percorre as estradas, sem cumprimentar ninguém. Autoritário, impede que sua filha Nenén namore um rapaz de origem humilde. Esta, condenada a permanecer solteira, fecha-se sobre si própria e torna-se alvo de riso e deboche da vizinhança. Enquanto isso, alienado dos problemas econômicos que causam a derrocada de seu mundo, Lula entrega-se à práticas místicas, sob influência de Floripes, um negro que era seu afilhado. Como em outros momentos de Fogo morto, o desequilíbrio psíquico decorre do processo de decadência social. Cabe a mulher do senhor de engenho, a compreensão lúcida e triste do fim de tudo: <em>Os galos começaram a cantar, o chocalho de um boi no curral batia como toque de sino. O negro saiu e D. Amélia ficou a olhar a noite...Agora ouvia uma cantoria fanhosa, um gemer que abafava o canto dos galos. Da casa de Macário saíam vozes, chorando uma morta. D. Amélia fechou a porta da cozinha. Dentro de sua casa uma coisa pior que a morte. Não havia vozes que amansassem as dores que andavam no coração de seu povo. Viu a réstia que vinha do quarto dos santos, da luz mortiça da lâmpada de azeite. Caiu nos pés de Deus, com o corpo mais doído que o de Lula, com a alma mais pesada que a de Nenén.</em></div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<em>Acabara-se o Santa Fé.</em></div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<strong>Terceira parte</strong></div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
<em>O Capitão Vitorino</em><strong> - </strong>Personagem cujas origens o vinculam às famílias tradicionais da região açucareira, as quais já pertenceu socialmente, embora hoje seja apenas um pequeno proprietário que vive de maneira modesta. Nas duas primeira partes da obra, o capitão Vitorino é uma figura ridícula, quase grotesca, a ponto de ser denominado de Papa-Rabo pelos moleques. Na terceira parte, contudo, ele se eleva, assumindo a condição de um homem idealista e quixotesco. De Dom Quixote, Vitorino possui o sentido nobre dos gestos e uma percepção limitada da realidade, que o leva investir contra tudo aquilo que lhe parece injustiça, sem medir a força do inimigo, nem pesar as conseqüências de suas ações.. Contesta o poder absoluto dos senhores de engenho, da polícia militar e até dos cangaceiros, defendendo ideais éticos que parecem inviáveis na vida cotidiana da região. Acredita que, pelo poder do voto, possa instaurar uma ordem institucional num meio em que a única lei é o arbítrio dos latifundiários. Trata-se de um liberal humanista, mais preocupado com o uso e abuso da força do que propriamente com os desníveis sociais existentes na sociedade da cana-de-açúcar. Estas faces contraditórias da visão de mundo de Vitorino não lhe retiram a grandeza humana e literária. Ao contrário, fazem parte de sua personalidade multifacetada.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
Apesar de sua estrutura sólida, <em>Fogo Morto</em> é um documento sociológico, que retrata o Nordeste e a oligarquia composta pelos senhores de engenho, ameaçada com a chegada do capital proveniente da industrialização. São engenhos de "fogo morto", onde decai o patriarcalismo com suas tragédias humanas.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;">
Convém destacar o caráter lúdico da composição que o autor entrelaça as ações das personagens em as partes, revelando a decadência do Engenho Santa Fé e das famílias que lá moravam.</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: 14px;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: 14px;">http://www.passeiweb.com/estudos/livros/fogo_morto</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: 14px;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: 14px;"><br /></span></span></div>
</div>
Professora Raimundinhahttp://www.blogger.com/profile/08236651134699451270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1059949940634911396.post-17532877057523186722016-09-12T15:58:00.000-07:002016-09-12T15:58:38.178-07:00<div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;">
<span style="border: none windowtext 1.0pt; font-size: 22.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 18.0pt; padding: 0cm;">Vidas Secas –
Graciliano Ramos</span><span style="font-size: 22.0pt; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 18.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 20.95pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Vidas Secas</span></i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> foi o romance responsável por popularizar <a href="http://www.coladaweb.com/biografias/graciliano-ramos"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Graciliano
Ramos</span></a> ao retratar a vida de uma família de retirantes: Fabiano,
Sinhá Vitória, “o menino mais velho”, “o menino mais novo” e a cachorra Baleia.
Publicado em 1938, ultrapassou as tendências regionalistas da geração de 1930 e
foi o único romance do autor escrito em terceira pessoa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 20.95pt; margin-bottom: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Em Vidas secas, a grande
obra regionalista modernista, o drama social do Nordeste é representado nas
figuras humanas marcadas pela miséria e pela seca da região.</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.0pt; margin-bottom: 8.35pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 20.95pt; mso-outline-level: 2; text-align: center;">
<span style="font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">RESUMO DO LIVRO<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 20.95pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> O
romance narra a história da retirada de uma família de nordestinos por causa da
seca. Através da narrativa, o leitor entra em contato com o sertão e o
sofrimento da família deFabiano.
Observa-se que mal há comunicação entre eles; as crianças não têm nomes, o que
demarca fortemente o processo de animalização das personagens para frisar a
vida dos fugitivos da seca.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 20.95pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> Anseios,
sonhos, frustrações e muito sofrimento vêm à tona enquanto a família se retira.
É interessante a inversão de papéis que há entre Fabiano e a cachorra Baleia, enquanto o humano é
zoomorfizado, o animal é antropomorfizado, ou seja, Fabiano está mais próximo
de um animal, e Baleia é humanizada, tem nome e pensa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 20.95pt; margin-bottom: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> Fabiano arruma um emprego de
vaqueiro numa propriedade que a família ocupa na época da chuva. É preso
injustamente pelo soldado amarelo, que, neste caso, representa a autoridade do
governo. Com a prisão, o personagem analisa a sua própria condição de homem-bicho
e se dá por vencido diante das desilusões em relação à vida dos filhos. O
vaqueiro é sempre ameaçado de demissão pelo patrão que o rouba nas contas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 20.95pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> Sinhá Vitória</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> é impaciente com os filhos, sua ignorância é
menor que a do marido, pois pensa com clareza e sabe contar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 20.95pt; margin-bottom: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> Baleia pensa e sente como um humano.
Na trama ela adoece, fato que leva o vaqueiro a pensar que está com hidrofobia
e matá-la. Com a agonia da morte, a cachorra faz uma autoanálise e não
compreende os motivos do dono, enfim, morre sonhando com um mundo cheio de
preás gordos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 20.95pt; margin-bottom: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> A seca volta e anuncia um tempo de
miséria e fome. Sinhá Vitória vê o futuro com otimismo e transmite paz a
Fabiano que analisa sua vida. Com a seca, os retirantes deixam a casa da
fazenda e recomeçam a and<span style="color: #333333;">ança sem rumo retratada no
início da narrativa.<o:p></o:p></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.0pt; margin-bottom: 8.35pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 20.95pt; mso-outline-level: 2; text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">ESTRUTURA DA OBRA<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 20.95pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> Graciliano
Ramos escreveu cada capítulo de Vidas secas como se fossem episódios separados
e independentes dos outros. Assim, se tem fragmentos que se unem para formar um
todo a partir do próprio leitor. A retomada no início da narrativa no final da
obra é proposital, haja vista que não há fim determinado, deixando o caminho
livre para a imaginação do leitor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 20.95pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> O foco narrativo da obra está em
terceira pessoa, marcado pelo narrador onisciente que mergulhar no interior das
personagens a fim de trazer à tona pensamentos e sentimentos humanizados.
Usando, várias vezes, o discurso indireto livre, visto que a família pouco fala
e precisa de ajuda do narrador nesse quesito, Graciliano montou um quadro que
extrapola os limites do simples regional. É importante saber que embora raras,
as falas das personagens aparecem em discurso direto. Há também monólogos
internos, já que as personagens por nãos e expressarem bem evitam conversar
entre si.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 20.95pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> O tempo na obra está voltado para o
psicológico, haja vista que não se estabelecem datas cronológicas. As ações das
personagens ocorrem entre uma seca e outra, entretanto, não é possível
determinar um tempo cronológico exato.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 20.95pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> O espaço da obra é o sertão
nordestino, bem definido nas descrições e caracterizações.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.0pt; margin-bottom: 8.35pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 20.95pt; mso-outline-level: 2; text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">PRINCIPAIS PERSONAGENS<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 20.95pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Fabiano</span></b><span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> – é um homem
que apesar das adversidades é capaz de se analisar, mesmo possuindo
dificuldades de comunicação. Na maioria das vezes se comunica por meio de sons
e interjeições, portanto percebe-se que tal fato assemelha-se ao mundo animal
(zoomorfização). Fabiano tem complexo de inferioridade, por isso submete-se às
autoridades e aos poderosos. É conformado com vida que ele e sua família têm e
atribui isso ao destino. Na obra é a representação alegórica da seca.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 20.95pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Sinhá Vitória </span></b><span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">– mulher de
Fabiano, é determinada e forte. É impaciente com os cuidados da casa e dos
filhos. Tem uma percepção superior a do esposo e é capaz de pensar com clareza
e objetividade. Além de tudo, sabe contar. Tem a habilidade de manter acesa a
esperança de um futuro melhor para ela e sua família.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 20.95pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O menino mais nov</span></b><span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">o </span><span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">– esse filho quase não se comunica, mas adora pensar que um dia quando
crescer será admirado e respeitado pelo irmão e pela cachorra. Sonha em ser
vaqueiro, tal qual ao pai.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 20.95pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O menino mais velho</span></b><span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> – sem amigos
e solitário, vê na cachorra a única amizade possível. É bastante curioso e
adora fazer perguntas, entretanto, é sempre repreendido. Sonha em ter um amigo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 20.95pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Baleia</span></b><span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> – é uma
cachorra que possui sentimentos e pensamentos humanos, daí a antropomorfização.
No início da narrativa, ela salva a família da fome ao caçar preás. É morta por
Fabiano, pois apresentava sintomas de raiva. Baleia é a representatividade da
fidelidade ao dono e sua família; não entende as atitudes humanas e não
compreende os pontapés que ganha sem motivo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 20.95pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Soldado amarelo</span></b><span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> </span><span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">– símbolo da autoridade do governo e da injustiça contra os mais fracos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 20.95pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Patrão</span></b><span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> – símbolo da
opressão dos poderosos e da exploração do trabalho alheio. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 20.95pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 20.95pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS</span><span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 20.95pt; margin-bottom: 16.75pt; text-align: right;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 23. ed. São Paulo:
Martins, 1969.<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 20.95pt; margin-bottom: 16.75pt; text-align: right;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">AZEVEDO, Alexandre. SÁ, Sheila Pelegri de.
LITERATURA: segunda geração modernista. Ético Sistema de Ensino, 2012.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> <a href="http://www.coladaweb.com/resumos/vidas-secas">http://www.coladaweb.com/resumos/vidas-secas</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 16.75pt; margin-bottom: 4.2pt; mso-outline-level: 2; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; letter-spacing: -.85pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">CONTEXTUALIZAÇÃO
HISTÓRICA<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 20.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 12pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Os
abalos sofridos pelo povo brasileiro em torno dos acontecimentos de 1930, a
crise econômica provocada pela quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, a
crise cafeeira, a Revolução de 1930 e o acelerado declínio do Nordeste
condicionaram um novo estilo ficcional, notadamente mais adulto, mais
amadurecido, mais moderno, que se marcaria pela rudeza, por uma linguagem mais
brasileira, por um enfoque direto dos fatos, por uma retomada do naturalismo.
Principalmente no plano da narrativa documental, temos também o romance
nordestino, liberdade temática e rigor estilístico.</span></span><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 16.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Os romancistas de 30
caracterizavam-se por adotarem visão crítica das relações sociais, regionalismo
ressaltando o homem hostilizado pelo ambiente, pela terra, cidade, o homem
devorado pelos problemas que o meio lhe impõe.</span><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; mso-line-height-alt: 16.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; mso-line-height-alt: 16.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<strong><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 1pt none windowtext; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: 20pt; padding: 0cm;"> Sobre Graciliano
Ramos<o:p></o:p></span></strong></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 16.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">Graciliano
Ramos de Oliveira nasceu em Quebrangulo, Alagoas, em 27 de outubro de 1892.
Terminando o segundo-grau em Maceió, </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">mas não cursou nenhuma faculdade. Após breve estada
no Rio de Janeiro como revisor dos jornais "Correio da Manhã" e
"A Tarde", passou a fazer jornalismo e política, elegendo-se prefeito
em 1927.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 16.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">Em
1915 volta para o Alagoas e casa-se com Maria Augusta de Barros, que falece em
1920 e o deixa com quatro filhos.</span><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 1pt none windowtext; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: 20pt; padding: 0cm;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 16.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">Trabalhando
como prefeito de uma pequena cidade interiorana, foi convencido por Augusto
Schmidt a publicar seu primeiro livro, "Caetés" (1933), com o qual
ganhou o prêmio Brasil de Literatura. Entre 1930 e 1936 morou em Maceió e
seguiu publicando diversos livros enquanto trabalhava como editor, professor e
diretor da Instrução Pública do Estado. Foi preso político do governo Getúlio
Vagas enquanto se preparava para lançar "Angústia", que conseguiu
publicar com a ajuda de seu amigo José Lins do Rego em 1936. Em 1945 filia-se
ao Partido Comunista do Brasil e realiza durante os anos seguintes uma viagem à
URSS e países europeus junto de sua segunda esposa, o que lhe rende seu livro
"Viagem" (1954).</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 16.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Foi preso em 1936 sob acusação de
comunista e nesta fase escreveu "Memórias do Cárcere", um sério
depoimento sobre a realidade brasileira. Depois do cárcere, morou no Rio de
Janeiro. Em 1945, integrou-se no Partido Comunista Brasileiro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 16.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Graciliano estreou em 1933 com
"Caetés". Outro livro seu, "São Bernardo", é verdadeira
obra prima da literatura brasileira. Depois vieram "Angústia" (1936)
e "Vidas Secas" (1938), inspirados em Machado de Assis.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 16.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">Artista
do segundo movimento modernista, Graciliano Ramos denunciou fortemente as
mazelas do povo brasileiro, principalmente a situação de miséria do sertão
nordestino. Adoece gravemente em 1952 e vem a falecer de câncer do pulmão em 20
de março de 1953 aos 60 anos.</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"><br />
<br />
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">Suas principais obras são: "Caetés"
(1933), "São Bernardo" (1934), "Angústia" (1936),
"Vidas Secas" (1938), "Infância" (1945),
"Insônia" (1947), "Memórias do Cárcere" (1953) e
"Viagem" (1954).</span></span><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 1pt none windowtext; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; padding: 0cm;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 16.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"> Podemos
justificar isto com passagens do texto:<o:p></o:p></span></div>
<ul type="disc">
<li class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">"Os infelizes tinham caminhado o dia
inteiro, estavam cansados e famintos."<o:p></o:p></span></li>
<li class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">"A caatinga estendia-se de um vermelho
indeciso salpicado de manchas brancas que eram ossadas"<o:p></o:p></span></li>
<li class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">"Resolvera de supetão aproveitá-lo
(papagaio) como alimento..."<o:p></o:p></span></li>
<li class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">"Miudinhos, perdidos no deserto queimado,
os fugitivos agarraram-se, somaram as suas desgraças e os seus
pavores."<o:p></o:p></span></li>
</ul>
<h2 style="background: white; line-height: 16.75pt; margin-bottom: 4.2pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #1a5c89; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 15.0pt; letter-spacing: -.85pt;"> </span></h2>
<h2 style="background: white; line-height: 16.75pt; margin-bottom: 4.2pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #1a5c89; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 15.0pt; letter-spacing: -.85pt;">ESTUDO DA LINGUAGEM<o:p></o:p></span></h2>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 115%;">Tipo de discurso: indireto
livre.</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 115%;"><br />
<span style="background: white;">Foco narrativo: terceira pessoa.</span></span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Adjetivos, figuras de linguagem:<br />
Metáfora: " - Você é um bicho, Fabiano."<br />
Prosopopéia: compara Baleia com gente.<o:p></o:p></span></div>
<h2 align="center" style="background: white; line-height: 16.75pt; margin: 0cm 0cm 4.2pt; text-align: center;">
<span style="color: #1a5c89; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 15.0pt; letter-spacing: -.85pt;">ANÁLISE
DAS IDEIAS<o:p></o:p></span></h2>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="background: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Comentário Crítico:<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br />
<span style="background: white;">Esse livro retrata fielmente a realidade
brasileira. Não só da época em que o livro foi escrito, mas também nos dias de
hoje, relatando situações como injustiça social, miséria, fome, desigualdade,
seca, o que nos remete à ideia de que o homem se animalizou sob condições
sub-humanas de sobrevivência.</span></span><span style="background: white; color: #494949; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> O livro possui 13 capítulos que, por não terem uma linearidade
temporal, podem ser lidos em qualquer ordem. Porém, o primeiro,
"Mudança", e o último, "Fuga", devem ser lidos nessa
sequência, pois apresentam uma ligação que fecha um ciclo. "Mudança"
narra as agruras da família sertaneja na caminhada impiedosa pela aridez da
caatinga, enquanto que em "Fuga" os retirantes partem da fazenda para
uma nova busca por condições mais favoráveis de vida. Assim, pode-se dizer que
a miséria em que as personagens vivem em Vidas Secas representa um ciclo.
Quando menos se espera, a situação se agrada e a família é obrigada a se mudar
novamente.</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<h3 style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">Mudança</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></h3>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 115%;">Em meio à paisagem hostil do
sertão nordestino, quatro pessoas e uma cachorrinha se arrastam numa
peregrinação silenciosa. O menino mais velho, exausto da caminhada sem fim,
deita-se no chão, incapaz de prosseguir, o que irrita Fabiano, seu pai, que lhe
dá estocadas com a faca no intuito de fazê-lo levantar. Compadecido da situação
do pequeno, o pai toma-o nos braços e carrega-o, tornando a viagem ainda mais
modorrenta.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">A cadela
Baleia acompanha o grupo de humanos agora sem a companhia do outro animal da
família, um papagaio, que fora sacrificado na véspera a fim de aplacar a fome
que se abatia sobre aquelas pessoas. Na verdade, era um papagaio estranho, que
pouco falava, talvez porque convivesse com gente que também falava pouco.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Errando por caminhos incertos, Fabiano e família encontram uma
fazenda completamente abandonada. Surge a intenção de se fixar por ali. Baleia
aparece com um preá entre os dentes, causando grande alegria aos seus donos.
Haveria comida. Descendo ao bebedouro dos animais, em meio à lama, Fabiano
consegue água. Há uma alegria em seu coração, novos ventos parecem soprar para
a sua família. Pensa em Seu Tomás da bolandeira. Pensa na mulher e nos
filhos.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">A inesperada caça é preparada, o que garante um rápido momento de
felicidade ao grupo. No céu, já escuro, uma nuvem - sempre um sinal de
esperança. Fabiano deseja estabelecer-se naquela fazenda. Será o dono dela. A
vida melhorará para todos.<o:p></o:p></span></div>
<h3 style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">Fabiano </span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></h3>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 115%;">Em vão Fabiano procura por
uma raposa. Apesar do fracasso da empreitada, ele está satisfeito. Pensa na
situação da família, errante, passando fome, quando da chegada àquela fazenda.
Estavam bem agora. Fabiano se orgulha de vencer as dificuldades tal qual um
bicho. Agora ele era um vaqueiro, apesar de não ter um lugar próprio para
morar. A fazenda aparentemente abandonada tinha um dono, que logo aparecera e
reclamara a posse do local. A solução foi ficar por ali mesmo, servindo ao
patrão, tomando conta do local. Na verdade, era uma situação triste, típica de
quem não tem nada e vive errante. Sentiu-se novamente um animal, agora
com uma conotação negativa. Pouco falava, admirava e tentava imitar a fala
difícil das pessoas da cidade. Era um bicho.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">A uma
pergunta de um dos filhos, Fabiano irrita-se. Para que perguntar as coisas?
Conversaria com Sinhá Vitória sobre isso. Essas coisas de pensamento não
levavam a nada. Seu Tomás da bolandeira, apesar de admirado por Fabiano pelas
suas palavras difíceis, não acabara como todo mundo? As palavras, as ideias,
seduziam e cansavam Fabiano.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Pensou na brutalidade do patrão, a tratá-lo como um traste. Pensou
em Sinhá Vitória e seu desejo de possuir uma cama igual à de Seu Tomás da
bolandeira. Eles não poderiam ter esse luxo, cambembes que eram. Sentiu-se
confuso. Era um forte ou um fraco, um homem ou um bicho? Sentia, por vezes,
ímpeto de lutador e fraqueza de derrotado.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Lembrando dos meninos, novamente, achou que, quando as coisas
melhorassem, eles poderiam se dar ao luxo daquelas coisas de pensar. Por ora,
importante era sobreviver. Enquanto as coisas não melhorassem, falaria com
Sinhá Vitória sobre a educação dos pequenos.<o:p></o:p></span></div>
<h3 style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">Cadeia</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></h3>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 115%;">Fabiano vai à feira comprar
mantimentos, querosene e um corte de chita vermelha. Injuriado com a qualidade
do querosene e com o preço da chita, resolve beber um pouco de pinga na
bodega de seu Inácio. Nisso, um soldado amarelo convida-o para um jogo de cartas.
Os dois acabam perdendo, o que irrita o soldado, que provoca Fabiano quando
esse está de partida. A ideia do jogo havia sido desastrosa. Perdera dinheiro,
não levaria para casa o prometido. Fabiano, agora, pensava em como enganar
Sinhá Vitória, mas a dificuldade de engendrar um plano o atormentava.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">O
soldado, provocador, encara o vaqueiro e barra-lhe a passagem. Pisa no pé de
Fabiano que, tentando contornar a situação à sua maneira, aguenta os insultos
até o possível, terminando por xingar a mãe do soldado amarelo. Destacamento à
sua volta. Cadeia. Fabiano é empurrado, humilhado publicamente.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">No xadrez, pensa por que havia acontecido tudo aquilo com ele. Não
fizera nada, se quisesse até bateria no mirrado amarelo, mas ficara quieto. Em
meio a rudes indagações, enfureceu-se, acalmou-se, protestou inocência.
Amolou-se com o bêbado e com a quenga que estavam em outra cela. Pensou na
família. Se não fosse Sinhá Vitória e as crianças, já teria feito uma besteira
por ali mesmo. Quando deixaria que um soldadinho daqueles o humilhasse tanto?
Arquitetou vinganças, gritou com os outros presos e, no meio de sua
incompreensão com os fatos, sentiu a família como um peso a carregar.<o:p></o:p></span></div>
<h3 style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">Sinhá
Vitória</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></h3>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 115%;">Naquele dia, Sinhá Vitória
amanhecera brava. A noite mal dormida na cama de varas era o motivo de sua
zanga. Falara pela manhã, mais uma vez, com Fabiano sobre a dificuldade de
dormir naquela cama. Queria uma cama de lastro de couro, como a de Seu Tomás da
bolandeira, como a de pessoas normais.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Havia um
ano que discutia com o marido a necessidade de uma cama decente e, em meio a
uma briga por causa das "extravagâncias" de cada um, Sinhá Vitória
certa vez ouviu Fabiano dizer-lhe que ela ficava ridícula naqueles sapatos de
verniz, caminhando como um papagaio, trôpega, manca. A comparação machucou-a.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Agora, ela irritava-se com o ronco de Fabiano ao lembrar-se de
suas palavras. Circulando pela casa, fazia suas tarefas em meio à reza e à
atenção ao que acontecia lá fora. Por pensar ainda na cama e na comparação
maldosa de Fabiano, quase esqueceu de pôr água na comida. Veio-lhe a lembrança
do bebedouro em que só havia lama. Medo da seca. Olhou de novo para seus pés e
inevitavelmente achou Fabiano mau. Pensou no papagaio e sentiu pena dele.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Lá fora, os meninos brincavam em meio à sujeira. Dentro de casa,
Fabiano roncava forte, seguro, o que indicava a Sinhá Vitória que não deveria
haver perigo algum por ali. A seca deveria estar longe. As coisas, agora,
pareciam mais estáveis, apesar de toda a dificuldade. Lembrou-se de como haviam
sofrido em suas andanças. Só faltava uma cama. No fundo, até mesmo Fabiano
queria uma cama nova.<o:p></o:p></span></div>
<h3 style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">O
menino mais novo </span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></h3>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 115%;">A imagem altiva do pai foi
que lhe fez surgir a ideia. Fabiano, armado como vaqueiro, domava a égua brava
com o auxílio de Sinhá Vitória. O espetáculo grosseiro excitava o menor dos
garotos, impressionado com a façanha do pai e disposto a fazer algo que também
impressionasse o irmão mais velho e a cachorra Baleia. No dia seguinte, acordou
disposto a imitar a façanha do pai. Para tanto, quis comunicar a intenção ao
mano, mas evitou, com medo de ser ridicularizado.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Quando as
cabras foram ao bebedouro, levadas pelo menino mais velho e por Baleia, o
pequeno tomou o bode como alvo de sua ação. Sentia-se altivo como Fabiano
quando montava. No bebedouro, o garoto despencou da ribanceira sobre o animal,
que o repeliu. Insistente, tentou se aprumar mas foi sacudido impiedosamente,
praticando um involuntário salto mortal que o deixou, tonto, estatelado ao
chão. O irmão mais velho ria sem parar do ridículo espetáculo, Baleia parecia
desaprovar toda aquela loucura. Fatalmente seria repreendido pelos pais.
Retirou-se humilhado, alimentando a raivosa certeza de que seria grande, usaria
roupas de vaqueiro, fumaria cigarros e faria coisas que deixariam Baleia e o irmão
admirados.<o:p></o:p></span></div>
<h3 style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">O
menino mais velho</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></h3>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 115%;">Aquela palavra tinha chamado
a sua atenção: inferno. Perguntou à Sinhá Vitória, vaga na resposta. Perguntou
a Fabiano, que o ignorou. Na volta à Sinhá Vitória, indagou se ela já tinha
visto o inferno. Levou um cascudo e fugiu indignado. Baleia fez-lhe companhia
tentando alegrá-lo naquela hora difícil.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Decidiu
contar à cachorrinha uma história, mas o seu vocabulário era muito restrito,
quase igual ao do papagaio que morrera na viagem. Só Baleia era sua amiga
naquele momento. Por que tanta zanga com uma palavra tão bonita? A culpa era de
Sinhá Terta, que usara aquela palavra na véspera, maravilhando o ouvido atento
do garoto mais velho.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Olhou para o céu e sentiu-se melancólico. Como poderiam existir
estrelas? Pensou novamente no inferno. Deveria ser, sim, um lugar ruim e
perigoso, cheio de jararacas e pessoas levando cascudos e pancadas com a bainha
da faca. Sempre intrigado, abraçou-se à Baleia como refúgio.<o:p></o:p></span></div>
<h3 style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">Inverno</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></h3>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 115%;">Todos estavam reunidos em
volta do fogo, procurando aplacar o frio causado pelo vento e pela água que
agitava a paisagem fora da casa. Chegara o inverno, e isso reunia a família
próxima à fogueira. Pai e mãe conversavam daquele jeito de sempre, estranho, e
os meninos, deitados, ficavam ouvindo as histórias inventadas por Fabiano, de
feitos que ele nunca tinha realizado, aventuras nunca vividas. Quando o mais
velho levantou-se para buscar mais lenha, foi repreendido severamente pelo pai,
aborrecido pela interrupção de sua narrativa.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">A chuva
dava à família a certeza de que a seca não chegaria por enquanto. Isso alegrava
Fabiano. Sinhá Vitória, porém, temia por uma inundação que os fizesse subir ao
morro, novamente errantes. A água, lá fora, ampliava sua invasão.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Fabiano empolgava-se mais ainda em contar suas façanhas. A chuva
tinha vindo em boa hora. Após a humilhação na cidade, decidira que, com a
chegada da seca, abandonaria a família e partiria para a vingança contra o
soldado amarelo e demais autoridades que lhe atravessassem o caminho. A chegada
das águas interrompera aqueles planos sinistros. Em meio à narrativa empolgada,
Fabiano imaginava que as coisas melhorariam a partir dali; quem sabe, Sinhá
Vitória até pudesse ter a cama tão desejada.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Para o filho mais novo, o escuro e as sombras geradas pela
fogueira faziam da imagem do pai algo grotesco, exagerado. Para o mais velho, a
alteração feita por Fabiano na história que contava era motivo de desconfiança.
Algo não cheirava bem naquele enredo. Sempre pensativo, o menino mais velho
dormiu pensando na falha do pai e nos sapos que estariam lá fora, no frio.<span class="apple-converted-space"> </span><br />
Baleia, incomodada com a arenga de Fabiano, procurava sossego naquela paisagem
interior. Queria dormir em paz, ouvindo o barulho de fora.<o:p></o:p></span></div>
<h3 style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">Festa</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></h3>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 115%;">A família foi à festa de
Natal na cidade. Todos vestidos com suas melhores roupas, num traje pouco comum
às suas figuras, o que lhes dava um ar ridículo. A caminhada longa tornava-se
ainda mais cansativa por causa daquelas roupas e sapatos apertados. O mal-estar
era geral, até que Fabiano cansou-se da situação e tirou os sapatos, metendo as
meias no bolso, livrando-se ainda do paletó e da gravata que o sufocava. Os
demais fizeram o mesmo. Voltaram ao seu natural. Baleia juntou-se ao grupo.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Chegando
à cidade, foram todos lavar-se à beira de um riacho antes de se integrarem à festa.
Sinhá Vitória carregava um guarda-chuva. Fabiano marchava teso. Os meninos
maravilham-se, assustados, com tantas luzes e gente. A igreja, com as imagens
nos altares, encantou-os mais ainda. O pai espremia-se no meio da multidão,
sentindo-se cercado de inimigos. Sentia-se mangado por aquelas pessoas que o
viam em trajes estranhos à sua bruta feição. Ninguém na cidade era bom.
Lembrou-se da humilhação imposta pelo soldado amarelo quando estivera pela
última vez na cidade.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">A família saiu da igreja e foi ver o carrossel e as barracas de
jogos. Como Sinhá Vitória negou-lhe uma aposta no bozó, Fabiano afastou-se da
família e foi beber pinga. Embriagando-se, foi ficando valente. Imaginava, com
raiva, por onde andava o soldado amarelo. Queria esganá-lo. No meio da
multidão, gritava, provocava um inimigo imaginário. Queria bater em alguém,
poderia matar se fosse o caso. Vez ou outra, interrompia suas imprecações para
uma confusa reflexão. Cansado do seu próprio teatro, Fabiano deitou no chão,
fez das suas roupas um travesseiro e dormiu pesadamente.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Sinhá Vitória, aflita, tinha que olhar os meninos, não podia
deixar o marido naquele estado. Tomando coragem para realizar o que mais queria
naquele momento, discretamente esgueirou-se para uma esquina e ali mesmo
urinou. Em seguida, para completar o momento de satisfação, pitou num cachimbo
de barro pensando numa cama igual à de seu Tomás da bolandeira.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Os meninos também estavam aflitos. Baleia sumira na confusão de
pessoas, e o medo de que ela se perdesse e não mais voltasse era grande. Para
alívio dos pequenos, a cachorrinha surge de repente e acaba com a tensão.
Restava, agora, aos pequenos, o maravilhamento com tudo de novo que viam. O
menor perguntou ao mais velho se tudo aquilo tinha sido feito por gente. A
dúvida do maior era se todas aquelas coisas teriam nome. Como os homens
poderiam guardar tantas palavras para nomear as coisas?<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Distante de tudo, Fabiano roncava e sonhava com soldados amarelos.<o:p></o:p></span></div>
<h3 style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">Baleia</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></h3>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 115%;">Pelos caídos, feridas na
boca e inchaço nos beiços debilitaram Baleia de tal modo que Fabiano achou que
ela estivesse com raiva. Resolveu sacrificá-la. Sinhá Vitória recolheu os
meninos, desconfiados, a fim de evitar-lhes a cena.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Baleia
era considerada como um membro da família, por isso os meninos protestaram,
tentando sair ao terreiro para impedir a trágica atitude do pai. Sinhá Vitória
lutava com os pequenos, porque aquilo era necessário, mas aos primeiros
movimentos do marido para a execução, lamentou o fato de que ele não tivesse
esperado mais para confirmar a doença da cachorrinha.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Ao primeiro tiro, que pegou o traseiro da cachorra e
inutilizou-lhe uma perna, as crianças começaram a chorar desesperadamente.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Começou, lá fora, o jogo estratégico da caça e do caçador. Baleia
sentia o fim próximo, tentava esconder-se e até desejou morder Fabiano. Um nevoeiro
turvava a visão da cachorrinha, havia um cheiro bom de preás. Em meio à agonia,
tinha raiva de Fabiano, mas também o via como o companheiro de muito tempo. A
vigilância às cabras, Fabiano, Sinhá Vitória e as crianças surgiam à Baleia em
meio a uma inundação de preás que invadiam a cozinha. Dores e arrepios. Sono. A
morte estava chegando para Baleia.<o:p></o:p></span></div>
<h3 style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">Contas</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></h3>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 115%;">Fabiano retirava para si
parte do que rendiam os cabritos e os bezerros. Na hora de fazer o acerto de
contas com o patrão, sempre tinha a sensação de que havia sido enganado. Ao
longo do tempo, com a produção escassa, não conseguia dinheiro e endividava-se.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Naquele
dia, mais uma vez Fabiano pedira a Sinhá Vitória para que ela fizesse as
contas. O patrão, novamente, mostrou-lhe outros números. Os juros causavam a
diferença, explicava o outro. Fabiano reclamou, havia engano, sim senhor, e aí
foi o patrão quem estrilou. Se ele desconfiava, que fosse procurar outro
emprego. Submisso, Fabiano pediu desculpas e saiu arrasado, pensando mesmo que
Sinhá Vitória era quem errara.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Na rua, voltou-lhe a raiva. Lembrou-se do dia em que fora vender
um porco na cidade e o fiscal da prefeitura exigira o pagamento do imposto
sobre a venda. Fabiano desconversou e disse que não iria mais vender o animal.
Foi a uma outra rua negociar e, pego em flagrante, decidiu nunca mais criar
porcos.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Pensou na dificuldade de sua vida. Bom seria se pudesse largar
aquela exploração. Mas não podia! Seu destino era trabalhar para os outros,
assim como fora com seu pai e seu avô.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">As notas em sua mão impressionavam-no. "Juros", palavra
difícil que os homens usavam quando queriam enganar os outros. Era sempre
assim: bastavam palavras difíceis para lograr os menos espertos. Contou e
recontou o dinheiro com raiva de todas aquelas pessoas da cidade. Sinhá Vitória
é que entendia seus pensamentos.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Teve vontade de entrar na bodega de seu Inácio e tomar uma pinga.
Lembrou-se da humilhação passada ali mesmo e decidiu ir para casa. O céu,
várias estrelas. Deixou de lado a lembrança dos inimigos e pensou na família.
Sentiu dó da cachorra Baleia. Ela era um membro da família.<o:p></o:p></span></div>
<h3 style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">O
Soldado Amarelo</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></h3>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 115%;">Procurando uma égua fugida,
Fabiano meteu-se por uma vereda e teve o cabresto embaraçado na vegetação
local. Facão em punho, começou a cortar as quipás e palmatórias que impediam o
prosseguimento da busca. Nesse momento, depara-se com o soldado amarelo que o
humilhara um ano atrás. O cruzar de olhos e o reconhecimento durou fração de
segundos. O suficiente para que Fabiano esfolasse o inimigo. O soldado
claramente tremia de medo. Também reconhecera o desafeto antigo e pressentia o
perigo.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Fabiano
irritou-se com a cena. O outro era um nadica. Poderia matá-lo com as mãos, sem
armas, se quisesse. A fragilidade do outro aos poucos foi aplacando a raiva de
Fabiano. Ponderou que ele mesmo poderia ter evitado a noite na cadeia se não
tivesse xingado a mãe do amarelo. No meio daquela paisagem isolada e hostil, só
os dois, e se ele pedisse passagem ao soldado? Aproximou-se do outro pensando
que já tinha sido mais valente, mais ousado. Na verdade, na fração de segundo
interminável Fabiano ia descobrindo-se amedrontado. Se ele era um homem de bem,
para que arruinar a sua vida matando uma autoridade? Guardaria forças para
inimigo maior.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Sentindo o inimigo acovardado, o soldado ganhou força. Avançou
firme e perguntou o caminho. Fabiano tirou o chapéu numa reverência e ainda
ensinou o caminho ao amarelo.<o:p></o:p></span></div>
<h3 style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">O
Mundo Coberto de Penas</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></h3>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 115%;">A invasão daquele bando de
aves denunciava a chegada da seca. Roubavam a água do gado, matariam bois e
cabras. Sinhá Vitória inquietou-se. Fabiano quis ignorar, mas não pôde; a
mulher tinha razão. Caminhou até o bebedouro, onde as aves confirmavam o
anúncio da seca. Eram muitas. Um tiro de espingarda eliminou cinco, seis delas,
mas eram muitas. Fabiano tinha certeza, agora, de uma nova peregrinação, uma
nova fuga.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Era só
desgraça atrás de desgraça. Sempre fugido, sempre pequeno. Fabiano não se
conformava, pensava com raiva no soldado amarelo, achava-se um covarde, um
fraco. Irado, matou mais e mais aves. Serviriam de comida, mas até quando? Quem
sabe a seca não chegasse...Era sempre uma esperança. Mas o céu escuro de
arribações só confirmava a triste situação. Elas cobriam o mundo de penas,
matando o gado, tocando a ele e à família dali, quem sabe comendo-os.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Recolheu os cadáveres das aves e sentiu uma confusão de imagens em
sua cabeça. Aquele lugar não era bom de se viver. Lembrou-se de Baleia, tentou
se convencer de que não fizera errado em matá-la, pensou de novo na família e
no que as arribações representavam. Sim, era necessário ir embora daquele lugar
maldito. Sinhá Vitória era inteligente, saberia entender a urgência dos fatos.<o:p></o:p></span></div>
<h3 style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">Fuga</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></h3>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt; line-height: 115%;">O céu muito azul, as últimas
arribações e os animais em estado de miséria indicavam a Fabiano que a
permanência naquela fazenda estava esgotada. Chegou um ponto em que, dos
animais, só sobrou um bezerro, que foi morto para servir de comida na viagem
que se faria no dia seguinte.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Partiram
de madrugada, abandonando tudo como encontraram. O caminho era o do Sul. O
grupo era o mesmo que errava como das outras vezes. Fabiano, no fundo, não
queria partir, mas as circunstâncias convenciam-no da necessidade.<span class="apple-converted-space"> <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">A
vermelhidão do céu e o azul que viria depois assustavam Fabiano. Baleia era uma
imagem constante em seus confusos pensamentos. Sinhá Vitória também fraquejava.
Queria, precisava falar. Aproximou-se do marido e disse coisas desconexas, que
foram respondidas no mesmo nível de atrapalhação.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;"><br />
Na verdade, ele gostou que ela tivesse puxado conversa. Ela tentou animar o
marido, quem sabe a vida fosse melhor, longe dali, com uma nova ocupação para
ele. Marido e mulher elogiam-se mutuamente; ele é forte, aguenta caminhar
léguas, ela, tem pernas grossas e nádegas volumosas, aguenta também. A cidade,
talvez, fosse melhor. Até uma cama poderiam arranjar. Por que haveriam de viver
sempre como bichos fugidos?<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Os meninos, longe, despertavam especulações ao casal. O que seriam
quando crescessem? Sinhá Vitória não queria que fossem vaqueiros. O cansaço ia
chegando à medida que avançava a caminhada, e assim houve uma parada para
descanso. Novamente marido e mulher conversavam, fazendo planos, temendo o mau
agouro das aves que voavam no céu.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.5pt;">Sinhá Vitória acordou os pequenos, que dormiam, e seguiu-se
viagem. Fabiano ainda admirou a vitalidade da mulher. Era forte mesmo! Assim, a
cada passo arrastado do grupo um mundo de novas perspectivas ia sendo criado.
Sinhá Vitória falava e estimulava Fabiano. Sim, deveria haveria uma nova terra,
cheia de oportunidades, distante do sertão a formar homens brutos e fortes como
eles.<span class="apple-converted-space"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 16.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><a href="http://www.mundovestibular.com.br/articles/270/1/VIDAS-SECAS---Graciliano-Ramos-Resumo/Paacutegina1.html">http://www.mundovestibular.com.br/articles/270/1/VIDAS-SECAS---Graciliano-Ramos-Resumo/Paacutegina1.html</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 16.75pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;"><a href="http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/vidas-secas-resumo-obra-graciliano-ramos-702011.shtml">http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/vidas-secas-resumo-obra-graciliano-ramos-702011.shtml</a></span>Professora Raimundinhahttp://www.blogger.com/profile/08236651134699451270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1059949940634911396.post-60323649097100914962016-07-12T11:21:00.001-07:002016-07-12T11:21:10.667-07:00O MOÇO LOIRO<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Joaquim
Manoel de Macedo - Livros resumidos<br />
"O MOÇO LOIRO"<br />
<br />
O moço loiro é mais uma
das obras tipicamente românticas de Joaquim Manoel de Macedo, o mais popular
escritor de sua época. Há uma leve crítica à sociedade da época, em especial na
figura da viúva Lucrécia, mas nada de muito profundo.<br />
Uma cruz de ouro é roubada da
família Mendonça. A culpa cai no jovem Lauro, um dos Mendonças, que abandona a
família e desaparece.<br />
Tempos depois, Honorina, prima
de Lauro, começa a ser cortejada por bilhetes de um admirador que,
misteriosamente, está em todos os lugares e sabe de tudo, utilizando os mais
incríveis disfarces - é o moço loiro do título.<br />
Ele acaba salvando o pai da
moça da ruína financeira, causada por um empregado desonesto - que era o
verdadeiro ladrão da cruz de ouro. Ele então se revela: é Lauro. Ele e Honorina
finalmente ficam juntos e têm o seu final feliz, deixando triste Raquel, amiga
de Honorina, que também amava secretamente o rapaz.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Acesse: <a href="http://maicongoncalves.xpg.uol.com.br/literatura/joaquimmanoeldemacedo-omocoloiro-resumo.htm">http://maicongoncalves.xpg.uol.com.br/literatura/joaquimmanoeldemacedo-omocoloiro-resumo.htm</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> O moço loiro</span></i><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">, romance urbano, foi lançado em 1845, ano em que Joaquim
Manuel de Macedo aceitaria o cargo de professor no Colégio Pedro II, no Rio de
Janeiro, onde passaria a ter contato direto com poetas como Gonçalves Dias e
Gonçalves de Magalhães, os quais o aproximariam de questões sociais que o
fariam ingressar, posteriormente, na vida política.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> O livro mostra um enredo claro e bem
construído, e realiza uma reportagem de época ainda útil para estudiosos e
curiosos do imaginário da elite carioca do século XIX.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> O livro é um sensível retrato da
sociedade burguesa da antiga capital federal, no século XIX, criticada
discretamente pelo autor, que faz do romance um discurso sobre o amor
idealizado e, portanto, livre do contato com a realidade, representado nas
figuras de Honorina e do herói que dá nome ao livro. Daí segue toda a trama,
que, mesmo sendo um retrato social, não se aprofunda em questões políticas ou
psicológicas. Apesar dos conflitos existenciais, seus personagens são
superficiais, pouco complexos, restringindo-se a pequenos dilemas éticos, com
exceção talvez da viúva Lucrécia, metáfora da hipocrisia social de seu tempo.
As reflexões encontradas na narrativa são ingênuas, expostas em linguagem
simples e, por vezes, demasiadamente explicativas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> A sentimentalidade, típica dos
escritores românticos de sua época, é bastante exacerbada, passando a ser força
motora sobre a razão, fazendo com que os personagens se mostrem propensos a
viver fora do tempo, sempre fugindo do real em devaneios intermináveis.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Assim, a
intriga se desenrola em tom de encantamento, numa tênue linha entre realidade e
puro delírio.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Sua
leitura se faz valiosa até hoje, tanto por seu tema atemporal - o amor
adolescente, as dúvidas e os conflitos interiores que simbolizam tanto esta
fase da vida, o sonho do primeiro e verdadeiro amor - quanto pela revelação de
alguns aspectos de um Rio antigo, com saraus, pequenas embarcações de
transporte com remadores e mansões localizadas no bairro da Glória, frente ao
mar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Enredo</span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> Uma cruz de ouro, relíquia de família desde o
século XIII, é roubada aos Mendonças, recaindo a culpa sobre um deles, o jovem
Lauro, que abandona os seus e desaparece, amaldiçoado pela avó. Sua prima
Honorina, anos depois, é cortejada misteriosamente, através de bilhetes, por um
desconhecido - que assume os mais estranhos disfarces, intervém, nos mais
vários acontecimentos, está em toda parte, sabe tudo, como convém aos heróis
folhetinescos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Ele é o
Moço Loiro, que acaba por salvar o pai da moça da ruína (a que o ia levando o
empregado infiel, o verdadeiro ladrão da jóia), além de punir os maus, amparar
os bons etc.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">No final,
o óbvio fica evidente: ele é Lauro e casa com a priminha, deixando em
conformada melancolia a maior amiga desta, Raquel, que, para variar, também o
amava em segredo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"> Acesse: <a href="http://www.passeiweb.com/estudos/livros/o_moco_loiro">http://www.passeiweb.com/estudos/livros/o_moco_loiro</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">VEJA: </span><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">O Moço Loiro</span></b><span class="apple-converted-space"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;"> </span></span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">é um<span class="apple-converted-space"> </span><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Romance" title="Romance"><span style="color: windowtext;">romance</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>de
autoria do escritor<span class="apple-converted-space"> </span><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil" title="Brasil"><span style="color: windowtext;">brasileiro</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>do<span class="apple-converted-space"> </span><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Romantismo" title="Romantismo"><span style="color: windowtext;">romantismo</span></a><span class="apple-converted-space"> </span><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Manuel_de_Macedo" title="Joaquim Manuel de Macedo"><span style="color: windowtext;">Joaquim Manuel
de Macedo</span></a>. O livro foi publicado em<span class="apple-converted-space"> </span><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/1845" title="1845"><span style="color: windowtext;">1845</span></a>.</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.8pt; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt;">O livro é um retrato da sociedade<span class="apple-converted-space"> </span><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Burguesia" title="Burguesia"><span style="color: windowtext;">burguesa</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>do<span class="apple-converted-space"> </span><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeiro_(cidade)" title="Rio de Janeiro (cidade)"><span style="color: windowtext;">Rio de Janeiro</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>no<span class="apple-converted-space"> </span><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIX" title="Século XIX"><span style="color: windowtext;">século XIX</span></a>, que discretamente o autor
crítica. O romance é um discurso sobre o amor idealizado, representado nas
figuras de Honorina e do herói que dá nome ao livro, o moço loiro, cuja
identidade só vem a ser desvendada no final.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.8pt; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt;">O Moço Loiro foi um dos primeiros romances
brasileiros. A história tem como tema central o furto da cruz da família de
Honorina. Por diversas circunstâncias, seu primo Lauro foi considerado culpado
e expulso de casa. Sete anos depois, um estranho, conhecido apenas pela alcunha
de "Moço Loiro" aparece e começa a cercar Honorina sob diversos
disfarces, dizendo que a amava. Ele cria uma atmosfera de mistério tal que
acaba por fazer Honorina se interessar cada vez mais por ele, até acabar se
apaixonando. Por ser muito bela, Honorina despertou a paixão não somente no
Moço Loiro, mas em vários outros rapazes, e, conseqüentemente, tornou-se alvo
da inveja das outras moças da sociedade que freqüentava. Tendo rejeitado todos
os seus pretendentes, uma vez que já amava o Moço Loiro, ela e sua família
acabam sofrendo com um plano elaborado por um deles, o mais fervoroso, e o mais
rechaçado por ela. Felizmente, ela tem um anjo protetor zelando por seu
destino. Joaquim Manoel de Macedo tem uma linguagem<span style="color: #252525;">
rebuscada, mas não a ponto de deixar a leitura difícil. Algo que me chamou a
atenção é a sua capacidade de retratar a sociedade brasileira daquela época,
chegando até mesmo a denunciar com ironia e comicidade, em alguns casos, a
falsidade que reinava entre as pessoas.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Mo%C3%A7o_Loiro_(livro)">https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Mo%C3%A7o_Loiro_(livro)</a><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"> LEIA livro completo acessando: <a href="http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/moco_loiro.pdf">http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/moco_loiro.pdf</a><o:p></o:p></span></div>
Professora Raimundinhahttp://www.blogger.com/profile/08236651134699451270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1059949940634911396.post-30192498292390202202016-05-24T10:24:00.001-07:002016-05-24T10:25:30.718-07:00Vestibular 2016.2<!--[if gte mso 9]><xml>
<w:WordDocument>
<w:View>Normal</w:View>
<w:Zoom>0</w:Zoom>
<w:TrackMoves/>
<w:TrackFormatting/>
<w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone>
<w:PunctuationKerning/>
<w:ValidateAgainstSchemas/>
<w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid>
<w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent>
<w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText>
<w:DoNotPromoteQF/>
<w:LidThemeOther>PT-BR</w:LidThemeOther>
<w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian>
<w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript>
<w:Compatibility>
<w:BreakWrappedTables/>
<w:SnapToGridInCell/>
<w:WrapTextWithPunct/>
<w:UseAsianBreakRules/>
<w:DontGrowAutofit/>
<w:SplitPgBreakAndParaMark/>
<w:DontVertAlignCellWithSp/>
<w:DontBreakConstrainedForcedTables/>
<w:DontVertAlignInTxbx/>
<w:Word11KerningPairs/>
<w:CachedColBalance/>
</w:Compatibility>
<w:BrowserLevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel>
<m:mathPr>
<m:mathFont m:val="Cambria Math"/>
<m:brkBin m:val="before"/>
<m:brkBinSub m:val="--"/>
<m:smallFrac m:val="off"/>
<m:dispDef/>
<m:lMargin m:val="0"/>
<m:rMargin m:val="0"/>
<m:defJc m:val="centerGroup"/>
<m:wrapIndent m:val="1440"/>
<m:intLim m:val="subSup"/>
<m:naryLim m:val="undOvr"/>
</m:mathPr></w:WordDocument>
</xml><![endif]--><br />
<!--[if gte mso 9]><xml>
<w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="true"
DefSemiHidden="true" DefQFormat="false" DefPriority="99"
LatentStyleCount="267">
<w:LsdException Locked="false" Priority="0" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Normal"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="heading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 9"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 9"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="35" QFormat="true" Name="caption"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="10" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Title"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="1" Name="Default Paragraph Font"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="11" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtitle"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="22" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Strong"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="20" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="59" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Table Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Placeholder Text"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="1" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="No Spacing"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Revision"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="34" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="List Paragraph"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="29" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="30" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="19" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtle Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="21" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="31" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtle Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="32" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="33" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Book Title"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="37" Name="Bibliography"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" QFormat="true" Name="TOC Heading"/>
</w:LatentStyles>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]>
<style>
/* Style Definitions */
table.MsoNormalTable
{mso-style-name:"Tabela normal";
mso-tstyle-rowband-size:0;
mso-tstyle-colband-size:0;
mso-style-noshow:yes;
mso-style-priority:99;
mso-style-qformat:yes;
mso-style-parent:"";
mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt;
mso-para-margin:0cm;
mso-para-margin-bottom:.0001pt;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:11.0pt;
font-family:"Calibri","sans-serif";
mso-ascii-font-family:Calibri;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-fareast-font-family:"Times New Roman";
mso-fareast-theme-font:minor-fareast;
mso-hansi-font-family:Calibri;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;}
</style>
<![endif]-->
<br />
<span style="font-size: 14.0pt;"> Livros:
VESTIBULAR UVA 2016.2</span><br />
<br />
<span style="font-size: 7.0pt;">
</span><br />
<div style="text-indent: -17.45pt;">
<span style="font-size: 7.5pt;">
</span><span style="font-size: 14.0pt;">Olhai os
Lírios do Campo - Érico Veríssimo</span></div>
<div style="text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;">
Dona Guidinha do Poço –
Manuel Oliveira Paiva</span></div>
<div style="text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">
</span><span style="font-size: 14.0pt;"> O Grande Mentecapto – Fernando Sabino</span></div>
<div style="text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A Bagaceira – José Américo de
Almeida</span></div>
<div style="text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O Moço Loiro<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>- Joaquim Manuel de Macedo</span></div>
Professora Raimundinhahttp://www.blogger.com/profile/08236651134699451270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1059949940634911396.post-7924003523425853542016-05-24T10:19:00.001-07:002016-05-24T10:19:58.408-07:00A Bagaceira<!--[if !mso]>
<style>
v\:* {behavior:url(#default#VML);}
o\:* {behavior:url(#default#VML);}
w\:* {behavior:url(#default#VML);}
.shape {behavior:url(#default#VML);}
</style>
<![endif]--><br />
<!--[if gte mso 9]><xml>
<w:WordDocument>
<w:View>Normal</w:View>
<w:Zoom>0</w:Zoom>
<w:TrackMoves/>
<w:TrackFormatting/>
<w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone>
<w:PunctuationKerning/>
<w:ValidateAgainstSchemas/>
<w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid>
<w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent>
<w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText>
<w:DoNotPromoteQF/>
<w:LidThemeOther>PT-BR</w:LidThemeOther>
<w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian>
<w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript>
<w:Compatibility>
<w:BreakWrappedTables/>
<w:SnapToGridInCell/>
<w:WrapTextWithPunct/>
<w:UseAsianBreakRules/>
<w:DontGrowAutofit/>
<w:SplitPgBreakAndParaMark/>
<w:DontVertAlignCellWithSp/>
<w:DontBreakConstrainedForcedTables/>
<w:DontVertAlignInTxbx/>
<w:Word11KerningPairs/>
<w:CachedColBalance/>
</w:Compatibility>
<w:BrowserLevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel>
<m:mathPr>
<m:mathFont m:val="Cambria Math"/>
<m:brkBin m:val="before"/>
<m:brkBinSub m:val="--"/>
<m:smallFrac m:val="off"/>
<m:dispDef/>
<m:lMargin m:val="0"/>
<m:rMargin m:val="0"/>
<m:defJc m:val="centerGroup"/>
<m:wrapIndent m:val="1440"/>
<m:intLim m:val="subSup"/>
<m:naryLim m:val="undOvr"/>
</m:mathPr></w:WordDocument>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml>
<w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="true"
DefSemiHidden="true" DefQFormat="false" DefPriority="99"
LatentStyleCount="267">
<w:LsdException Locked="false" Priority="0" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Normal"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="heading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 9"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 9"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="35" QFormat="true" Name="caption"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="10" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Title"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="1" Name="Default Paragraph Font"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="11" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtitle"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="22" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Strong"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="20" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="59" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Table Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Placeholder Text"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="1" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="No Spacing"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Revision"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="34" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="List Paragraph"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="29" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="30" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="19" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtle Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="21" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="31" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtle Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="32" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="33" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Book Title"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="37" Name="Bibliography"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" QFormat="true" Name="TOC Heading"/>
</w:LatentStyles>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]>
<style>
/* Style Definitions */
table.MsoNormalTable
{mso-style-name:"Tabela normal";
mso-tstyle-rowband-size:0;
mso-tstyle-colband-size:0;
mso-style-noshow:yes;
mso-style-priority:99;
mso-style-qformat:yes;
mso-style-parent:"";
mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt;
mso-para-margin:0cm;
mso-para-margin-bottom:.0001pt;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:11.0pt;
font-family:"Calibri","sans-serif";
mso-ascii-font-family:Calibri;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-fareast-font-family:"Times New Roman";
mso-fareast-theme-font:minor-fareast;
mso-hansi-font-family:Calibri;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;
mso-bidi-font-family:"Times New Roman";
mso-bidi-theme-font:minor-bidi;}
</style>
<![endif]-->
<br />
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 1;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 24.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 18.0pt;">A Bagaceira, de José Américo de Almeida</span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">
<hr align="center" size="2" width="100%" />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Análise da obra</span></b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A bagaceira</span></i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">, publicada em 1928, é a obra
introdutora do romance regionalista no país. A colisão dos meios pronunciava-se
no contato das migrações periódicas. Os sertanejos eram mal-vistos nos brejos.
E o nome de brejeiro cruelmente pejorativo. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O enredo do romance trata das
questões do êxodo, os horrores gerados pela seca, além da visão brutal e
autoritária do senhor de engenho, representando a velha oligarquia. <i>A
Bagaceira</i> tem intenção crítica social, descambando, às vezes, para o
panfletário, para o enfático e demagógico. Para o autor, o romance procura
confrontar, em termos de relações humanas e de contrastes sociais, o homem do
sertão e o homem do brejo (dos engenhos). Aproximando o sertanejo do brejeiro,
na paisagem nordestina, José Américo de Almeida condiciona os elementos
dramáticos aos ciclos periódicos da seca, os quais delimitam a própria
existência do sertanejo.<br />
<br />
Sob iluminação diferente, são postos em confronto, em <i>A Bagaceira,</i> os
nordestinos do brejo e os do sertão. Brejeiros e sertanejos, submissão e
liberdade, eram examinados com uma visão realista, se bem que, no registro das
virtudes sertanejas possa notar-se, vez por outra, certo favorecimento (não
intencional).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O título desse romance denomina o
local em que se juntam, no engenho, os bagaços da cana. Figuradamente, pode
indicar um objeto sem importância, ou ainda, "gente miserável". Todos
esses significados se podem mobilizar no entendimento de <i>A Bagaceira</i>,
romance de ardor e violência, desavenças familiares, flagelações da seca.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O autor que, antes, estreara
vitoriosamente no ensaio, deixa transparecer aprofundado conhecimento do
ambiente e do homem paraibano, anotando pormenores, acentuando os traços mais
definidores, integrado na paisagem e na estrutura social cheia de injustiças.<br />
<br />
O tempo é entre 1898 e 1915, os dois períodos de seca. Tangidos pelo sol
implacável, Valentim Pereira, sua filha Soledade e o afilhado Pirunga abandonam
a fazenda do Bondó, na zona do sertão. Vão para as regiões dos engenhos, no
rejo, onde encontram acolhida no engenho Marzagão, de propriedade de Dagoberto
Marçau, cuja mulher falecera por ocasião do nascimento do único filho, Lúcio.
Passando as férias no engenho, Lúcio conhece Soledade por quem se apaixona.
Lúcio retorna à academia e quando retorna em férias para a companhia do pai,
toma conhecimento de que Valentim Pereira se encontra preso por ter assassinado
o feitor Manuel Broca, suposto sedutor e amante de Soledade. Lúcio, já
advogado, resolve defender Valentim e informa o pai de sua intenção de casar-se
com Soledade. Dagoberto não aceita a decisão do filho. E então tudo é
esclarecido: Soledade é prima de Lúcio, e Dagoberto foi quem realmente a
seduziu. Pirunga, tomando conhecimento dos fatos, comunica ao padrinho
(Valentim) e este lhe pede, sob juramento, velar pelo senhor do engenho
(Dagoberto), até que ele possa executar o seu "dever": matar o
verdadeiro sedutor de sua filha. Em seguida, Soledade e Dagoberto, acompanhados
por Pirunga, deixam o engenho e se dirigem para a fazenda do Bondó. Cavalgando
pelos tabuleiros da fazenda, Pirunga provoca a morte do senhor do engenho
Marzagão, herdado por Lúcio, com a morte do pai. Em 1915, por outro período de
seca, Soledade, já com a beleza destruída pelo tempo, vai ao encontro de Lúcio,
para lhe entregar o filho, fruto do seu amor com Dagoberto. <br />
<br />
O relato abre o ciclo do romance de 1930, entre outras razões por sua força de
denúncia dos horrores gerados pela seca.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">É digno de nota o prefácio que
vale tanto ou mais do que próprio texto narrativo. Destaque para o espanto do
escritor face às mazelas: "Há uma miséria maior do que morrer de fome no
deserto: é não ter o que comer na terra de Canaã." </span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Na narrativa há um choque de três
visões que correspondem a três processos sócio-culturais distintos: </span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">1) Visão rústica dos sertanejos,
com seu sentido ético arcaico. <br />
2) Visão brutal e autoritária do senhor de engenho, representando a velha
oligarquia. <br />
3) Visão civilizada (moderna, urbana) de Lúcio, traduzindo um novo
comportamento de fundo burguês e que logo seria autorizado pela Revolução de
30.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">É digno de nota o projeto
modernizador do personagem Lúcio ao assumir o comando do engenho: alfabetização
dos filhos dos trabalhadores, melhores condições de habitação, etc. Ou seja,
aquilo que Getúlio Vargas proporia nos anos seguintes como alternativa para o
país. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O livro apresenta uma mistura de
linguagem tradicional - dominada por um tom desagradavelmente sentencioso - com
um gosto modernista por elipses e imagens soltas, e ainda pelo uso de algumas
expressões coloquiais ou regionais. Na obra a linguagem do narrador faz esforço
para não se afastar em demasia da dos personagens, dialetal, folclórica. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Fora sua notável importância
histórica, <i>A bagaceira</i> é um romance frustrado por causa do excesso de
análise sociológica. É como se a ânsia do autor em tudo explicar, destruísse
todo e qualquer efeito sugestivo da narrativa. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Personagens centrais</span></b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Dagoberto Marçau</span></b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> - Proprietário do engenho
Marzagão, simboliza a prepotência, contrapondo-se à fraqueza dos
trabalhadores da bagaceira. Considera-se "dono " da justiça e seu
código é simples: "O que está na terra é da terra". Se ele é
o senhor da terra, tudo que nela dá é da terra (ou seja, dele próprio).
"Se ele é o senhor da terra, tudo que nela se encontra lhe pertence, até
os próprios homens que trabalham no engenho. Assim pensa e assim age.
Seduz Soledade, vendo na sertaneja semelhança com sua ex-mulher.<br />
<br />
<b>Lúcio</b> - Humano, idealista, sonhador, apaixona-se por Soledade, com quem
mantém um romance puro. Não compartilha as idéias de seu pai, Dagoberto Marçau,
para quem "hoje em dia não se guarda mais na cabeça: só se deve guardar
nas algibeiras. "Acreditava que se podia desmontar a estrutura
anacrônica do engenho: "Quanta energia mal empregada na desorientação
dos processos agrícolas! </span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A falta de método acarretava uma
precariedade responsável pelos apertos da população misérrima. A gleba
inesgotável era aviltada por essa prostração econômica. A mediania
do senhor rural e a ralé faminta".</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Soledade</span></b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> - Filha de Valentim Pereira,
representa a beleza agreste do sertão. Aos olhos de Lúcio, a sertaneja.
"não correspondia pela harmonia dos caracteres às exigências do seu
sentimento do tipo humano. Mas, não sabia por que, achava-lhe um sainete novo
na feminilidade indefinível. As linhas físicas não seriam tão puras. Mas o todo
picante tinha o sabor esquisito que se requintava em certa desproporção dos
contornos e, notadamente, no centro petulante dos olhos originais."...
"Era o tipo modelar de uma raça selecionada , sem mescla, na mais sadia
consangüinidade."</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A presença da sertaneja no
engenho colocará uma barreira ainda maior entre Dagoberto e Lúcio. Por
Soledade Valentim se torna assassino e Pirunga causa a morte do senhor de
engenho.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Valentim Pereira</span></b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> - Representa o sertão:
destemido, arrojado e altivo. Como bom sertanejo pune pela honra de uma mulher,
mata o feitor Manuel Broca, apontado como sedutor de sua filha. Mas a
"idéia fixa da honra sertaneja" vai além: a cicatriz que lhe marcava
o rosto era resultado de uma briga mortal com um amigo, que desonrara uma
moça, neta de um "velhinho", de quem o tempo quebrara as forças. O
diálogo entre Valentim e Brandão de Batalaia (assim se chamava o
"velhinho") é bem ilustrativo: "Que é que vossamecê manda?
Ele respondeu que só queria era morrer. Eu ajuntei: E por que não quer
matar?..."</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Pirunga</span></b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> - Filho de criação de Valentim
Pereira, a quem tributa lealdade. Ama Soledade, mas seu amor não encontra
receptividade. Assim como Valentim, simboliza o sertão: valente, intrépido,
altivo... Por ocasião da festa no rancho, vai em defesa de Latomia: enfrentando
a polícia.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Site: </span><cite><span style="font-family: "Calibri","sans-serif";"><a href="http://www.passeiweb.com/estudos/livros/a_bagaceira"><span style="font-style: normal;">www.passeiweb.com/estudos/livros/</span><b><span style="font-style: normal;">a</span></b><span style="font-style: normal;">_</span><b><span style="font-style: normal;">bagaceira</span></b></a></span></cite></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<br /></div>
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt;">O marco
inicial da segunda fase do Modernismo brasileiro é considerado o lançamento do
romance <i>A bagaceira</i>, de José Américo de Almeida, em 1928. Inaugura o
ciclo do “romance nordestino” dos anos 30.</span><br />
<div class="MsoNormal">
O enredo baseia-se no êxodo da seca de 1898, descrito como
"(...) Uma ressurreição de cemitérios antigos - esqueletos redivivos, com
o aspecto e o fedor das covas podres.(...)". </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="msoIns"><ins>Obra-prima do romance regionalista
moderno, hoje com trinta e duas edições em língua portuguesa, edição crítica e
versões em espanhol, francês, inglês e esperanto. Sua obra, com dezessete
títulos, abriga ainda ensaios, oratória, crônica, memórias e poesia.</ins></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt;">A
Bagaceira </span></i><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt;">foi
o livro com o qual José Américo, político de grande influência na Paraíba,
destacou-se na literatura. Retrata o nosso nordeste e a dificuldade dos
habitantes em lidar com a seca.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt;">José
Américo foi um dos responsáveis pela criação do novo romance regionalista
brasileiro, com o seu <i>A bagaceira</i>. Contudo, sua carreira de escritor
acabou ficando em segundo plano devido à sua forte atuação na política.<br />
<br />
Nasceu em 1887 no município de Areia, na Paraíba, filho de uma família de forte
influência política na região. Estudou direito em Recife, formando-se em 1908;
foi promotor-geral e consultor-geral do estado da Paraíba. Publicou seu
primeiro livro em 1921, projetando-se como escritor com <i>A bagaceira</i>, em
1928.<br />
<br />
Participou da gestão de João Pessoa no governo da Paraíba, apoiando a
candidatura de Getúlio Vargas à presidência - João Pessoa era o vice na chapa.
Participou do movimento revolucionário que pôs Getúlio no poder, depondo
Washington Luís e impedindo a posse do eleito Júlio Prestes; tal movimento foi
acelerado pelo assassinato de João Pessoa. Foi nomeado por Vargas governador da
Paraíba e, depois, ministro da Viação e Obras Públicas. Mais tarde, elegeu-se
senador pela Paraíba.<br />
<br />
Colocou-se como candidato da situação à sucessão de Vargas, sendo frustrado pelo
golpe que cancelou as eleições e fechou o Congresso, o que o levou a afastar-se
de Vargas, chegando mesmo a fazer-lhe oposição. Reconciliou-se mais tarde com
Vargas, participando de seu segundo governo. Após seu suicídio, deixou o
ministério que ocupava e voltou para o governo da Paraíba, abandonando os
cargos públicos ao fim do mandato. Manteve, porém, a influência na região por
muitos anos, apoiando inclusive o golpe militar de 1964. Em 1967, entrou para a
Academia Brasileira de Letras. Morreu em João Pessoa em 1980.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<cite><span style="font-family: "Calibri","sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Site: maicongoncalves.xpg.uol.com.br/literatura/joseamerico-<b>abagaceira</b>-resumo.htm</span></cite></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
ALMEIDA,
José Américo de. A Bagaceira. São Paulo edição Integral. Círculo do Livro S/A
1980.p.224. O romance, “A Bagaceira”, é um romance ficcional e essa afirmação
deve-se ao fato de ser uma história inventada pelo autor baseada em fatos
reais, sabe-se que não é algo acontecido, mas, há a coerência interna que dá
credibilidade à narrativa, é também narrado em 3ª pessoa porque o autor se
situa fora dos acontecimentos e têm-se como personagens centrais Dagoberto
Marçau, Lúcio, Soledade, Pirunga e Valentin.<br />
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O romance se passa entre
1898 e 1915 e a intencionalidade do autor, desta trágica história de amor,
serve puramente como pretexto para denunciar a questão social no Nordeste. Eram
postos em confronto em A Bagaceira, os nordestinos do brejo e os do sertão.
Brejeiros e Sertanejos submissão e liberdade são examinadas com uma visão
realista, se bem que, no registro das virtudes sertanejas, possa notar-se, vez
por outra, certo favorecimento do autor aos sertanejos do sertão.<br />
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“O autor antes estreara
vitoriosamente no ensaio, deixando transparecer aprofundado conhecimento do
ambiente e do homem paraibano, anotando pormenores, acentuando os traços mais
definidores, integrado na paisagem e na estrutura social cheia de injustiça”,
(Ivan Cavalcanti Proença).<br />
O título desse romance denomina o local que se juntam, no engenho, os bagaços
da cana. Figuradamente, pode indicar um objeto sem importância, ou ainda, gente
miserável.<br />
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Dois são os planos
básicos do romance: por um lado, temos a denúncia da questão social do nordeste
e a análise da vida dos retirantes que chegam de tempos em tempos e não são bem
vistos pelos trabalhadores permanentes dos engenhos (os brejeiros); por outro lado,
o amor de Soledade e Lúcio, que tem um desfecho dramático, o qual se inicia
quando o pai de Lúcio, Dagoberto, violenta Soledade e faz dela sua amante.<br />
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Devido ao sol
implacável, Valentin Pereira, sua filha Soledade e o filho adotivo Pirunga
abandonam a fazenda do Bondó, na zona de sertão. Encaminham-se para as regiões
dos engenhos, no rejo, onde encontram acolhida no Engenho Marzagão, de
propriedade de Dagoberto Marçau, cuja mulher falecera por ocasião do nascimento
do único filho, Lúcio, este sendo mandado para a cidade para estudar direito.
Passando as férias no engenho, conhece Soledade, e brota um forte afeto, mas o
rapaz hesita em dar plena seqüência ao flerte por não ter convicção de que
seria capaz de amá-la no contexto urbano e intelectualizado, no qual ele vivia.
Retorna para a academia e quando volta, em férias, à companhia do pai, toma
conhecimento de que Valentim Pereira se encontra preso por ter assassinado o
feitor da fazenda Manuel Broca, suposto sedutor de Soledade. Lúcio, já
advogado, resolve defender Valentim e informa o pai do seu propósito: casar-se
com Soledade. Dagoberto não aceita a decisão do filho e não vê outra saída se
não contar a verdade para o filho, que tinha sido o autor da desonra de
Soledade. Pirunga, tomando conhecimento dos fatos, comunica a Valentin e este
lhe pede, sob juramento, velar pelo senhor do engenho, até que ele possa
executar o seu dever, matar o verdadeiro sedutor de sua filha. Em seguida,
Soledade e Dagoberto, acompanhados por Pirunga, deixam o engenho e se dirigem
para a fazenda do Bondó. Cavalgando pelos tabuleiros da fazenda, Pirunga
provoca a morte do senhor de engenho. Marzagão é herdado por Lúcio, com a morte
do pai.<br />
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Em 1915, por outro
período da seca, Soledade já com a beleza destruída pelo tempo, vai ao encontro
de Lúcio para lhe entregar o filho dela com seu pai, ou seja, o irmão de Lúcio.<br />
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Segundo Afrânio Coutinho,
o livro de José Américo de Almeida surge no momento em que a República Velha,
apoiada nos tradicionais setores dos proprietários de terras, entrava em crise
e era associada pelo entusiasmo corajoso, mas desnorteado de jovens políticos e
oficiais, afirma ainda mais, que o livro refletia e atacava o velho sistema da
concentração latifundiária no Nordeste, que lhe aparecia como uma das vigas da
miséria da região. Este grito de insubmissão contra o decrépito, o tom direto
com que passava a ser expressa, a luta do carcomido contra a mocidade e ao
elemento sentimental do enredo devem ter exercido um papel relevante na euforia
com que foi recebido.<br />
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span> Na visão de
Alfredo Bosi, A Bagaceira tem intenção crítica social, descambando às vezes
para o panfletário, para o enfático e demagógico. Para o autor, o romance
procura confrontar, em termos do sertão e o homem do brejo (dos engenhos).
Aproximando o sertanejo do brejeiro, na paisagem nordestina, José Américo de
Almeida condiciona os elementos dramáticos aos ciclos periódicos da seca, os
quais delimitam a própria existência do sertanejo, e afirma ainda que passou a
marco da literatura social nordestina. Crendo que se dava não tanto aos seus
méritos intrínsecos quanto por ter definido uma direção normal (realista) e um
veio temático.<br />
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Ora, se o romance é uma
mentira disfarçada para mostrar a miséria e injustiça do povo do nordeste, que
mal há? O importante é saber que em 1928 o autor já tinha uma visão futurista,
pois, a questão continua existindo até os dias de hoje. Há a fome, a migração,
os senhores do engenho que continuam lá, que não deixam de ser os políticos,
com seus discursos falaciosos iludindo aquele povo de que solucionarão o
problema da seca, sendo que na realidade, seca se resume nos corações das
pessoas que não se importam com a miséria humana, não só dos sertanejos, mas de
todos que se esgueiram da fome. José Américo, em momento algum, descreve no
romance uma ceia, com uma mesa farta, até na mesa do senhor do engenho não
aparece fartura, é nas personagens que o autor deixa bem explícito o propósito
do romance, se é que tinha um.<br />
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Dagoberto Marçau é o símbolo da prepotência, é
o dono da terra, e tudo o que lá esta, a ele pertence, representa aquele que é
contra a reforma agrária; Lúcio já é mais humano, idealista, sonhador, quando
herda o engenho, devido à morte de seu pai, ele dá inicio à modernização da
propriedade que fora do pai, tanto em termos produtivos quanto em termos
sociais. E Soledade, quantas Soledades existem ainda? Muitas. No nordeste o que
mais tem são Soledades,<br />
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>As Soledades são as
filhas dos empregados dessas fazendas, que se iludem com o moço que vai para o
centro urbano estudar e passam as férias na fazenda de seus pais ricos e
brincam com os sentimentos delas ou elas, às vezes, deixam-se brincar pelos
próprios sentimentos, resultando numa gravidez inesperada e não havendo outra
saída se não ir desembarcar na rodoviária do Glicério, em São Paulo, para fugir
da vergonha causada a seus familiares. A personagem Soledade, presente no
engenho coloca uma barreira entre pai e filho, porque Soledade representa a
beleza agreste do sertão. Valentin representa o sertão: destemido, arrojado e altivo.
Como sertanejo, pune pela honra de uma mulher, ele pune em honra de sua filha
e, Pirunga assim como Valentim também simboliza o sertão: valente, intrépido,
altivo. Por ocasião de uma festa no rancho, vai a defesa de Latomia, um dos
retirantes, enfrentando a policia, “O sertanejo fazia frente a toda tropa na
confusão do conflito corpo a corpo. Seu olhar fuzilava na treva como um sabre
desembainhado”.<br />
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Ainda com relação às
personagens em uma análise mais técnica, Dagoberto e Soledade se enquadram na
categoria das personagens de natureza, por que além dos traços superficiais,
seus modos íntimos de serem impede que tenham a regularidade dos outros e
Lucio, Valentin e Pirunga já são mais planas, pois o autor as construiu em
torno de uma qualidade.<br />
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>De acordo com o professor
Joel Pontes, UFP, já falecido, em crítica publicada no livro Pequeno Dicionário
da Literatura Brasileira, organizado pelos Professores Massaud Moisés e José
Paulo Paes, o romance foi a base para a consolidação da obra de Graciliano Ramos,
José Lins do Rego e Raquel de Queirós, pois, personagens como Dagoberto,
Pirunga e Soledade retomam mais bem caracterizados nas obras dos escritores
posteriores. Mas ele deixa claro que, tecnicamente, o romance não inova a prosa
nordestina, pois ainda é um romance de tese e cita um capítulo que possa
provar, que é “O Julgamento”, típico dos romances do século XIX e também
presente em os “Sertões”, de Euclides da Cunha.<br />
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Portanto, o destaque do
romance fica por conta do lastro sociológico e da poeticidade de cenas e
sentimentos. Outro destaque também é a narrativa do romance. Como o narrador se
situa fora dos acontecimentos, é um observador onisciente, apresentando um
trabalho de linguagem muito rico, ele utiliza-se de uma linguagem de acordo com
a norma culta da língua portuguesa, talvez pelo fato do autor ter estudado
direito. As falas das personagens reproduzem o falar sertanejo, a dicotomia
entre a linguagem refinada do narrador e a brutalidade da linguagem das
personagens cria uma tensão lingüística que é um dos aspectos mais salientes e
importantes do romance.<br />
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Guimarães Rosa afirmou que
José Américo “abriu para todos os caminhos do moderno romance brasileiro”. De
uma maneira contundente está presente no romance à miséria do sertão; a
brutalidade do ser humano nordestino; as relações entre os senhores do engenho
e os seus empregados, e isso, talvez pelo fato do autor ter exercido vários
cargos políticos e nascido na região, onde se passa o desfecho do enredo do
romance. Há uma ânsia em querer denunciar os flagelos que a seca causou àquela
gente e percebe-se uma vontade enorme dos retirantes voltar ao sertão, o que
não deixa de ser à vontade do próprio autor voltar a sua origem.<br />
O romance se abre com um prefácio manifesto intitulado “Antes que me falem”, em
que o autor expõe alguns dos princípios básicos que haveriam de nortear, não
apenas a composição da sua obra, mas também o regionalismo de 30.<br />
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“O regionalismo é o
pé-de-fogo da literatura... Mas a dor é universal, porque é uma expressão da
humanidade. E nossa ficção incipiente não pode competir com os temas cultivados
por uma inteligência mais requintada: só interessará por suas revelações, pela
originalidade de seus aspectos despercebidos”.</div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Site:http://www.recantodasletras.com.br/resenhasdelivros/2412067</span></div>
Professora Raimundinhahttp://www.blogger.com/profile/08236651134699451270noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1059949940634911396.post-18369559129700524722016-03-22T06:26:00.001-07:002016-03-22T06:26:58.497-07:00NELSON MANDELA<div style="text-align: justify;">
<i>Na terra esquecida pela civilização, esquecida pelos poderosos, mas lembrada pelo amor e pela fraternidade. Foi nessa terra que nasci e cresci. Não bastasse a pobreza e a desgraça, perdi meus pais e fui levado para outro lugar, para outros costumes, para estudar.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i> Após isso, tentei ser alguém, estudando e formando-me, mas o racismo foi maior e expulsou-me, fui para longe tentar novamente, pensei que seria diferente, mas não, o racismo já havia chegado antes de mim e reinava sobre mim e os de minha raça, porém isso não me impediu de me formar e prometi a mim mesmo que um dia iria mudar isso.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i> Continuei a lutar pelo meu propósito, mas fui preso por falar a verdade, por tentar mudar a realidade em que vivíamos. Estava preso, sem saída e não sabia quando sairia dali, no entanto continuei com minhas esperanças.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i> Até que lutaram por mim e conseguiram libertar-me, aquilo que tanto me rejeitava acabou, mas o racismo sempre continuou. Fui liberto e ganhei até prêmio por lutar e nunca perder as esperanças.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i> Enfim consegui, candidatei-me a presidente e fui eleito,saí vitorioso e aclamado pelo meu povo, consegui mudar meu país, mas ainda como tudo tive que partir. Fui embora da vida, mas permaneci na história.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i> Equipe: José Mariano, José Nilson, Marcio Silva, Matheus jardim</i></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Professora Raimundinhahttp://www.blogger.com/profile/08236651134699451270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1059949940634911396.post-15942187824982251912015-09-28T06:32:00.000-07:002015-09-28T06:32:11.457-07:00O GRANDE MENTECAPTO<span style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;">[Fernando Sabino]</span><br style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;" /><br style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;">Fernando Sabino é autor contemporâneo dos mais importantes. Dono de um estilo inconfundível em que ressalta o extremo cuidado com a linguagem, é um especialista em criar situações cômicas de profunda beleza plástica. Sua capacidade descritiva faz com que o leitor, além de se deleitar com a complicação da trama, consiga visualizar a cena criada pelo narrado. Sua obra é extensa e inclui principalmente crônicas e contos. Seus romances O Encontro Marcado; O Menino no Espelho; O Grande Mentecapto são fruto de profunda preparação e artesanato impecável. Por isso mesmo cresce a cada dia a importância de sua obra no panorama da atual Literatura Brasileira. </span><br style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;" /><br style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;">Nesse romance de 1979, o Autor elabora uma trama com a nítida intenção de homenagear as pessoas humildes, simples e puras. Já na epígrafe da narrativa, 'Todo aquele, pois, que se fizer pequeno como este menino, este será o maior no reino dos céus.'. nota-se a vontade de elevar os puros, os inocentes e os ingênuos. </span><br style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;" /><br style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;">Na linha da novela picaresca vide o Dom Quixote de La Mancha, de Cervantes , em que o personagem desloca-se por um espaço indefinido, à cata dos conflitos, para resolvê-los heroicamente, Viramundo vive uma sequência de peripécias acontecidas no Estado de Minas Gerais, contracenando com personagens dos mais variados matizes e comportando-se sempre como o bem-intencionado, o puro, o ingênuo submetido às artimanhas e maldades de um mundo que ainda não está de todo resolvido. Andarilho, louco, despossuído, vagabundo, idealista. Marginal em uma sociedade que não entende e em que não se enquadra, o Viramundo instaura um sentimento de ternura e de pena por todos aqueles que, em sua simplicidade, sofrem o descaso, a ironia, a opressão e a prepotência. </span><br style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;" /><br style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;">Como o Quixote, com a sua amada Dulcinéia, e como Dirceu, com a sua adorada Marília, Viramundo põe em suas ações tresvariadas a esperança de realizar-se emocionalmente com a sua idealizada e inalcançável Marília, filha do governador de Minas Gerais. Sua ilusão alucinada é reforçada pelos pseudo-amigos que o enganam com falsas cartas de amor e incentivam sua loucura mansa e seu sonho impossível. </span><br style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;" /><br style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;">Viramundo conhece que o mundo é uma grande metáfora e o trata com idealismo como se ele fosse real. Consertar o mundo é sua missão e ele se dedica a ela com toda a força de sua decisão, não se deixando abalar pelo insucesso, pelo ridículo, pela violência ou pelo vitupério. Em seu delírio, o irreal e o real andam de mãos dadas, não há a separação entre o concreto e o abstrato, e por isso o herói não se abala física ou emocionalmente com nada com que se defronte: não teme os fortes, os violentos; não se assusta com fantasmas e nem com ameaças; aceita resignadamente o que a vida lhe reserva. </span><br style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;" /><br style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;">Percebe-se aqui que, além de pícaro, nosso herói pode ser considerado como bufão, pois jacta-se tolamente sobre supostas capacidades de resolver as injustiças e o desacerto do mundo. Não tem qualquer ligação definitiva com a vida; não assume compromissos; é desprezado e usado por aqueles com os quais se relaciona. </span><br style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;" /><br style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;">A pureza deste aventureiro é a crítica à hipocrisia das relações humanas em um mundo que perdeu o sentido da solidariedade e da fraternidade. Sua alegria ingênua e desinteressada opõe-se ao jogo bruto dos interesses malferidos, ao conservadorismo e à arrogância. Porta-voz dos loucos, dos mendigos, das prostitutas, o Viramundo conhece os meandros da enganação e da falsidade dos políticos e dos poderosos. </span><br style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;" /><br style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;">A crítica à mesmice, ao chavão e ao clichê faz-se pela presença da paródia a muitos autores e personagens historicamente conhecidos. </span><br style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;" /><br style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;">Viramundo não era conhecido, mas termina por criar fama em razão dos casos incríveis em que se envolve. Sob a aparência imunda de um mendigo está um sujeito com cultura geral incomum. Sua fala de homem conhecedor surpreende e sua experiência de ex-seminarista e ex-militar confunde e admira aqueles com quem convive. Sua esquisitice e suas respostas prontas a todas as indagações fazem com se acredite tratar-se de um louco manso e inofensivo. </span><br style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;" /><br style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;">Outro aspecto interessante é a exploração da temática da loucura. O Autor parece convidar o leitor a uma reflexão sobre a origem e o convívio com a ideia da excentricidade do comportamento humano. Viramundo pode ser considerado um louco, mas quem não o é? O que a sociedade considera loucura? Como classificar e tratar os indivíduos que atuam em dissonância com aquilo que se considera normalidade? A sociedade mostrada no romance está povoada de tipos que comumente chamamos de loucos: os habitantes de Mariana agem desvairadamente ao tentar linchar Dª. Peidolina; o diretor do hospício é mais estranho que os próprios internos do manicômio; o capitão Batatinhas é absolutamente alienado. Há no decorrer de toda a narrativa o questionamento da fragilidade dos limites entre a sanidade e a loucura. </span><br style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;" /><br style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;">No limiar da consumação de sua caminhada, Viramundo mudou. No começo era idealista e cheio dos cometimentos da paixão. Manteve-se assim durante muito tempo até encarar a dura realidade da convivência humana. A série de acontecimentos em que figura como perdedor físico e emocionalmente faz com que se desiluda. Descobre que as cartas de amor eram falsas; os amigos eram falsos; sua crença era falsa. Por todo lado só encontra sofrimento, opressão, hipocrisia. Está só, absolutamente só, e a solidão é tudo que lhe resta. </span><br style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;" /><br style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px;">Seu fim é emblemático. Morre vitimado pelo próprio irmão. Paga por um crime que não cometeu. A intertextualidade bíblica é evidente: compara a trajetória e o comportamento de Viramundo com a Via-Sacra do Cristo, em todos os sentidos, inclusive no sacrifício final.</span><br />
<br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px;">Tudo começa em Rio Acima onde nasce o protagonista dessa história. Filho de um portugues e uma italiana, tinha doze irmãos. Geraldo Boaventura que é seu nome verdadeiro, fez de tudo na sua infância. Era tão levado que não lhe escapava a um dia sem uma grande aventura.</span><br />
<div style="clear: both; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; margin-bottom: 25px; padding: 0px;">
</div>
<div style="clear: both; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; margin-bottom: 25px; padding: 0px;">
A maior loucura de sua infância de que se sabe foi a sua proeza de parar o trem em Rio Acima, tal foi sua proeza que ele se tornou herói da molecada e ganhou seu primeiro beijo. Mas nem tudo foram rosas para nosso herói mirim, logo outro tentou refazer sua proeza, um menino a quem chamavam de Pingolinha, pequeno e travesso tentou fazer o trem parar. Mas não teve a mesma sorte, e acabou morrendo nos trilhos do trem.</div>
<div style="clear: both; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; margin-bottom: 25px; padding: 0px;">
Sabe-se que depois do velório do menino se abateu nos habitantes da cidade um sentimento de ódio, todos acabaram por culpar Viramundo e sua família, lhes fazendo ameaças. Mas para o bem de Viramundo não houve malefícios físicos a ele. O que aconteceu depois de todo o alarde for que ele se afastou socialmente das pessoas, vivia sozinho e infeliz a carregar sua culpa.</div>
<div style="clear: both; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; margin-bottom: 25px; padding: 0px;">
Um tempo mais tarde conheceu Padre Limeira, com quem acabou por dividir suas idéias tentando obter alguma ajuda. Por fim acabou indo com o padre para um seminário, onde cometeu sua primeira peripécia da vida adulta. Acabou em um dia por ter dormido dentro do confessionário, ao que Dona Peidolina como ironizada mente era conhecida, entrou no confessionário e começou a se confessar, e ele ouvindo o que ela falava, se indignou em sua ideologia, e repreendeu-a.</div>
<div style="clear: both; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; margin-bottom: 25px; padding: 0px;">
Logo ela descobriu que estava falando com Viramundo, e alarmou a todos o fato, fazendo com que ele fosse expulso do seminário. Nesse momento ele deveria voltar para Rio Acima, mas como bom vagabundo inicia sua jornada. Seu primeiro passo foi tentar acabar com a confusão gerada sobre as intimidades de Dona Peidolina.</div>
<div style="clear: both; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; margin-bottom: 25px; padding: 0px;">
Depois disso segui seu caminho, conheceu Dionísio com quem fez grande amizade. Também conheceu Marília por quem platonicamente se apaixonou. Até mesmo imaginou estar trocando cartas com ela, o que não passou de uma brincadeira de mau gosto de Dionísio e seus amigos estudantes. Seu amor por ela era tal que entrou de penetra em uma festa, e acabou com ela de um jeito não muito sutil, tanto que teve de partir.</div>
<div style="clear: both; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; margin-bottom: 25px; padding: 0px;">
Seguindo seu caminho encontro um tal de Herr Bosmann com quem teve um desentendimento por causa de uma rosa, e ao final conluiou-se com Barbeca, e destruíram os dois o roseiral do carrasco, sendo assim Barbeca foi preso e Viramundo mandado a um hospício, do qual fugiu com um plano engenhoso, e ainda, fazendo com que Herr Bosmann fosse dado como o louco da história.</div>
<div style="clear: both; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; margin-bottom: 25px; padding: 0px;">
Por essa mesma época colocaram-no como candidato político, e até mesmo fez um discurso no qual aclamado pelo publico ganhou, mas ao fim foi recolhido pela guarda e teve de servir ao exército. No exército fez muita amizade com o Capitão Batatinhas, falou com o cavalo Bunda Mole, aprontou das suas, desertou, pensou ser herói, e foi condecorado Comandante.</div>
<div style="clear: both; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; margin-bottom: 25px; padding: 0px;">
Continuando sua peregrinação chega a uma cidade onde faz amizade com pessoas de uma orquestra, os ajuda, e no fim os atrapalha deixando com que um gambá entre numa tuba e lá se instala. Sendo assim, com medo, ele os deixa para trás. Também um tempo depois faz amizade com um preso, e fica no seu lugar dele ao ser engabelado.</div>
<div style="clear: both; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; margin-bottom: 25px; padding: 0px;">
Ainda por fim, antes de cumprir seu destino, revê sua amada, pega um touro a mão, perde um amigo, o velho Elias. Conversa com uma mulher fantasma fajuta e conhece Maria Eudóxia, uma doceira de mão cheia.</div>
<div style="clear: both; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; margin-bottom: 25px; padding: 0px;">
No fim de toda a história, ele chega a Belo Horizonte onde por um tempo vive em uma pensão, vai para a sarjeta, é remanejado novamente para um hospício, foge novamente, Cria uma revolução juntando os loucos do hospício, os sem-teto, e prostitutas, reivindicando uma melhor a situação para todos. Mas que com facilidade foram dispersos, após Viramundo ter falado com o governador.</div>
<div style="clear: both; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; margin-bottom: 25px; padding: 0px;">
Ao fim de toda essa aventura, ele volta para Rio Acima a fim de recontinuar sua revolução, só que no fim da história é confundido, e acaba sendo morto pelo próprio irmão.</div>
<div style="clear: both; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; margin-bottom: 25px; padding: 0px;">
<br /></div>
<div style="clear: both; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; margin-bottom: 25px; padding: 0px;">
<b>História do Autor</b></div>
<div style="clear: both; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; margin-bottom: 25px; padding: 0px;">
Fernando Tavares Sabino nasceu<sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield><sdfield></sdfield> em Belo Horizonte a 12 de outubro de 1923 foi um escritor e jornalista brasileiro.</div>
<div style="clear: both; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; margin-bottom: 25px; padding: 0px;">
Fez o curso primário no Grupo Escolar Afonso Pena e o secundário noGinásio Mineiro. Durante a adolescência, foi locutor de programa de rádio e começou a colaborar regularmente com artigos, crônicas e contos em revistas da cidade, conquistando prêmios em concursos.</div>
<div style="clear: both; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; margin-bottom: 25px; padding: 0px;">
No início da década de 1940, começou a cursar a Faculdade de Direito e ingressou no jornalismo como redator da Folha de Minas. Seu primeiro livro de contos, Os grilos não cantam mais, foi publicado em 1941, no Rio de Janeiro. Tornou-se colaborador regular do jornal Correio da Manhã, onde conheceu Vinicius de Moraes, de quem se tornou amigo.</div>
<div style="clear: both; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; margin-bottom: 25px; padding: 0px;">
Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1944. Depois de se formar em Direito na Faculdade Federal do Rio de Janeiro em 1946, viajou com Vinicius de Moraes aos Estados Unidos da América, onde morou por dois anos em Nova Iorque.</div>
<div style="clear: both; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; margin-bottom: 25px; padding: 0px;">
O encontro marcado, uma de suas obras mais conhecidas, foi lançada em 1956, ganhando edições até no exterior, além de ser adaptada para o teatro. Sabino decidiu, então 1957, viver exclusivamente como escritor e jornalista. Iniciou uma produção diária de crônicas para o Jornal do Brasil, escrevendo mensalmente também para a revista Senhor.</div>
<div style="clear: both; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; margin-bottom: 25px; padding: 0px;">
Em 1960, Fernando Sabino publicou o livro O homem nu, pela Editora do Autor, fundada por ele, Rubem Braga e Walter Acosta. Publicou, em 1962, A mulher do vizinho, que recebeu o Prêmio Cinaglia do Pen Club do Brasil.</div>
<div style="clear: both; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; margin-bottom: 25px; padding: 0px;">
Em 1966, fez a cobertura da Copa do Mundo de Futebol para o Jornal do Brasil. Fundou, em 1967, em conjunto com Rubem Braga, a Editora Sabiá, onde publicou livros de Vinicius de Moraes, Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Cecília Meireles e Clarice Lispector, entre outros.</div>
<div style="clear: both; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; margin-bottom: 25px; padding: 0px;">
Publicou o romance O grande mentecapto em 1979, iniciado mais de trinta anos antes. A obra, que lhe rendeu o Prêmio Jabuti, e acabaria sendo adaptada para o cinema, com direção de Oswaldo Caldeira, em 1989, e também para o teatro. Em julho de 1999, recebeu da Academia Brasileira de Letras o prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra.</div>
<div style="clear: both; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; margin-bottom: 25px; padding: 0px;">
Faleceu em sua casa em Ipanema, zona sul no Rio de Janeiro, a 11 de outubro de 2004, vítima de câncer no fígado, às vésperas de seu 81º aniversário.</div>
Professora Raimundinhahttp://www.blogger.com/profile/08236651134699451270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1059949940634911396.post-1488908534406470622015-09-28T06:09:00.003-07:002015-10-27T11:36:45.958-07:00Dona Guidinha do Poço<h1 style="color: #2f7a05; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 26px; line-height: 30px; margin: 0px;">
</h1>
<div>
<br /></div>
<h1 style="color: #2f7a05; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 26px; line-height: 30px; margin: 0px;">
Dona Guidinha do Poço, de Manuel de Oliveira Paiva</h1>
<div class="ArtcMicrodata" style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px; text-align: justify;">
<ul style="list-style: none; margin-right: -10px;"></ul>
<div style="clear: both;">
</div>
</div>
<hr style="background-color: #d4d4d4; border-bottom-style: none; border-bottom-width: 0px; border-top-style: none; border-top-width: 0px; clear: both; color: #d4d4d4; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; height: 1px; line-height: 20px; text-align: justify;" />
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px; text-align: justify;">
Obra do autor cearense Manuel de Oliveira Paiva, <em>Dona Guidinha do Poço</em> resgata elementos da cultura nordestina e pormenores da vida interiorana, na história de uma mendiga que, no final do século XIX, era alvo de piadas nas ruas, por ter sido condenada pela Justiça de Quixeramobim pelo assassinato do próprio marido. A tragédia inclui elementos de vingança, prisões e mortes.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px; text-align: justify;">
É a saga da fazendeira Marica Lessa. Essa via foi devassada pelo historiador Ismael Por deus que teve acesso em cartório de Quixeramobim, ao processo em que a poderosa fazendeira Marica Lessa respondeu pelo assassinato de seu marido o Cel. Domingos d´Abreu e Vasconcelos por volta de 1853. A fazendeira poderosa amasiou-se com um sobrinho do marido, Senhorinho Pereira, e contratou o executante do crime contra seu consorte. Descoberta a trama, a desditosa dama foi condenada a muitos anos de prisão, vindo a cumprir sua pena na cadeia pública de Fortaleza. Ao ser solta, semi-enlouquecida e depauperada, perambulava pelas ruas da capital até quando morreu como indigente. Foi nessa história real que se baseou Oliveira Paiva para escrever <em>Dona Guidinha do Poço</em>.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px; text-align: justify;">
É um romance modelar do realismo brasileiro. Compromissado com a realidade, ele mostra uma história que realmente aconteceu, mudando os nomes dos personagens e acrescentando alguns detalhes ficcionais e ilustrativos. Depois há a coragem do autor em introduzir na sua linguagem o rico latifúndio lingüístico regional. O falar da região aparece como forma de trazer não só o homem mas principalmente sua fala para dentro do enredo. Além disso há outra realidade cruciante no romance, que ainda hoje se faz presente na região do semiárido nordestino que é a seca.</div>
<div class="flexBanner" style="clear: both; color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px; padding-bottom: 10px; text-align: center;">
<span id="qsjs"></span><br />
<div class="FLEX600" style="font-family: sans-serif; margin: 0px auto; padding-top: 10px; width: 600px;">
<center>
<span id="qsjs">
</span></center>
</div>
<span id="qsjs">
</span></div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px; text-align: justify;">
A seca, pois, e o regionalismo margeiam o tempo todo a saga trágica acontecida na fazenda Poço da Moita. A linguagem do povo está tão presente que necessária se tornou a elaboração de um glossário no final do livro. Com cerca de quinhentos verbetes esse glossário de termos bem demonstrativos do falar do sertão cearense comprova a preocupação do autor em devassar a vida daquela gente sofrida a partir da sua linguagem. Prova é que a partir da primeira expressão do livro “De primeiro” esse falar já se apresenta. Depois disso vão se configurando cenas e temperamentos entre vistos sem a crueza naturalista em moda, mas deixando-os subentendidos como na estética realista.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px; text-align: justify;">
<em>Dona Guidinha do Poço</em> é, portanto, um romance comprometido com a estética realista, resgata a linguagem regionalista do centro sul cearense, apresenta uma história de paixão e morte que traz, secundando-a, o fenômeno climático da seca, tão marcante na região Nordeste como nos romances da geração de 30. Daí que o embrião para o romance de seca da segunda fase do nosso modernismo finca-se, segundo Alfredo Bosi, em <em>Dona Guidinha do Poço</em>, de Oliveira Paiva, <em>Luzia-Homem</em>, de Domingos Olímpio e <em>A fome</em>, de Rodolfo Teófilo. Esses três autores cearenses foram testemunhas da grande seca dos anos de 1877, 1878 e 1879. Essa temática aliada ao resgate que faz do regionalismo, faz com que se afirme que nenhum escritor cearense soube trabalhar com tanta felicidade a nossa linguagem do povo - sem desfigurar o conteúdo literário como Oliveira Paiva. Além disso há a técnica narrativa empreendida pelo escritor quando ele consegue tornar sugestiva qualquer minúcia, valendo-se de indicações objetivas para reforçar indiretamente o sentido da narrativa ou insinuar o caráter de um personagem.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px; text-align: justify;">
<em>Dona Guidinha do Poço</em>, considerado por José Ramos Tinhorão como um clássico da literatura brasileira. Obra de profundidade, psicológica e sociológica, vale-se de um estilo vivo, onde se fundem poesia, reflexão, senso de humor, a presença do falar regional nordestino, além do aproveitamento das tradições orais e das narrativas dos contadores de história.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px; text-align: justify;">
<em><br />Dona Guidinha do Poço</em> passa-se em dois anos, distribuídos ao longo dos 5 Livros: dois meses para o Livro I (o amor despontando); um mês para o Livro II (o amor se consuma em posse); onze meses para o Livro III (a paixão cega); novamente um mês para o Livro IV (o drama) e um mês ou mais para o Livro V (desenlace). Um preâmbulo de abertura completa a conta.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px; text-align: justify;">
<strong> Tempo</strong></div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px; text-align: justify;">
O tempo cronológico, convencional e linear, com discretos flash backs, é altamente marcado, em dias, meses e até, por vezes, horas. Uma precisão, a mais óbvia, é, no entanto, insidiosamente escamoteada: o ano dos acontecimentos. Sabe-se que Guida era pequena na seca de 25 (“em 25, ela era ainda pequenota...” p. 56) e que tem, no momento da narrativa, mais de 30 anos. Essa inesperada imprecisão aponta para um desdobramento temporal entre o enunciado e o narrado: na verdade, a história de Guida pertence ao passado, é um “causo”, contado em outro momento. Aconteceu, “foi verdade” (a prova, as marcas de datas), no tempo da história.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px; text-align: justify;">
Ao tempo cronológico, exterior e ao tempo psicológico, interior, soma-se um tempo cósmico, cíclico, marcado pelas estações. Assim o Livro I é o da seca, em março; no Livro II vêm as chuvas de abril e maio; o Livro III, o mais extenso, cobre as quatro estações – primavera, verão, outono, inverno e novamente as chuvas; o Livro IV retorna à primavera e o Livro V, ao verão.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px; text-align: justify;">
Tempo cósmico, que é o tempo real do sertão e também o do mito e que, como as outras dimensões, dilui-se no final.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px; text-align: justify;">
<strong> Foco narrativo</strong></div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px; text-align: justify;">
Em função do tempo, o narrador é a voz que conta um “causo”. Jogralcontador, assegura, através de sua narração, o tempo cósmico-simbólico e restaura, no jogo de corda bamba, o equilíbrio. Narrador sem rosto, voz discretamente onisciente e onipresente, porque situada em outro tempo: a história contada já aconteceu. Mas, se algumas pistas são maliciosamente jogadas cá e lá, ele guarda a surpresa do final (que conhece), mantendo o ouvinte-leitor preso ao narrar.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px; text-align: justify;">
Narrador popular, oral, que pouco intervém e que tem sua fala própria – e não é de espantar que, como Flaubert, use e abuse do estilo indireto livre.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px; text-align: justify;">
Alguém conta uma história: o clássico narrador na terceira pessoa vai nos narrar o que sucedeu no Poço da Moita. Vemos na narrativa outras vozes surgirem e vários narradores proliferarem. O narrador de Dona Guidinha é um homem culto, com belo manejo de língua, conhecedor do latim e que julga desabusadamente a sociedade.</div>
<div style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px; text-align: justify;">
<strong> Enredo</strong></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial; font-size: 14px; line-height: 23.8px;"> A história do livro Dona Guidinha do Poço passa-se no município de Quixeramobim no Ceará. Narra a história da poderosa Margarida Reginaldo de Oliveira Barros, dona de cinco fazendas, prédios, gados, pratarias e muitos escravos, tudo herdado de seu avô Reginaldo Venceslau de Oliveira, um rico fazendeiro português. Guidinha, como era conhecida por todos, era uma mulher bravia, caridosa e apaixonada pelos valores da terra. Casada com o major Joaquim Damião de Barros, que veio de Pernambuco para o Ceará no intuito de comprar cavalos, e aqui acabou ficando. Ela envolve-se com o sobrinho de seu marido, Luís Secundino de Sousa Barros,</span><span style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"> </span><span style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">soldado elegante e vaidoso</span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial; font-size: 14px; line-height: 23.8px;"> que veio de Goianinha, Pernambuco, acusado de matar seu padrasto, e refugia-se na fazenda do tio. A paixão entre ele e Guidinha fica, porém, subentendida. O major Quinquim, como era popularmente chamado o seu marido, começa a desconfiar do envolvimento dos dois. Acometido de uma doença ele, então, resolve viajar, mas antes de ir bota o Secundino para fora da fazenda. Guidinha resolve vingar-se do marido e, mancomunada com o amante e Silveira, manda Lulu Venâncio, um assassino da região, matá-lo. Porém, este desiste na hora. Ao saber que o assassino não tinha matado seu marido, Guidinha, então, manda Naiú, o filho de um empregado, concluir “o serviço”. Dias depois, o major é assassinado. A população revolta-se querendo “linchar” Naiú. Guidinha é tida como a mandante do homicídio. O juiz manda prendê-la </span><span style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">e, como sempre altaneira, é conduzida a prisão, sob vaias da população.</span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial; font-size: 14px; line-height: 23.8px;"> . Quando está sendo levada para a prisão, atravessa a cidade com arrogância e coragem. Na prisão, ela não para de pensar no que pode acontecer a Secundino. Ao final, o crime não é totalmente esclarecido, mas Guidinha ficou sendo a única responsável pelo assassinato do marido.</span><br />
<div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial; font-size: 14px; line-height: 23.8px;"><br /></span></div>
<br />
<h3>
<span style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 14px; line-height: 23.8px;"><span style="color: #333333;"> </span> Personagens:</span></h3>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial; font-size: 14px; line-height: 23.8px;">Margarida Reginaldo de Oliveira Barros (Guidinha) – Era uma mulher generosa e voluntariosa. Casada com o major Joaquim Damião de Barros. Havia recebido uma herança de seu avô, a fazenda Poço da Moita e outras terras. Apaixona-se por Secundino, sobrinho de seu marido e com quem, supostamente, teve um caso amoroso.Ela manda matar o marido. O crime é descoberto, e ela é presa.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial; font-size: 14px; line-height: 23.8px;">Major Joaquim Damião (major Quinquim) – Major secretário da Guarda Nacional, Joaquim Damião, o Quinquim, era uma boa alma. Havia casado com Guidinha e com ela dividia a administração das posses. Acolhe na fazenda Poço da Moita o Silveira, um velho conhecido, e um sobrinho. Foi morto covardemente por Naiú, um empregado da fazenda a mando de Guidinha. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial; font-size: 14px; line-height: 23.8px;">Secundino – Luís Secundino, um jovem mancebo, fugido de Goianinha, em Pernambuco, acusado como cúmplice no assassinato do padrasto refugia-se na fazenda de Guidinha. Enamora-se de Lalinha, a filha de um Juiz de Direito. O seu romance com Lalinha não vinga. Envolve-se com Guidinha e ajuda-a no plano de matar o tio. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial; font-size: 14px; line-height: 23.8px;">Silveira – Retirante acolhido pelo Major na fazenda Poço da Moita. Trabalha nos serviços da fazenda, é muito irresponsável, mas tem a proteção de Guidinha, já que é amigo de muito tempo de seu marido e Secundino. Ajuda a tramar a morte de Quinquim. Quando Naiú estava sendo preso, Silveira foge mata adentro. Antes havia tentado matar Quinquim com uma faca em virtude de uma discussão. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial; font-size: 14px; line-height: 23.8px;">Carolina – Esposa de Silveira acolhia Secundino em sua casa para que Guidinha fosse vê-lo. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial; font-size: 14px; line-height: 23.8px;">Lalinha – Filha do Juiz de Direito, enamorou-se de Secundino. Depois de muito sofrimento casou com o filho do líder do Partido Liberal. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial; font-size: 14px; line-height: 23.8px;">Antônio – Vaqueiro da fazenda Poço da Moita, impediu que Silveira atacasse o major com uma faca. Perdeu espaço na fazenda para o Silveira. Era um bom homem. Abandonou a fazenda depois do episódio envolvendo o Major e o Silveira. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial; font-size: 14px; line-height: 23.8px;">Naiú – Empregado da fazenda. Foi ele que, a mando de Guidinha, matou o Major Quinquim. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial; font-size: 14px; line-height: 23.8px;">Outros personagens: Venâncio, Ana Balaio, Anselmo, Dona Anginha, Pe. João, Franco, Sampaio, Pe. Brasil, Néu.</span><br />
<div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial; font-size: 14px; line-height: 23.8px;"><br /></span></div>
<br />
<br />
Dona Guidinha do Poço foi a única obra importante do escritor realista Manuel de Oliveira Paiva, que morreu prematuramente aos 31 anos. Foi redescoberto e editado 60 anos após a sua morte.<br />
A protagonista é Margarida Reginaldo de Oliveira Barros, mulher poderosa, dona de fazendas, grande rebanho de gado e muitos escravos. Ela se envolve com um sobrinho de seu marido, um soldado elegante e vaidoso que se refugiara em sua casa por ser acusado de um assassinato.<br />
O marido de Dona Guidinha desconfia da relação da esposa com seu sobrinho e decide entregá-lo à polícia. Para vingr-se, Dona Guidinha contrata um assassino para matar o marido. Acaba sendo presa pelo crime e levada para a cadeia, sob vaias da população.<br />
<br />
<span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">Sua única obra importante,</span><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;"> </span><b style="font-family: Verdana; font-size: small;">Dona Guidinha do Poço</b><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">, ficou ignorada até 1952 ,quando foi editada, sessenta anos após a morte do autor. Coube a</span><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;"> </span><b style="font-family: Verdana; font-size: small;">Lúcia Miguel Pereira</b><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;"> </span><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">redescobri-la, fazendo na primeira Edição uma elogiosa (e merecida) apresentação. </span><br />
<div align="justify">
<span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="float: left;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="float: left;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="float: left;">
<span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;"> Obra de profundidade, psicológica e sociológica, vale-se de um estilo vivo, onde se fundem poesia, reflexão, senso de humor, a presença do falar regional nordestino, além do aproveitamento das tradições orais e das narrativas dos contadores de história.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana;"> Baseado em uma história real, a qual foi pesquisada por Ismael Por deus, historiador, que teve acesso ao processo em que a poderosa fazendeira Marica Lessa respondeu pelo assassinato de seu marido o Coronel Domingos d´Abreu e Vasconcelos por volta de 1853.</span><span style="font-family: Verdana;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;">A fazendeira morreu como indigente, depois de ser solta, semi-enlouquecida e pobre.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana;"><br /></span></div>
<div align="justify">
<span style="font-family: Verdana;">Dona Guidinha do Poço, divide-se em cinco livros:<br />Livro I - o amor despontando;<br />Livro II - o amor se consuma em posse;<br />Livro III - a paixão cega);<br />Livro IV - o drama e<br />Livro V - o desenlace.</span></div>
<div align="justify">
<span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;"> Narra a história da poderosa <b>Margarida</b> <b>Reginaldo de Oliveira Barros, </b>dona de cinco fazendas, prédios, gado, prataria e muitos escravos. Mulher bravia e apaixonada, envolve-se com um sobrinho de seu marido, soldado elegante e vaidoso. </span></div>
<div align="justify">
<span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;"> Este, acusado de homicídio, esconde-se na casa do tio, que desconfiado de seus amores com a mulher, <b>Dona Guidinha</b> resolve entregá-lo à polícia.<br />Como vingança, Dona Guidinha, manda um caboclo matar o marido, e, como sempre altaneira, é conduzida a prisão, sob vaias da população.</span><br />
<span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">Fonte:</span><br />
<h1 style="color: #2f7a05; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 26px; line-height: 30px; margin: 0px; text-align: start;">
PASSEIWEB; VESTIBULAR1.</h1>
</div>
<span style="background-color: white; font-size: x-small;"></span><span style="background-color: white;"></span><br />Professora Raimundinhahttp://www.blogger.com/profile/08236651134699451270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1059949940634911396.post-18237135788245355412015-08-17T11:28:00.000-07:002015-08-17T11:39:22.711-07:00LIVROS UVA 2016.1<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"> </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"> Livros: VESTIBULAR UVA
2016.1</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 7pt; text-indent: -18pt;"> </span><br />
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; text-align: justify;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: start; text-indent: -24px;">
<span style="text-align: justify;"><span style="font-size: xx-small;"> </span></span><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; text-align: justify;">Olhai os Lírios do Campo - Érico Veríssimo</span></div>
</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"> </span><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">Menino de Engenho – José Lins do Rego</span></div>
</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"> </span><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">A Escrava Isaura – Bernardo Guimarães</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"> Dona
Guidinha do Poço – Manuel Oliveira Paiva</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="font-size: 18.6666660308838px; line-height: 21.4666652679443px;"> </span> </span><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">O Grande Mentecapto – Fernando Sabino</span></div>
</div>
Professora Raimundinhahttp://www.blogger.com/profile/08236651134699451270noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1059949940634911396.post-63336281234336890112015-08-17T11:18:00.000-07:002015-08-17T11:18:18.291-07:00A Escrava Isaura<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No livro são contadas as
aventuras e desventuras de uma bela <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Escravid%C3%A3o" title="Escravidão"><span style="color: windowtext;">escrava</span></a> mestiça em busca de sua <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberdade" title="Liberdade"><span style="color: windowtext;">liberdade</span></a>.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Na primeira parte, Isaura está na
<a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Fazenda" title="Fazenda"><span style="color: windowtext;">fazenda</span></a> em <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Campos_dos_Goytacazes" title="Campos dos Goytacazes"><span style="color: windowtext;">Campos dos
Goytacazes</span></a>, no <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeiro" title="Rio de Janeiro"><span style="color: windowtext;">Rio de Janeiro</span></a>,
vivendo sua vida de escrava bem prendada, da noiva do filho de seus donos
originais. Porém, ela é importunada a todo o momento por alguém querendo
cortejá-la, inclusive o seu sinhô novo, Leôncio. Por ter essa <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Paix%C3%A3o" title="Paixão"><span style="color: windowtext;">paixão</span></a> por Isaura, Leôncio não a liberta,
como sua <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A3e" title="Mãe"><span style="color: windowtext;">mãe</span></a> havia pedido antes de <a href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Morrer&action=edit&redlink=1" title="Morrer (página não existe)"><span style="color: windowtext;">morrer</span></a>.
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mesmo assim, o pai de Isaura,
Miguel, conversa com o pai de Leôncio e faz um trato no qual ele dará 10 <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Contos_de_r%C3%A9is" title="Contos de réis"><span style="color: windowtext;">contos de réis</span></a> pela liberdade de sua filha.
Ao chegar com a quantia na casa onde Isaura é escrava, eis que chega uma carta
dizendo que o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pai" title="Pai"><span style="color: windowtext;">pai</span></a> de Leôncio morreu, dando uma desculpa
para Leôncio não libertar sua escrava. Sem restar outra escapatória para
Isaura, Miguel usa os 10 contos de réis que tinha para comprar sua <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Alforria" title="Alforria"><span style="color: windowtext;">alforria</span></a> em uma fuga. Levando o romance ao
seu segundo estágio. Os intentos de Miguel são de chegar a outro <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADs" title="País"><span style="color: windowtext;">país</span></a>, mas enquanto procura pela melhor
oportunidade de sair do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil" title="Brasil"><span style="color: windowtext;">Brasil</span></a> eles vão para a
cidade de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Recife" title="Recife"><span style="color: windowtext;">Recife</span></a>. Lá eles assumem nomes diferentes e
ficam recolhidos em sua casa. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quando chegam novamente na <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Fazenda" title="Fazenda"><span style="color: windowtext;">fazenda</span></a> e Leôncio prende Isaura em total
isolamento, inicia-se a terceira fase da narrativa. Agora seu <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Algoz" title="Algoz"><span style="color: windowtext;">algoz</span></a>
inventa um plano <a href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Maquiav%C3%A9lico&action=edit&redlink=1" title="Maquiavélico (página não existe)"><span style="color: windowtext;">maquiavélico</span></a>
para continuar a ter a sua escrava favorita por perto sem deixar sua mulher,
Malvina, <a href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Enciumada&action=edit&redlink=1" title="Enciumada (página não existe)"><span style="color: windowtext;">enciumada</span></a>:
ele coloca como condição para a liberdade de Isaura seu casamento com o
jardineiro da fazenda, Belchior.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Isaura, a heroína escrava, é
branca, linda, pura, virginal e possui um caráter nobre e demonstra
"conhecer o seu lugar": do princípio ao fim, suporta conformada a
perseguição de Leôncio, as propostas de Henrique, as desconfianças de Malvina,
sem jamais se revoltar. Permanece emocionalmente escrava, mesmo tendo sido
educada como uma dama da sociedade. Tem escrúpulos de passar por branca livre,
acha-se indigna do amor de Álvaro e termina como a própria imagem da
"virtude recompensada". </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Leôncio é o vilão leviano,
devasso e insensível que, de "criança incorrigível e insubordinada" á
adolescente que sangra a carteira do pai com suas aventuras, acaba por
tornar-se um homem cruel e inescrupuloso, casando-se com Malvina, linda,
ingênua e rica, por ser "um meio mais suave e natural de adquirir
fortuna". Persegue Isaura e se recusa a cumprir a vontade de sua mãe, já
falecida, que queria dar a ela a liberdade e alguma renda para viver com
dignidade. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Tomásia é a condessa de Campos,
rica e bonita, uma das maiores inimigas de Leôncio, devido as maldades que este
praticou contra ela. Antes de se tornar condessa ela era uma camponesa simples,
mas depois de rica, se torna uma mulher poderosa que faz de tudo para se vingar
de Leôncio. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Álvaro é um rico herdeiro,
cavalheiro nobre e de caráter impecável, que "tinha ódio a todos os
privilégios e distinções sociais, e é escusado dizer que era <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberal" title="Liberal"><span style="color: windowtext;">liberal</span></a>, republicano e quase
socialista"; um jovem de idéias igualitárias, idealista e corajoso para
lutar contra os valores da sociedade a que pertence. Sua conduta moral é assim
descrita pelo autor: "Original e excêntrico como um rico lorde inglês,
professava em seus costumes a pureza e severidade de um quacker. Todavia, como homem
de imaginação viva e coração impressionaável, não deixava de amar os prazeres,
o luxo, a elegância, e sobretudo as mulheres, mas com certo platonismo
delicado, certa pureza ideal, próprios das almas elevadas e dos corações bem
formados." </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Numa literatura não muito
abundante em manifestação abolicionistas, é obra de muita importância, pelo
modo sentimental como focalizou o problema, atingindo principalmente o público
feminino, que encontrava na literatura de ficção derivativo e caminho de fuga,
numa sociedade em que a mulher só saía à rua acompanhada e em dias
pré-estabelecidos; o mais do tempo ficava retida em casa, sem trabalho
obrigatório, bordando, cosendo, ouvindo e falando mexericos, isto é, enredos e
intrigas, como se dizia no tempo e ainda se diz neste romance.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Bernardo Guimarães faz questão de
ressaltar exaustivamente a beleza branca e pura de Isaura, que não denunciava a
sua condição de escrava porque não portava nenhum traço africano, era educada e
nada havia nela que "denunciasse a abjeção do escravo". O que parece
uma escolha preconceituosa e contraditória – contar as agruras da escravidão
criando uma escrava branca – talvez seja melhor compreeendido se levar em conta
que a maior parte do público que consumia romances na época era composto por
mulheres da sociedade, que apreciavam as histórias de amor.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Somem-se a isso o modelo de
beleza feminino de então, caracterizado pela pele nívea e maçãs rosadas do
rosto e, principalmente, o objetivo do autor de conquistar a solidariedade do
leitor pela escrava, mostrando a que ponto extremo poderia chegar o regime
escravocrata: "fisicamente, Isaura não é diferente das damas da sociedade,
mas, por ser escrava, é obrigada a viver como os de sua classe, como objeto
útil nas mãos de seu senhor", conforme afirma a crítica Maria Nazareth
Soares Fonseca.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O autor claramente conseguiu o
que queria. A sociedade brasileira do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIX" title="Século XIX"><span style="color: windowtext;">século XIX</span></a>, que tanto se apiedou das
desventuras de Isaura, aceitou-a porque ela era branca e educada. O autor pôde,
assim, demonstrar, através do seu sofrimento, o quanto "é vã e ridícula
toda a distinção que provém do nascimento e da riqueza". E é claro, a cor
de Isaura serve, como afirma o crítico Antônio Cândido, "para facilitar a
ação de Álvaro, compreensivelmente apaixonado e decidido a desposá-la, como </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
ENREDO</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A história se passa nos
“primeiros anos do reinado de D. Pedro II”, inicialmente em uma fazenda em
Campos dos Goitacazes (RJ). Isaura, escrava branca e bem-educada, é assediada
pelo seu senhor, Leôncio, recém-casado com Malvina. Isaura se recusa a ceder
aos apelos de Leôncio, como já fizera, no passado, sua mãe, que, por ter
repelido o pai de Leôncio, fora submetida a um tratamento tão cruel que, em
pouco tempo, morrera. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Para forçá-la a ceder, Leôncio manda Isaura
para a senzala, trabalhar com as outras escravas. Sempre resignada, suporta
passivamente o seu destino, porém, não cede a Leôncio, afirmando que ele, como
proprietário, era senhor de seu corpo, mas não de seu coração: “ - Não, por
certo, meu senhor; o coração é livre; ninguém pode escravizá-lo, nem o próprio
dono.” Leôncio, enfurecido, ameaça colocá-la no tronco. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No entanto, seu pai, ex-feitor
da fazendo, consegue tirá-la de lá e foge com ela para Recife (PE). Em Recife,
Isaura usa o nome de Elvira e vive reclusa numa pequena casa com seu pai.
Então, conhece Álvaro, por quem se apaixona e é correspondida. Vai a um baile
com ele, onde é desmascarada e reconhecida. Álvaro, ainda que surpreso, não se
importa com o fato de ela ser uma escrava e resolve impedir que Leôncio a leve
de volta, inclusive tentando comprá-la. Mas não consegue convencer o vilão, e
este leva Isaura de volta ao cativeiro na fazenda. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Leôncio está praticamente falido e, com o
objetivo de conseguir um empréstimo do pai de Malvina, consegue se reconciliar
com a mulher, afirmando que Isaura é quem o assediava. Então, para punir
Isaura, Leôncio manda que ela se case com Belchior, jardineiro da fazenda.
Entretanto, Álvaro descobre a falência de Leôncio e compra a dívida dos seus
credores, tornando-se proprietário de todos os seus bens, inclusive de seus
escravos. No dia do casamento de Isaura, antes que se celebrasse a cerimônia,
Álvaro aparece e reclama seus direitos a Leôncio. Vendo-se derrotado e na
miséria, Leôncio suicida-se. Tudo termina, portanto, com a punição dos culpados
e o triunfo dos justos. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Como
bem o sintetizou Carlos Alberto Vecchi: </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“A
estrutura narrativa de A Escrava Isaura segue o modelo folhetinesco das
histórias românticas: para atingir seu ideal e obter o reconhecimento de todos,
o herói tem que realizar uma jornada perigosa, onde a própria vida é colocada
em risco. O Amor, epicentro onde se debatem o Bem e o Mal, torna-se a força
motriz que conduz ao restabelecimento do equilíbrio e da felicidade a todos
que, em momento algum, se deixaram intimidar pelos desmandos de Leôncio. O Mal
extirpado (o suicídio de Leôncio) cede lugar ao Bem. E aqueles que nortearam
suas ações pelas virtudes maiores é que estão aptos a receber o prêmio daí
decorrente.”</div>
<div style="background: white; line-height: 16.8pt; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt;">Escrito em plena<span class="apple-converted-space"> </span><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Abolicionismo_no_Brasil" title="Abolicionismo no Brasil"><span style="color: windowtext;">campanha
abolicionista</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>(1875),
o livro conta as desventuras de Isaura, escrava branca e educada, de caráter
nobre, vítima de um senhor devasso.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.8pt; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt;">O romance foi um
grande sucesso editorial e permitiu que<span class="apple-converted-space"> </span><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Bernardo_Guimar%C3%A3es" title="Bernardo Guimarães"><span style="color: windowtext;">Bernardo Guimarães</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>se tornasse um dos mais populares<span class="apple-converted-space"> </span><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Romance" title="Romance"><span style="color: windowtext;">romancistas</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>de sua época. O autor pretende, nesta
obra, fazer um libelo antiescravagista e libertário e, talvez, por isso, o
romance exceda em idealização romântica, a fim de conquistar a imaginação
popular perante as situações intoleráveis do cativeiro. O estudioso<span class="apple-converted-space"> </span><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Cavalcanti_Proen%C3%A7a" title="Manuel Cavalcanti Proença"><span style="color: windowtext;">Manuel
Cavalcanti Proença</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>observa
que:<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.8pt; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt;">Numa literatura não
muito abundante em manifestação abolicionistas, é obra de muita importância,
pelo modo sentimental como focalizou o problema, atingindo principalmente o
público feminino, que encontrava na literatura de ficção derivativo e caminho
de fuga, numa sociedade em que a mulher só saía à rua acompanhada e em dias
pré-estabelecidos; o mais do tempo ficava retida em casa, sem trabalho
obrigatório, bordando, cosendo, ouvindo e falando mexericos, isto é, enredos e
intrigas, como se dizia no tempo e ainda se diz neste romance.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.8pt; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt;">Este romance já foi
considerado, com bastante exagero, uma espécie de<span class="apple-converted-space"> </span><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Cabana_do_Pai_Tom%C3%A1s" title="A Cabana do Pai Tomás"><span style="color: windowtext;">A Cabana do Pai
Tomás</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>(1851)
brasileiro. Porém, Bernardo Guimarães, ao contrário da romancista americana<span class="apple-converted-space"> </span><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Harriet_Beecher_Stowe" title="Harriet Beecher Stowe"><span style="color: windowtext;">Harriet Beecher
Stowe</span></a>, detém-se muito pouco na descrição dos sofrimentos provocados
pelo regime escravagista. Ele coloca, na boca de alguns personagens, como
Álvaro e seus amigos, estudantes no<span class="apple-converted-space"> </span><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Recife" title="Recife"><span style="color: windowtext;">Recife</span></a>, algumas frases abolicionistas, mas
parece tomar bastante cuidado em não provocar a fúria dos seus leitores
conservadores. Está mais preocupado em contar as perseguições do senhor cruel à
escrava virtuosa e, assim, conquistar a simpatia do leitor.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.8pt; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt;">Bernardo Guimarães
faz questão de ressaltar exaustivamente a beleza branca e pura de Isaura, que
não denunciava a sua condição de escrava porque não portava nenhum traço
africano, era educada e nada havia nela que "denunciasse a abjeção do
escravo". O que parece uma escolha preconceituosa e contraditória — contar
as agruras da escravidão criando uma escrava branca — talvez seja melhor compreeendido
se levar em conta que a maior parte do público que consumia romances na época
era composto por mulheres da sociedade, que apreciavam as histórias de amor.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.8pt; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt;">Somem-se a isso o
modelo de beleza feminino de então, caracterizado pela pele nívea e maçãs
rosadas do rosto e, principalmente, o objetivo do autor de conquistar a
solidariedade do leitor pela escrava, mostrando a que ponto extremo poderia
chegar o regime escravocrata: "fisicamente, Isaura não é diferente das
damas da sociedade, mas, por ser escrava, é obrigada a viver como os de sua
classe, como objeto útil nas mãos de seu senhor", conforme afirma a
crítica Maria Nazareth Soares Fonseca.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.8pt; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt;">O autor claramente
conseguiu o que queria. A sociedade brasileira do<span class="apple-converted-space"> </span><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIX" title="Século XIX"><span style="color: windowtext;">século XIX</span></a>, que tanto se apiedou das
desventuras de Isaura, aceitou-a porque ela era branca e educada. O autor pôde,
assim, demonstrar, através do seu sofrimento, o quanto "é vã e ridícula
toda a distinção que provém do nascimento e da riqueza". E é claro, a cor
de Isaura serve, como afirma o crítico Antônio Cândido, "para facilitar a
ação de Álvaro, compreensivelmente apaixonado e decidido a desposá-la, como
fez."<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.8pt; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt;">Se houve influência,
portanto, do romance<span class="apple-converted-space"> </span><i>A cabana
do Pai Tomás</i>, talvez tenha sido apenas no que o crítico Alfredo Bosi aponta
como referência: a cena da fuga de Campos para Recife, "talvez sugerida
pela fuga de Elisa através dos gelos flutuantes de Ohio para a liberdade no
Norte e por fim no Canadá". Entretanto, o fato é que, como aponta o
crítico, só depois do lançamento de A cabana do Pai Tomás "a literatura
brasileira começou a ser povoada de feitores cruéis e de escravos
virtuosos".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Professora Raimundinhahttp://www.blogger.com/profile/08236651134699451270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1059949940634911396.post-10018268519973335672015-05-04T12:29:00.001-07:002015-05-04T12:29:14.503-07:00CACAU - JORGE AMADO<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 18.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Romance,
1934 | Posfácio de José de Souza Martins <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> Filho de industrial, o sergipano
José Cordeiro, conhecido como Cearense, não quer ser patrão: é operário e
orgulha-se de sua atividade. Mas acaba despedido da fábrica por ter se
relacionado com uma colega de trabalho, cobiçada também pelo patrão, seu
próprio tio. Cearense decide procurar serviço em outro lugar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> Duas opções se
apresentam: São Paulo, ou a zona cacaueira, no sul da Bahia. Cearense escolhe a
segunda, a região de Itabuna e Ilhéus, como tantos outros homens e mulheres que
vai conhecendo na viagem de barco rumo à região. Ali, na zona do Pirangi, na
Fazenda Fraternidade, desenrola-se sua história, tendo como pano de fundo as
condições de trabalho nas plantações de cacau, onde os trabalhadores são
obrigados a aceitar uma situação de semi-escravidão.<br />
Branco,
cabelos louros, alfabetizado, Cearense destoa dos demais trabalhadores e chama
a atenção de Mária, filha do coronel dono da Fraternidade. A relação com a moça
vai colocá-lo mais uma vez diante da possibilidade de se tornar proprietário.
No entanto, Cearense se mantém firme do lado dos trabalhadores - fala mais alto
sua consciência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> Marcado pelo engajamento do autor em
sua juventude, o romance conquista pela combinação de crítica social, narrativa
de cunho biográfico e retrato de época e lugar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> “Li <i>Cacau</i> pela primeira
vez no começo da adolescência: foi por seu intermédio que descobri então poder
a literatura ser, mais que veículo de entretenimento, uma via privilegiada de
descoberta do mundo; no caso, especificamente, da realidade brasileira.” - <i>José
Paulo Paes</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> <span class="texto">Segundo livro de Jorge Amado - depois
de </span><em>O país do Carnaval</em><span class="texto"> -, </span><em>Cacau</em><span class="texto"> assume o olhar do trabalhador nas relações sociais: é narrado em
primeira pessoa pelo protagonista, Cearense. Esse ponto de vista é reflexo do
engajamento ideológico do autor na época, evidenciado desde a epígrafe: “Tentei
contar neste livro, com um mínimo de literatura para um máximo de honestidade,
a vida dos trabalhadores das fazendas de cacau do sul da Bahia. Será um romance
proletário?”.</span><br />
<span class="texto"> As
marcas de uma literatura socialista ou de um romance proletário fizeram com que
o livro fosse visto, em seu tempo, como subversivo. A primeira edição, de 2 mil
exemplares, esgotou-se em um mês, depois de um incidente com a censura: a
tiragem foi apreendida pela polícia, mas liberada no dia seguinte, graças à
intervenção do então ministro do Exterior, Oswaldo Aranha.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="texto"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">‘ Além dos ecos da militância
comunista de Jorge Amado, o romance remete à infância do autor. Comerciante
sergipano, seu pai tornou-se proprietário de terras na região do cacau. O livro
inaugura a série de panoramas sobre a vida na região cacaueira de Ilhéus, da
qual fazem parte também </span></span><em><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Terras do sem-fim</span></em><span class="texto"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">
e </span></span><em><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">São Jorge
dos Ilhéus</span></em><span class="texto"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">. Traduzido para o espanhol
em 1935, </span></span><em><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Cacau</span></em><span class="texto"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">
foi o primeiro livro de Jorge Amado a ser publicado em outro idioma.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="texto"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> </span></span><i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Além
de um romance, Cacau é um livro de doutrina. Conhecemos com a leitura do livro,
a miséria da população cacaueira, o comportamentos dos mesmos, assim como suas rotinas
árduas e penosas. Denuncia, levemente, os sistemas sociais que prevaleciam já
nas mentes dos proletários, e critica os exploradores, responsáveis, desde
cedo, pelas desigualdades.</span></i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
<b> Lucas
Câmara Assis, Belo Horizonte/, 09/01/2011<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<b> </b><b><span style="font-size: 14.0pt;">Jorge Leal Amado de Faria</span></b> (<a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Itabuna" title="Itabuna"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Itabuna</span></a>,
<a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/10_de_agosto" title="10 de agosto"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">10 de agosto</span></a>
de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1912" title="1912"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">1912</span></a>
— <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Salvador_%28Bahia%29" title="Salvador (Bahia)"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Salvador</span></a>, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/6_de_agosto" title="6 de agosto"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">6 de agosto</span></a>
de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/2001" title="2001"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">2001</span></a>)
foi um dos mais famosos e traduzidos escritores <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil" title="Brasil"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">brasileiros</span></a> de
todos os tempos.</div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
Ele é o autor mais
adaptado da <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Televis%C3%A3o_brasileira" title="Televisão brasileira"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">televisão brasileira</span></a>, verdadeiros sucessos
como <i><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Tieta_do_Agreste" title="Tieta do Agreste"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Tieta do Agreste</span></a></i>, <i><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Gabriela,_Cravo_e_Canela" title="Gabriela, Cravo e Canela"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Gabriela, Cravo e Canela</span></a></i> e <i><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Teresa_Batista_Cansada_de_Guerra" title="Teresa Batista Cansada de Guerra"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Teresa Batista Cansada de Guerra</span></a></i>
são criações suas, além de <i><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Dona_Flor_e_Seus_Dois_Maridos" title="Dona Flor e Seus Dois Maridos"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Dona Flor e Seus Dois Maridos</span></a></i> e <i><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Tenda_dos_Milagres" title="Tenda dos Milagres"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Tenda dos Milagres</span></a></i>. A obra literária de
Jorge Amado conheceu inúmeras adaptações para <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Cinema" title="Cinema"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">cinema</span></a>, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Teatro" title="Teatro"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">teatro</span></a> e <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Televis%C3%A3o" title="Televisão"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">televisão</span></a>,
além de ter sido tema de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_de_samba" title="Escola de samba"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">escolas de samba</span></a> por todo o Brasil. Seus livros
foram traduzidos em 55 países, em 49 idiomas, existindo também exemplares em <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Braille" title="Braille"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">braille</span></a>
e em fitas gravadas para cegos.</div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
Amado foi superado, em
número de vendas, apenas por <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Coelho" title="Paulo Coelho"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Paulo Coelho</span></a> mas, em seu estilo - o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Romance" title="Romance"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">romance</span></a>
ficcional -, não há paralelo no Brasil. Em <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1994" title="1994"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">1994</span></a> viu sua obra ser
reconhecida com o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%AAmio_Cam%C3%B5es" title="Prêmio Camões"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Prêmio Camões</span></a>, o Nobel da <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa" title="Língua portuguesa"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">língua portuguesa</span></a>.</div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
Existem dúvidas sobre o
exato local de nascimento de Jorge Amado. Alguns biógrafos indicam que o seu
nascimento se deu na Fazenda Auricídia, à época município de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ilh%C3%A9us" title="Ilhéus"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Ilhéus</span></a>.
Mais tarde as terras da fazenda Auricídia ficaram no atual município de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Itaju%C3%ADpe" title="Itajuípe"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Itajuípe</span></a>,
com a emancipação do distrito ilheense de Pirangy. Entretanto, é certo que
Jorge Amado foi registrado no povoado de Ferradas, pertencente a Itabuna.</div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
No ano seguinte ao de
seu nascimento, uma praga de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Var%C3%ADola" title="Varíola"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">varíola</span></a> obriga a família a deixar a <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Fazenda" title="Fazenda"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">fazenda</span></a>
e se estabelecer em Ilhéus, onde viveu a maior parte da <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Inf%C3%A2ncia" title="Infância"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">infância</span></a>,
que lhe serviu de inspiração para vários <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Romance" title="Romance"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">romances</span></a>.
Foi para o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_janeiro_%28cidade%29" title="Rio de janeiro (cidade)"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Rio de Janeiro</span></a>, então capital da
república, para estudar na Faculdade de Direito da então Universidade do Rio de
Janeiro, atual <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Faculdade_Nacional_de_Direito" title="Faculdade Nacional de Direito"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Faculdade Nacional de Direito</span></a> da <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Rio_de_Janeiro" title="Universidade Federal do Rio de Janeiro"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Universidade Federal do Rio de
Janeiro</span></a> (UFRJ). Durante a <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1930" title="Década de 1930"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">década de
1930</span></a>, a faculdade era um polo de discussões políticas e de arte,
tendo ali travado seus primeiros contatos com o movimento <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Comunismo" title="Comunismo"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">comunista</span></a>
organizado.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> Foi <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Jornalismo" title="Jornalismo"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">jornalista</span></a>,
e envolveu-se com a política ideológica, tornando-se <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Comunismo" title="Comunismo"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">comunista</span></a>,
como muitos de sua geração. São temas constantes em suas obras os problemas e
injustiças sociais, o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Folclore" title="Folclore"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">folclore</span></a>, a <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica" title="Política"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">política</span></a>,
crenças e tradições, e a sensualidade do povo brasileiro, contribuindo assim
para a divulgação deste aspecto do mesmo. Suas obras são umas das mais
significativas da moderna ficção brasileira, com 49 livros, propondo uma
literatura voltada para as raízes nacionais. Em <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1945" title="1945"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">1945</span></a>, foi eleito <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Deputado_federal" title="Deputado federal"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">deputado
federal</span></a> pelo <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Comunista_Brasileiro" title="Partido Comunista Brasileiro"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Partido Comunista Brasileiro</span></a> (PCB), o que
lhe rendeu fortes pressões políticas. Era casado com <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Z%C3%A9lia_Gattai" title="Zélia Gattai"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Zélia Gattai</span></a>,
também escritora, que o sucedeu na <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Academia_Brasileira_de_Letras" title="Academia Brasileira de Letras"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Academia Brasileira de Letras</span></a>. Com ela
teve três filhos: João Jorge, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociologia" title="Sociologia"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">sociólogo</span></a>, Paloma, e Eulália. Viveu exilado na <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Argentina" title="Argentina"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Argentina</span></a>
e no <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Uruguai" title="Uruguai"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Uruguai</span></a>
(1941 a 1942), em <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Paris" title="Paris"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Paris</span></a>
(1948 a 1950) e em <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Praga" title="Praga"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Praga</span></a>
(1951 a 1952). Escritor profissional, viveu exclusivamente dos direitos
autorais dos seus livros. Na <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1990" title="Década de 1990"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">década de
1990</span></a>, porém, viveu forte tensão e expectativa de um grande baque nas
economias pessoais, com a <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Fal%C3%AAncia" title="Falência"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">falência</span></a> do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Banco_Econ%C3%B4mico" title="Banco Econômico"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Banco
Econômico</span></a>, onde tinha suas economias. Não chegou porém a perder suas
economias, já que o banco acabou socorrido pelo <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Proer" title="Proer"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Proer</span></a>, controvertido
programa governamental de auxílio a instituições financeiras em dificuldades. O
drama pessoal de Jorge Amado chegou a ser utilizado pelo <i>lobby</i> que
defendia a intervenção no banco, para garantir os ativos dos seus correntistas.<o:p></o:p></span></div>
Professora Raimundinhahttp://www.blogger.com/profile/08236651134699451270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1059949940634911396.post-13285514377102952014-10-10T11:15:00.003-07:002014-10-10T11:15:59.052-07:00OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="background: white; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 16pt;">Escrito em 1938, a obra</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 16pt;"> <b><i>Olhai os
lírios do campo</i></b> <span style="background: white;">torna-se um marco
na obra de</span> </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 16.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><a href="http://www.infoescola.com/literatura/erico-verissimo/" title="Érico Veríssimo"><span style="color: #398671;">Érico Veríssimo</span></a></span><span style="background: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 9pt;">.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"> É um romance urbano e narra a
história de Eugênio, um rapaz de origem humilde que sente vergonha de sua
família por ser pobre, mas mesmo com muito esforço dá ao rapaz a oportunidade
de estudar em ótimos colégios, levando o jovem a formar-se em Medicina.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"> No dia de sua formatura, conhece
Olívia, uma jovem simples, de extrema sensibilidade, bom-senso, equilíbrio e de
um excelente coração que se aproxima de Eugênio e torna-se para ele um porto
seguro em seus conflitos e juntos vão trabalhar no Hospital do Coração.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"> Olívia tenta mostrar a Eugênio que a
felicidade não depende do dinheiro ou do sucesso, mas da paz que advém da boa
consciência, de fazer as coisas certas e de servir o próximo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Os
jovens se envolvem amorosamente, mas Eugênio nunca a assume verdadeiramente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Olívia
vai trabalhar numa cidade do interior, e depois da partida da moça, Eugênio
noiva com Eunice, uma jovem rica filha de um empresário, apenas por interesse e
casa-se com ela.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"> A história é dividida em duas
partes, sendo a primeira narrada em estilo flash-back, onde as memórias de
Eugênio vem à tona durante uma viagem que ele faz de uma cidadezinha no
interior até Porto Alegre.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"> Eugênio vai à Porto Alegre a pedido
de Olívia que está doente em um hospital. Neste caminho, lembra-se dos dias de
casamento infeliz com Eunice, como agora trabalha para o sogro e não dedicava-se
mais à Medicina. E sobretudo, lembra da filha que tivera com Olívia, Anamaria,
que estava sendo criada pela mãe desde que esta fora embora de Porto Alegre. Ao
chegar ao hospital, Olívia morre e Eugênio decide abandonar Eunice e dedicar-se
à criação de Anamaria.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"> Ele volta a ser médico, trabalhando
com os pobres junto com o dr. Seixas, e em meio a esta mudança de Eugênio, ele
encontra verdadeiramente a paz interior.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">O
título da obra é retirado do Sermão da Montanha, onde Cristo fala aos seus
apóstolos, em uma analogia, que a verdadeira felicidade está em cuidarmos das
coisas simples e não nos preocuparmos com as coisas complexas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"> Nas palavras de Olívia: "Estive
pensando muito na fúria com que os homens se atiram à caça do dinheiro. É
essa a causa principal dos dramas, das injustiças, da incompreensão da nossa
época. Eles esquecem o que têm de mais humano e sacrificam o que a vida
lhes oferece de melhor: as relações de criatura para criatura. De que
serve construir arranha-céus se não há mais almas humanas para morar neles?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"> Quero que abras os olhos, Eugênio,
que acordes enquanto é tempo. Peço-te que pegues a minha Bíblia que está
na estante de livros, perto do rádio, leias apenas o Sermão da Montanha.
Não te será difícil achar, pois a página está marcada com urna tira de
papel. Os homens deviam ler e meditar esse trecho, principalmente no
ponto em que Jesus nos fala dos lírios do campo, que não trabalham nem fiam, e
no entanto nem Salomão em toda a sua glória jamais se vestiu como um deles.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"> Está claro que não devemos tomar as
parábolas de Cristo ao pé da letra e ficar deitados à espera de que tudo nos
caia do céu. É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas
passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos, entretanto, dar um
sentido humano às nossas construções. E quando o amor ao dinheiro, ao
sucesso, nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios
do campo e as aves do céu.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"> O autor mostra os processos de
transformação de Eugênio: da condição de indivíduo guiado mais pela expectativa
dos outros do que por si mesmo, para a condição de indivíduo autônomo e
consciente de si, sujeito de suas próprias decisões.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 9pt;">Fontes:<br />
<a href="http://minerva.ufpel.edu.br/~felipezs/html/olhai2.html"><span style="color: #398671; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">http://minerva.ufpel.edu.br/~felipezs/html/olhai2.html</span><span style="color: #398671;"><br />
</span></a><a href="http://www.jodorecantodasletras.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=3265692"><span style="color: #398671; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">http://www.jodorecantodasletras.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=3265692</span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<strong><span style="color: #444444; font-size: 12.0pt;">Análise da obra<o:p></o:p></span></strong></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<em><span style="color: #444444; font-size: 12.0pt;">Olhai os lírios do campo</span></em><span class="apple-converted-space"><span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"> </span></span><span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">é um dos mais famosos de Érico
Veríssimo e foi publicado em 1938 - Modernismo de Segunda Fase.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">A ambientação urbana da história dá
margem à abordagem dos efeitos de um capitalismo devastador sobre a vida dos
personagens. O romance narra a trajetória existencial do personagem principal,
Eugênio, seus contatos sociais e seus dilemas interiores. Portanto, a narrativa
centra-se em seus conflitos e vicissitudes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Nesta obra deve-se destacar o lirismo
romântico da história de Eugênio, descobrindo que o dinheiro não traz felicidade,
exatamente nos moldes do romance urbano de 30, de caráter socialista.
Destaca-se também sua ambição traçada a partir de uma vida difícil, que
alimenta-o de amargor e determinação na busca de sua afirmação material. E
ainda, o grande sucesso dessa dramática história de amor, pode ser creditado à
habilidade do autor de construir personalidades psicológicas complexas: ninguém
é só bom nem só ruim na obra.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Para retratar essa relação
problemática do homem com a sociedade, Érico Veríssimo construiu o romance <em>Olhai
os lírios do campo</em><span class="apple-converted-space"> </span>de
maneira que o personagem principal fosse mostrado em dois momentos. No primeiro
momento, ele é conduzido, em seus comportamentos, pelas expectativas sociais;
obedece aos valores de sua classe, é incapaz de perceber-se enquanto ser. Ele
faz de tudo para ter sucesso e ser aceito: trabalha em função de uma máscara e
não do próprio rosto. No segundo momento, o romancista mostra os processos de
transformação de Eugênio: da condição de indivíduo coisificado, guiado mais
pela expectativa dos outros do que por si mesmo, para a condição de indivíduo
autônomo e consciente de si, sujeito de suas próprias decisões.<br />
<br />
A narrativa, portanto, se divide em duas partes com 12 capítulos cada uma,
sendo a primeira o cruzamento de dois níveis temporais: o presente e o passado.
Assim, nesta narrativa de vários planos temporais, entrelaça-se uma crítica à
sociedade fútil e vazia, ao acúmulo de riquezas e à conseqüente hipocrisia das
relações sociais. A primeira parte é intensa e cheia de um interesse que jamais
enfraquece. Na segunda parte, porém, esse interesse declina, e a história se
dilui numa série de episódios anedóticos sem unidade emocional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<strong><span style="color: #444444; font-size: 12.0pt;">Ambiente</span></strong><span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"><br />
O ambiente do romance é a cidade de Porto Alegre. As personagens vivem na
metrópole de ruas movimentadas, tráfego intenso, automóveis, telefones, cinemas
e teatros; edifícios altos, gente rica, monopólios; gente pobre, sindicatos,
miséria e doença. Vivem os movimentos da contradição e da crise.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<strong><span style="color: #444444; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Foco narrativo<o:p></o:p></span></strong></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Toda a narrativa é formalmente
estruturada na terceira pessoa a partir de um ponto de vista externo do
narrador.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<strong><span style="color: #444444; font-size: 12.0pt;">Personagens</span></strong><span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"><br />
<br />
<strong>Eugênio Fontes:</strong><span class="apple-converted-space"> </span>homem
profundamente pessimista, infeliz e complexado. Profissão: médico. Filho de um
alfaiate pobre, Eugênio teve uma infância e adolescência cheias de dificuldades.
À medida que ia crescendo, nutria um misto de vergonha e repúdio a si mesmo em
decorrência da pobreza de sua família. Sua motivação era "ser
alguém", adquirir posição social e não ter que passar pelas humilhações
que julgava ter passado na infância. Na faculdade, conhece uma jovem, Olívia,
pela qual se apaixona e nutre um relacionamento de amizade, cumplicidade e
amor. Porém, devido a sua ambição, Eugenio deixa Olívia para casar-se com uma
jovem rica. Passa a viver uma vida de aparências, adultérios e eternas
contradições, deixando para trás seu verdadeiro amor e a filha que teve ela,
Anamaria.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<strong><span style="color: #444444; font-size: 12.0pt;">Olívia:</span></strong><span class="apple-converted-space"><span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"> </span></span><span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">grande
amor de Eugênio e colega de trabalho. Olívia é mais uma das clássicas figuras
femininas de Érico, que transparece doçura e compreensão frente às inquietudes
dos personagens masculinos, mas que não esconde uma grande força e
determinação. Assim como Eugenio, Olívia cursa a faculdade de medicina em Porto
Alegre com dificuldades. A sua visão realista e compreensão do comportamento
humano fazem com que ela encare seu relacionamento com Eugenio de forma
honesta, entendendo as limitações que este poderia ter em virtude da ambição e
das eternas contradições emocionais do médico. Olívia também pode ser encarada,
de certa forma, como uma representante feminista de Erico, pois apesar de
aceitar as limitações de Eugenio, ela luta em manter a carreira de médica e
cria a filha Anamaria sozinha.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<strong><span style="color: #444444; font-size: 12.0pt;">Eunice:</span></strong><span class="apple-converted-space"><span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"> </span></span><span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">esposa
de Eugênio. Rica, fútil e vazia. Filha do empresário Vicente Cintra, conquista
Eugênio com sua fortuna, casando-se com ele e se tornando a oportunidade de que
o médico necessitava para se destacar na sociedade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<strong><span style="color: #444444; font-size: 12.0pt;">Angelo:</span></strong><span class="apple-converted-space"><b><span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"> </span></b></span><span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">pai
de Eugênio. O próprio Eugênio nos revela pormenores sobre seu pai e seus
sentimentos para com ele:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"> <em>Eugênio
viu um vulto familiar surgir a uma esquina e sentiu um desfalecimento.
Reconheceria aquela figura de longe, no meio de mil... Um homem magro e
encurvado, mal vestido, com um pacote no braço, o pai, o pobre Ângelo. Lá vinha
ele subindo a rua. Eugênio sentiu no corpo um formigamento quente de mal-estar.
Desejou - com que ardor, com que desespero! - que o velho atravessasse a rua,
mudasse de rumo. Seria embaraçoso, constrangedor se Ângelo o visse, parasse e
lhe dirigisse a palavra. Alcibíades e Castanho ficariam sabendo que ele era
filho dum pobre alfaiate que saía pela rua a entregar pessoalmente as roupas
dos fregueses... Haviam de desprezá-lo mais por isso. Eugênio já antecipava o
amargor da nova humilhação. Olhou para os lados, pensando numa fuga.</em><span class="apple-converted-space"><i> </i></span><i><br />
<em> Inventaria um
pretexto, pediria desculpas, embarafustaria pela primeira porta de loja que
encontrasse. Ouvia a voz baixa e calma de Castanho... o "conceito
hegeliano..." Podia entrar naquela casa de brinquedos e ficar ali
escondido, esperando que Ângelo passasse... Hesitou ainda um instante e quando
quis tomar uma resolução, era tarde demais. Ângelo já os defrontava. Viu o
filho, olhou dele para os outros e o seu rosto se abriu num sorriso largo de
surpreendida felicidade. Afastou-se servil para a beira da calçada, tirou o chapéu.</em><br />
<em> - Boa tarde,
Genoca! - exclamou.<o:p></o:p></em></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<em><span style="color: #444444; font-size: 12.0pt;"> O orgulho iluminava-lhe o rosto.<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<em><span style="color: #444444; font-size: 12.0pt;"> Muito
vermelho e perturbado Eugênio olhava para a frente em silêncio, como se não o
tivesse visto nem ouvido. Os outros também continuavam a caminhar, sem terem dado
pelo gesto do homem.</span></em><i><span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"><br />
<em> A sensação de
felicidade, entretanto, desaparecera de Eugênio. Sentia-se culpado. O que
acabara de fazer era desumano, ignóbil, chegava a ser criminoso. Por que se
envergonhava do pai? Não era um homem decente? Não era um homem bom? Não era,
em última análise, seu pai?</em><br />
<em> Ainda havia
tempo de reparar o mal que fizera. Podia voltar, tomar Ângelo pelo braço,
carinhosamente, subir a rua com ele... Por que não fazia isso? "... aquele
trecho do Banquete..." - dizia Castanho. Sim, beijar a mão do pai,
confessar-lhe a culpa, dizer do seu remorso, pedir-lhe perdão, humilhar-se. Mas
lá se ia acompanhando os outros como um autômato. Voltou a cabeça, procurando.
Ângelo tinha desaparecido.<o:p></o:p></em></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<strong><span style="color: #444444; font-size: 12.0pt;">Dr. Seixas:</span></strong><span class="apple-converted-space"><span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"> </span></span><span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">amigo
de Eugênio e médico de pobres. Único personagem que tem características
humanas. Veríssimo pôs neste homem verdade: animou-o por dentro, deu-lhe
reflexos, deu-lhe instintos, deu-lhe uma maneira de ser de pessoa viva.
Personagem surgido “acidentalmente”, segundo o autor do romance, Dr. Seixas é
um exemplo de personagem autônomo. É um médico pobre, grande, barbudo e de ar
agressivo. Sua voz era igualmente áspera e peluda, sua fala desbocada, mas seus
olhos refletiam bondade. Idealista, ele critica tanto a exploração capitalista
do médico e o desprezo do sistema econômico pelo ser humano como o valor
conferido ao dinheiro:<span class="apple-converted-space"> </span><em>Seu
Eugênio, ouça o que lhe digo. O dinheiro é uma coisa nojenta. Um sujeito
decente não se escraviza a ele.</em>(p.183). Ele lutava contra essa escravidão
e pela igualdade de direitos entre as pessoas, contagiando Eugênio e levando-o
a uma nova concepção da profissão. O Dr. Seixas encarna duas concepções de vida
que mantêm entre si relações opostas: uma utópica, confiante, e outra,
pessimista. Para Dr. Seixas, sucesso era conseguir salvar a vida de alguém e
aliviar a dor dos outros. Ele reconduz Eugênio, como médico, ao mundo da
desigualdade e da pobreza, universo do qual ele, como profissional, sempre
tentara fugir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<strong><span style="color: #444444; font-size: 12.0pt;">Anamaria:</span></strong><span class="apple-converted-space"><span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"> </span></span><span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">filha
de Eugênio e Olívia. Ela ajuda a manter viva na lembrança de Eugênio a presença
de Olívia e, ao mesmo tempo, como criança que é, sinaliza para a esperança e a
confiança de que o futuro pode ser diferente. Anamaria simboliza a insistente
afirmativa de Olívia de que a vida é feita de recomeços. A menina tem os olhos
sérios e profundos de Olívia e, ao mesmo tempo, desconfortáveis como os do
pobre Ângelo, pai de Eugênio. Sua presença retoma duas figuras diante das quais
Eugênio precisa se redimir: seu pai, que foi por ele desprezado, e a própria
Olívia, que ele abandonou por um casamento de conveniência. A presença da filha
suscita-lhe interrogações e o obriga a tomar decisões sensatas e responsáveis
para com os outros. Anamaria lhe permite uma compreensão da miséria humana e da
necessidade de que o conjunto das ações dos homens seja orientado para
minimizá-la.<br />
<br />
<strong>Observação:</strong><span class="apple-converted-space"><b> </b></span>Devemos
destacar que a dedicação, o altruísmo e a nobreza de Olívia parecem inumanos.
Não convencem. Pouco convincente também é a covardia de Eugênio. A cena em que
o vemos a fazer a sua primeira operação, do ponto de vista da mera redação,
está razoavelmente bem feita; do ponto de vista da verdade psicológica, porém,
é um absurdo. Um homem de estômago fraco e que tem horror ao sangue jamais se
dedicaria à cirurgia e, se se dedicasse, com o tempo acabaria por habituar-se a
cortar a carne dos pacientes sem que isso lhe provocasse arrepios, náusea ou
medo. Acaso não teria ele, como estudante, freqüentado o necrotério e os
ambulatórios da Santa Casa?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<strong><span style="color: #444444; font-size: 12.0pt;">Enredo</span></strong><span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"><br />
<br />
Na primeira parte, merecem destaque a imagem inicial que o personagem faz de si
mesmo e os valores que a engendram.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Em flashback, temos o tempo presente:
Eugênio dentro do carro em direção ao hospital para reencontrar sua amada
Eugênia, rememorando os fatos que fazem parte do seu passado, onde, junto a
ele, relembramos sua infância, seus traumas, seus aprendizados com Olívia, o
casamento com Eunice, a frustração, o sentimento de se ter vendido para vencer.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Eugênio era um menino tímido e
medroso. Teve uma infância pobre, era ridicularizado na escola e tinha como
objetivo máximo a ascensão social, faria de tudo para um dia vencer na vida.
Achava que o que tinha era feio e sem graça, das roupas até o seu próprio
corpo. Não se entrosava com os demais colegas de classe e por isso devotava
todo o seu tempo aos estudos. Sonhava em deixar de ser simplesmente o Genoca
para ser o Dr. Eugênio Fontes.<span class="apple-converted-space"> </span><br />
<br />
Tinha pena do pai, o alfaiate Ângelo, com quem não conseguia se comunicar
facilmente. O seu irmão, Ernesto, não esmerava-se na educação e acabou perdido
na vida. Com muito esforço, Eugênio consegue cursar Medicina. Na Faculdade
conhece Olívia - única mulher da turma. Na festa de formatura os dois se
aproximam e fazem sonhos e confissões juntos, sobre o futuro. Tornam-se grandes
amigos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Durante a revolução de 30, após uma
operação mal sucedida no hospital militar, Olívia convida Eugênio a sua casa e
passam uma noite de amor. Dias depois, Olívia recebe uma proposta para
trabalhar em Nova Itália, e novamente se entrega aos braços de Eugênio.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Durante um atendimento médico, Eugênio
conhece Eunice Cintra - filha de um riquíssimo proprietário. Eugênio casa-se
com Eunice com objetivo único de ascender socialmente. O sogro trata de
arranjar um emprego de fachada ("assinar documentos") numa de suas
fábricas. Eugênio começa a freqüentar a alta sociedade, mas não se sente parte
dela. O seu complexo de inferioridade aumenta ao ver os contrastes desse outro
mundo, de emoções contidas, de meias-palavras. Conhece pessoas como Filipe
Lobo, construtor obstinado a construir o "Megatério", um arranha-céu,
mas não se importava com a família. Infeliz e perturbado, Eugênio reencontra
Olívia que lhe apresenta a sua filha, fruto do último encontro dos dois,
Anamaria. Ao chegar no Hospital onde estava Olívia, recebe a notícias de sua
morte.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Na segunda parte, destaca-se o papel
desempenhado pelo entrecruzamento de vozes que afetam a imagem inicial do
protagonista, conduzindo-o a uma progressiva mudança de posição perante a
existência.<br />
<br />
Aqui temos o passado. Esta segunda parte desenvolve-se de maneira mais linear,
embora o passado se misture ao presente da filha. Passa-se após a morte de
Olívia e é intercalada com a leitura das cartas que ela escreveu para Eugênio
sem nunca ter enviado. Eugênio toma coragem e separa-se de Eunice - apesar de
todos os inconvenientes sociais. Vai além, passa a ser um médico popular, com
idéias de socializar a medicina. Trabalha com o Dr. Seixas, um velho médico que
sempre atendeu aos pobres. A memória de Olívia, nas cartas, nas fotos ou no
olhar de Anamaria, o fortalece quando pensa nas dificuldades.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">O médico tornou-se na sociedade atual,
aquele mediador entre a ciência, a técnica e o sentimento humanitário. Pensando
primeiro em si mesmo, egoisticamente, Eugênio evolui para a solidariedade,
através das colocações de Olívia, que embora morta, é um personagem presente no
romance, fazendo contraponto com Eugênio.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">"Olhai os lírios
do campo" é um dos romances mais famosos de Érico Veríssimo, um verdadeiro
best-seller que resultou até em novela na Argentina.<span class="apple-converted-space"> <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">A narrativa da primeira
parte é feita em flashback.<span class="apple-converted-space"> </span>Eugênio
vai lembrando de momentos da sua vida enquanto se dirige ao hospital onde está
Olívia.<span class="apple-converted-space"> </span>Eugênio era um menino
tímido e medroso. Teve uma infância pobre, era ridicularizado na escola e tinha
como objetivo máximo a ascensão social, faria de tudo para um dia vencer na
vida. Achava que o que tinha era feio e sem graça, das roupas até o seu próprio
corpo. Não se entrosava com os demais colegas de classe e por isso devotava
todo o seu tempo aos estudos. Sonhava em deixar de ser simplesmente o Genoca
para ser o Dr. Eugênio Fontes.<span class="apple-converted-space"> </span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br />
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">Tinha pena do pai, o alfaiate Ângelo, com quem
não conseguia se comunicar facilmente. O seu irmão, Ernesto, não esmerava-se na
educação e acabou perdido na vida. Com muito esforço, Eugênio consegue cursar
Medicina. Na Faculdade conhece Olívia - única mulher da turma. Na festa de
formatura os dois se aproximam e fazem sonhos e confissões juntos, sobre o
futuro. Tornam-se grandes amigos.<span class="apple-converted-space"> </span></span><br />
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">Durante a revolução de 30, após uma operação mal
sucedida no hospital militar, Olívia convida Eugênio a sua casa e passam uma
noite de amor. Dias depois, Olívia recebe uma proposta para trabalhar em Nova
Itália, e novamente se entrega aos braços de Eugênio.<span class="apple-converted-space"> <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Durante um atendimento
médico, Eugênio conhece Eunice Cintra - filha de um riquíssimo proprietário.
Eugênio casa-se com Eunice com objetivo único de ascender socialmente. O sogro
trata de arranjar um emprego de fachada ("assinar documentos") numa
de suas fábricas. Eugênio começa a freqüentar a alta sociedade, mas não se
sente parte dela. O seu complexo de inferioridade aumenta ao ver os contrastes
desse outro mundo, de emoções contidas, de meias-palavras. Conhece pessoas como
Filipe Lobo, construtor obstinado a construir o "Megatério", um arranha-céu,
mas não se importava com a família. Infeliz e perturbado, Eugênio reencontra
Olívia que lhe apresenta a sua filha, fruto do último encontro dos dois,
Anamaria. Ao chegar no Hospital onde estava Olívia, recebe a notícias de sua
morte.<span class="apple-converted-space"> </span></span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br />
<br />
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">A segunda parte passa-se após a morte de Olívia
e é intercalada com a leitura das cartas que ela escreveu para Eugênio sem
nunca ter enviado. Eugênio toma coragem e separa-se de Eunice - apesar de todos
os incovenientes sociais. Vai além, passa a ser um médico popular, com idéias
de socializar a medicina. Trabalha com o Dr Seixas, um velho médico que sempre
atendeu aos pobres. A memória de Olívia, nas cartas, nas fotos ou no olhar de
Anamaria, o fortalece quando pensa nas dificuldades.<span class="apple-converted-space"> <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<span class="apple-converted-space"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Depoimentos<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 16.8pt; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Ao chegar ao fim da primeira parte, que é narrada em tempo psicológico
(como um flashback), eu simplesmente fiquei sem ação. Aconteceu a única coisa
que eu não esperava. Não leio o final do livro e ainda bem que não o fiz, pois
foi realmente surpreendente e de certa forma engrandecedor. Também não li
sinopses, então cada pequeno detalhe tornava-se uma surpresa gigante. Ao fim da
primeira parte, para mim, foi como se o tempo tivesse parado, eu senti uma dor
e ao mesmo tempo uma revolta. A segunda parte da história é narrada em tempo
cronológico (real sequencia dos fatos), só então entendi porquê Érico Veríssimo
fez o que fez com uma personagem tão importante.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 16.8pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Foi uma revelação fascinante feita na
primeira parte, o meu lado emotivo ligou-se completamente as situações e o meu
lado racional me fazia ver a realidade dos personagens sobre diversas
perspectivas. Os personagens foram brilhantemente construídos, fazendo com que
você se ligue a eles logo no comecinho do livro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.6pt; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">RELEIA...<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.8pt; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt;">
<span style="color: #252525; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt;">Narra a história de Eugênio
Fontes, que, com muito sacrifício, se forma em<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Medicina" title="Medicina"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">Medicina</span></a>.
Na faculdade, Eugênio se apaixona por Olívia, mas se casa por<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Interesse" title="Interesse"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">interesse</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>com Eunice, uma mulher rica, filha de
Vicente Cintra. Com essa história ao fundo, o autor compõe um painel de tipos
humanos sempre às voltas com o conflito<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Seguran%C3%A7a" title="Segurança"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">segurança</span></a><span class="apple-converted-space"> </span><i>versus</i><span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Felicidade" title="Felicidade"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">felicidade</span></a>.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.8pt; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt;">
<span style="color: #252525; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt;">A primeira parte do romance
começa com Eugênio viajando de sua<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Propriedade_rural" title="Propriedade rural"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">propriedade
rural</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>em Santa
Margarida, rumo à cidade que dista três horas de<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Autom%C3%B3vel" title="Automóvel"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">automóvel</span></a>.
O chamado veio de um<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Hospital" title="Hospital"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">hospital</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>onde outra médica, Olívia, está morrendo.
Enquanto aguarda a chegada à cidade, Eugênio, em sucessivos<span class="apple-converted-space"> </span><i>flashbacks</i>, retoma seu passado.
Evoca a<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Inf%C3%A2ncia" title="Infância"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">infância</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>infeliz, dada à<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pobreza" title="Pobreza"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">pobreza</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>do pai<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Alfaiate" title="Alfaiate"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">alfaiate</span></a>,
e o desejo que o acometera de tornar-se um homem rico e livrar a família de
todas as<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Vergonha" title="Vergonha"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">vergonhas</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>geradas pela miséria. Graças ao
sacrifício dos pais, pudera estudar em ótimos colégios, inclusive em um<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Internato" title="Internato"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">internato</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>de alto nível chamado<span class="apple-converted-space"> </span><i>Columbia College os seu pais como
um intuito de pagar o internato para o filho,trabalhava no colégio, mas Eugênio
tinha vergonha dos seus pais</i><span class="apple-converted-space"> </span>.
Nesse meio tempo, um amigo da família, Florismal, anuncia o início da<a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_Mundial" title="Primeira Guerra Mundial"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">Primeira Guerra Mundial</span></a>.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.8pt; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt;">
<span style="color: #252525; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt;">Em sua<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Adolesc%C3%AAncia" title="Adolescência"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">adolescência</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>teve o seu primeiro amor que foi
Margaret filha do diretor rev.Parker, ainda no colégio, Eugênio passa uma noite
de<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Tempestade" title="Tempestade"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">tempestade</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>aflito e presencia a morte de um<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Professor" title="Professor"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">professor</span></a>,
Mr. Tearle. Eugênio termina os estudos e inicia o curso de Medicina, sempre
odiando a humildade da família e aspirando a uma posição de riqueza. Tinha um
amigo da faculdade chamado Alcibíades, de quem tinha uma certa<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Inveja" title="Inveja"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">inveja</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>devido aos seus automóveis,<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Cavalo" title="Cavalo"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">cavalos</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>de corrida e quarenta<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Gravata" title="Gravata"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">gravatas</span></a>,
.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.8pt; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt;">
<span style="color: #252525; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt;">Um ano antes de sua<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Formatura" title="Formatura"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">formatura</span></a>,
o pai morrera. E, na noite em que se formava, conheceu Olívia, colega de turma,
tão pobre como ele. Eugênio e Olívia começam a trabalhar juntos no Hospital do
Sagrado Coração. Nessa época inicia-se a<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_de_30" title="Revolução de 30"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">Revolução de 30</span></a>. Em uma dessas noites, Eugênio
faz sua primeira<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Opera%C3%A7%C3%A3o" title="Operação"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">operação</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>e perde o paciente.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.8pt; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt;">
<span style="color: #252525; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt;">O relacionamento amoroso entre
Eugênio e Olívia torna-se inevitável. Mas, em nenhum momento, Eugênio assumira
qualquer compromisso com ela. Esta, no entanto, ao receber um convite para
clinicar por alguns meses em uma pequena cidade do interior do<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Grande_do_Sul" title="Rio Grande do Sul"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">Rio Grande do
Sul</span></a>, resolvera partir. Eugênio permanece em Porto Alegre e conhece
Eunice, filha de um grande<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Empres%C3%A1rio" title="Empresário"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">empresário</span></a>,
com quem noiva. Escreve uma<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Carta" title="Carta"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">carta</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>a Olívia para comunicar-lhe o fato. A
jovem médica vem a capital e aceita resignadamente o<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Casamento" title="Casamento"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">casamento</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>do seu amado. Mais tarde, quando ela
retorna definitivamente para Porto Alegre, revela a Eugênio que ele é pai de
sua filha, Anamaria.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.8pt; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt;">
<span style="color: #252525; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt;">O casamento de Eugênio com
Eunice logo entrara em corrosão. O rapaz pensava em assumir Olívia e a filha,
mas o fantasma da pobreza mais uma vez o afastaria da mulher que amava. Quando
chega ao hospital, recebe a notícia da<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Morte" title="Morte"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">morte</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>de Olívia.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.8pt; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt;">
<span style="color: #252525; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt;">Na segunda parte, Eugênio rompe
o casamento com Eunice, sendo encorajado por causa da filha, e passa a ser um
médico de pobres, iniciando uma amizade maior com Dr. Seixas. Encontra, então,
a<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Harmonia" title="Harmonia"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">harmonia</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>interior.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.8pt; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt;">
<span style="color: #252525; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt;">Sua visão de mundo resume-se na<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Solidariedade" title="Solidariedade"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">solidariedade</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>e na tentativa de criação de um mundo
melhor. Muda-se para a casa dos Falk, onde Olívia morava. Publica, em um<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Jornal" title="Jornal"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">jornal</span></a>, uma nota à
procura do irmão, Ernesto.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.8pt; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt;">
<span style="color: #252525; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt;">Certa vez, atendendo em seu
consultório, entraram Simão e Dora. Eugênio surpreendeu-se ao saber que Dora
estava<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A1vida" title="Grávida"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">grávida</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>de três meses. Desesperado, Simão pede
a Eugênio que faça um<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Aborto" title="Aborto"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">aborto</span></a>, mas ele
nega. Os dois saem dali e somem pelo resto do dia. No fim da noite, o Dr.
Seixas informa à Eugênio que uma<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Enfermeira" title="Enfermeira"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">enfermeira</span></a><span class="apple-converted-space"> </span>realizou o aborto, e ela tivera uma<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Hemorragia" title="Hemorragia"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">hemorragia</span></a>,
vindo a falecer.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.8pt; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt;">
<span style="color: #252525; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt;">Passou alguns anos e Eugênio
encontrou o seu amigo Florismal, que estava em um abrigo, estava muito mau,
gostava de fazer a pergunta quem foi Florismal, então Eugênio respondia: -Foi
um dos Doze Pares da França, depois da consulta que foi feita Eugênio recebeu a
noticia que Florismal bateu as botas.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 16.8pt; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt;">
<span style="color: #252525; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.5pt;">O livro termina com Eugênio e
sua filha, Anamaria, em uma linda tarde ensolarada em uma<span class="apple-converted-space"> </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pra%C3%A7a" title="Praça"><span style="color: #0b0080; text-decoration: none; text-underline: none;">praça</span></a>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">
</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Professora Raimundinhahttp://www.blogger.com/profile/08236651134699451270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1059949940634911396.post-40767658946685171912013-03-21T16:17:00.000-07:002013-03-21T16:17:03.659-07:00SENTIDOS AGUÇADOS<br />
Vejo muitas coisas cujo pensamento se recusa a mastigar;<br />
Ouço dizeres que o coração se recusa a aceitar;<br />
Presencio ações cujos olhos se recusam a enxergar;<br />
Presencio fatos cujas mãos não conseguem mais mudar;<br />
Ouço verdades em que a inteligência se recusa a acreditar;.<br />
Vejo mudanças que meu ser se recusa a aceitar;<br />
O ser humano, como se pode recuperar?...<br />
06/2012<br />
<br />Professora Raimundinhahttp://www.blogger.com/profile/08236651134699451270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1059949940634911396.post-33765412143286494582012-08-04T12:57:00.001-07:002012-08-04T12:57:15.608-07:00EU...Pensada, planejada<br />
Fecundada, amada<br />
Nascida, crescida<br />
Ás vezes zangada, ferida<br />
<br />
Mas pela mãe entendida<br />
Mãe que só ama, só cuida<br />
Só o bem quer<br />
Do filho que é seu<br />
<br />
Talvez um dia eu possa<br />
Agradecer-te por tudo<br />
Que um dia me fez<br />
<br />
Pensando, planejando<br />
Cuidando, zelando<br />
Por uma velhice feliz.<br />
2007Professora Raimundinhahttp://www.blogger.com/profile/08236651134699451270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1059949940634911396.post-68371606683898407442012-08-04T12:52:00.000-07:002012-08-04T12:52:17.768-07:00EU VI A POLÍTICADiminuir a sensibilidade<br />
Atrapalhar a compreensão<br />
Perturbar a paciência<br />
Duvidar da religiosidade<br />
Abolir a amizade<br />
Destruir o próprio homem<br />
<br />
Eu vi... Eu vi...<br />
<br />
Mas não pude fazer nada...<br />
<br />
O homem é dono de si<br />
Manda em si<br />
É independente<br />
É autossuficiente<br />
Não aceita opinião<br />
Sua toda é a razão.<br />
2008 <br />
<br />Professora Raimundinhahttp://www.blogger.com/profile/08236651134699451270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1059949940634911396.post-31070270399542762682012-08-02T18:52:00.001-07:002012-08-02T18:52:39.866-07:00COMO ?Como abrandar tanta inquietude?<br />
Como eliminar todo o desinteresse?<br />
Como despertar o homem dentro do indivíduo?<br />
<br />
Como renascer a vontade de querer?<br />
Como encontrar a razão para trabalhar?<br />
Como despertar o prazer para estudar?<br />
<br />
Como fazer o outro querer?<br />
Como fazer o jovem pensar?<br />
Como fazer tudo acontecer?<br />
<br />
Como solucionar tantos "comos"?<br />
Como fazer?<br />
2003 <br />
<br />Professora Raimundinhahttp://www.blogger.com/profile/08236651134699451270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1059949940634911396.post-70557533847024860352012-08-02T18:46:00.003-07:002012-08-02T18:46:56.169-07:00Meu ideal seria escrever Meu ideal seria escrever...<br />
mas escrever tudo que meu pensamento desejasse,<br />
tudo aquilo que é proibido expor ao vento,<br />
tudo aquilo que sempre penso,<br />
algo que contradiz a realidade desta vida fajuta pela qual todos estamos passando,<br />
uma realidade que somos obrigados a aceitar,<br />
uma sociedade que foi gerada em um ventre doentio,<br />
e que não podemos prever qual o seu conserto.<br />
Suas leis sociais, econômicas e relogiosas...<br />
em certo ponto sufocam o coração daqueles que a obedecem.<br />
Não entendo como alguém pode impor uma lei se ele próprio não a cumpre.<br />
Como um presidente pode determinar os trabalhos de outros se os dele estão em desordem?!<br />
Como um Papa pode lutar pela pobreza se seu trono é de ouro?!<br />
Como pode existir uma sociedade que está sempre em contradição com suas próprias leis?!<br />
É diante de várias ideias assim que gostaria de escrever.<br />
Publicar algo que fizesse o povo, em geral, (Presidente, operários, Papa e leigos, etc),<br />
refletir sobre essa sociedade que cada vez mais conduz seus membros ao encontro da morte prematura.<br />
Não queria ser a iniciante de um desentendimento, de uma revolução,<br />
Queria construir a paz, levando a cada coração uma simples mensagem,<br />
conduzida por uma gaivota que ao bater a porta de cada coração diria apenas...<br />
SORRIA. (1989)<br />
Professora Raimundinhahttp://www.blogger.com/profile/08236651134699451270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1059949940634911396.post-2640882964810840892011-06-21T16:56:00.000-07:002011-06-21T16:56:25.755-07:00PENSE NISTO!!!<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 12pt;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia", "serif"; mso-ansi-language: PT-BR;">Às vezes pensamos que sabemos muito, mas na realidade nossos conhecimentos são poucos diante da imensidão de informações que o mundo nos oferece.<br />
<br />
Se existe alguém ao seu redor que nada lhe acrescenta e, não deseja nada de você, apenas reze por ele.<br />
<br />
Muitas vezes um amigo sincero é mais amigo que um irmão inimigo, mas um irmão amigo não tem amigo sincero que substitua.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 12pt;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia", "serif"; mso-ansi-language: PT-BR;">Vivemos um corre corre tão grande e esquecemos que não somos eternos.</span></div>Professora Raimundinhahttp://www.blogger.com/profile/08236651134699451270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1059949940634911396.post-88028832048357391792011-06-21T16:52:00.000-07:002011-06-21T16:57:49.140-07:00O PROBLEMA DA EDUCAÇÃO É MUITO SÉRIO.<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia", "serif"; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia", "serif"; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> Quem trabalha na educação há mais de vinte anos vem acompanhando as mudanças ocorridas ao longo do tempo. É triste, mas é real. O mundo acelerou de tal forma que não conseguimos mais entender o que o nosso aluno deseja: por um lado se o professor quer ensiná-los corretamente é taxado de chato e rabujento, de outro modo é chamado de enrolão e desajeitado. Talvez esse comportamento seja consequência da própria evolução tecnológica.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia", "serif"; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> Enquanto uns estão altamente inseridos no mundo virtual, outros porém ainda não usam sequer um celular. A realidade entre eles é divergente e, a escola, que poderia trabalhar melhor essa divergência, caminha a passo de tartarugas no mundo tecnológico: com computadores e internet, porém sem um funcionamento adequado. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 12pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="color: #333333; font-family: "Georgia", "serif"; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> E, os professores vão sofrendo as consequência das exigências burocráticas e da falta de recursos e preparação para exercer uma atividade mais prazerosa.</span></div>Professora Raimundinhahttp://www.blogger.com/profile/08236651134699451270noreply@blogger.com0